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Finanças

Criptos atraem interesse de 92% dos investidores mais ricos

Relatório recente mostrou que a maioria esmagadora dos investidores ricos possuem interesse em BTC e outras em criptos.

ARTIGO*

Iniciada com o bitcoin (BTC) a praticamente 14 anos atrás, a tecnologia do blockchain vem mudando a forma como as pessoas, incluindo os mais ricos do mundo, investem seu dinheiro. E, devido à falta de centralização e menores barreiras de entrada, os ativos digitais têm ganhado cada vez mais popularidade nos países em desenvolvimento.

Segundo pesquisa recente realizada pela KPMG China e Aspen Digital em Hong Kong e Singapura, por exemplo, 92% dos investidores mais endinheirados possuem interesse — ou já investem — em BTC e criptomoedas, sendo que 58% já estão investindo em ativos digitais e 34% planejam fazer isso no futuro.

Apenas 8% dos investidores mais ricos não teriam ativos digitais como parte dos investimentos, diz pesquisa. (Imagem: Reprodução/Estudo da KPMG China e Aspen Digital)

Além disso, o desenvolvimento de produtos fora das moedas mais populares, como bitcoin e ethereum (ETH), ajuda a impulsionar a alocação para uma gama mais ampla de ativos digitais. Contudo, o interesse pelas criptomoedas mais tradicionais prevalece e, como é de se imaginar, as duas maiores moedas do mercado são as mais presentes nos portfólios.

Conforme mostrado no gráfico abaixo, o bitcoin lidera o ranking dos ativos digitais, e está presente em 100% das carteiras de criptos (wallets) dos investidores entrevistados. Já o ethereum e os tokens não-fungíveis (NFTs) estão em 87% e 60% delas, respectivamente.

Bitcoin está presente em todos os portfólios de investimentos dos investidores mais ricos do criptomercado, diz pesquisa. (Imagem: Reprodução / Estudo da KPMG China e Aspen Digital)

Bitcoin está ‘velho’, mas não obsoleto 

Com política monetária clara desde os seus primórdios, ao contrário do dinheiro tradicional, o bitcoin não é controlado por nenhum órgão regulador ou instituição financeira. Em outras palavras, isso quer dizer que ele é descentralizado e independe de uma única entidade central.

Tecnologicamente, o bitcoin funciona 24 horas, 7 dias na semana, graças ao poder computacional despendido por uma rede de computadores mundialmente distribuída (Prova de Trabalho ou PoW), sendo possível fazer transações sem limites, seja ele territorial e ou de quantidade. 

O ouro 2.0 também desperta interesse dos investidores pelo seu número máximo — pré-determinado — de unidades. Distinto do real e do dólar que podem ser emitidos infinitamente e perdem poder de compra ao longo dos anos, o bitcoin possui escassez, com quantidade finita de 21 milhões de moedas.

De fato, atualmente o bitcoin é inflacionário, pois conta com uma taxa de emissão de unidades de 1,76% ao ano, correspondendo a 144 novos BTCs por dia. Contudo, como essa taxa cai pela metade a cada quatro anos, não possui risco inflacionário, pois todos os BTCs já terão sido emitidos até aproximadamente o ano de 2140.

Desse modo, o bitcoin atrai investidores não somente por sua descentralização, mas também por sua escassez e raridade, visto que tais características, alinhadas a uma adoção global crescente, fazem com que o BTC seja negociado a um preço cada vez mais alto no decorrer do tempo.

Os criptoativos vieram para ficar

Apesar de representar cerca de 40% do mercado de criptos e estar presente nas carteiras de investimentos das pessoas mais ricas do mundo, o bitcoin não deve estrelar sozinho, pois a ascensão de outras criptos cresce dia após dia.

Com número de possibilidades crescentes, a dominância do bitcoin perante outros ativos digitais cai ao longo dos anos. (Imagem: Reprodução / Fornecedor de dados em tempo-real, Coin360)

Além das possibilidades de ganhos financeiros, os ativos digitais oferecem um nível de transparência que vai muito além do que é possível em outras classes de investimentos. Até mesmo os NFTs, erroneamente associados apenas às artes digitais, já estão sendo usados para entretenimento e estratégias de marketing, ou até mesmo para certificar a origem de um produto.

Ademais, em contraste com os investidores do mercado de ações, por exemplo, que podem analisar relatórios trimestrais escritos por uma empresa de auto-relato, um investidor de criptomoedas pode acessar dados sobre o ativo quando desejar, a zero custo, sem necessidade de permissão.

Com o amadurecimento do setor e os avanços em regulamentação e infraestrutura, os criptoativos tendem a atrair cada vez mais olhares individuais e institucionais.

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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