ARTIGO*
Apesar de ter 118 anos de história, a FIFA está longe de ser “gagá” e ignorar constantes inovações. Não à toa, a Federação Internacional de Futebol, uma das maiores entidades que existe, anunciou que lançará, em breve, uma coleção de NFTs (tokens não-fungíveis).
Adotando uma estratégia de marketing — obviamente — bem assertiva, a FIFA escolheu os holofotes globais em cima do evento da Copa do Mundo, no Qatar, para impulsionar o lançamento da coleção de NFTs “FIFA + Collect”, que deverá acontecer ainda em setembro.
A novidade trata de ativos colecionáveis únicos de arte e imagens da Copa do Mundo e da Copa do Mundo Feminina do qual, segundo o diretor de negócios da FIFA, Romy Gaide, tem o objetivo de democratizar a capacidade de possuir uma parte dos eventos futebolísticos para si eternamente.
Fazendo jus à ideia de democratização, a FIFA escolheu o blockchain da algorand (ALGO), uma alternativa bem mais barata e acessível do que o ethereum (ETH), seu principal concorrente, para executar seus NFTs.
Em geral, esses NFTs são ativos que permitirão que os amantes do futebol possuam “momentos no tempo históricos das Copas do Mundo”, como os gols, defesas, e comemorações inesquecíveis, e os negociem — se assim desejar — com pessoas do mundo todo.
Também é válido ressaltar que, como se ajuda para visibilidade e credibilidade dos ativos digitais não fosse o bastante, a federação também informou que a coleção estará disponível em todos os dispositivos web e móveis em três línguas distintas — inglês, francês e espanhol —, pretendendo adicionar outros idiomas em seguida.
Informação banal? Não mesmo, pois todos os esforços e infraestrutura que a FIFA está oferecendo, incluindo conhecimento à população sobre tokens não-fungíveis, facilita e dissemina ainda mais a tecnologia das criptomoedas para o mundo.
FIFA + NFT importa, e muito
Muito mais do que o futebol, a Copa do Mundo também é um momento especial para o varejo e a economia. Direta ou indiretamente, o maior evento de futebol mundial movimenta um volume gigante de capital financeiro.
Ademais, os hábitos de compra estão passando por grandes transformações. O consumidor aprendeu a utilizar canais web para comprar, tendência que também serve para os produtos digitais relacionados ao evento esportivo.
A Copa do Mundo é um grande evento festivo que faz com que as pessoas, em escala global, consumam mais do que em outras datas mesmo sem notar — e é aqui que os ativos digitais da entidade podem se beneficiar.
NFT é a moda (nada) passageira
Estamos apenas no começo dessa nova jornada digital, e as aplicações possíveis para essa nova tecnologia ainda estão sendo experimentadas, com resultados diversos.
Contudo, os NFTs são como a internet em termos de evolução: revolucionou — e continua revolucionando — a vida de gerações, mas foi extremamente banalizada e reduzida a insignificante no começo.
Deixando o preconceito e investimentos de lado, analisando a tecnologia em si, há um universo novo que está sendo criado, com potencial de multiplicar exponencialmente o valor de marcas, ao mesmo tempo em que empodera os usuários.
Gostando ou não, a coleção da FIFA, no mínimo, vai gerar interesse para a tecnologia, onde muitos podem comprar um NFT por simples curiosidade ou até mesmo para eternizar o seu nome no evento — e não só “comprar parte de uma história”.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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