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Por que investidores ‘sardinha’ estão comprando bitcoin em peso

Mesmo em meio à queda da maior criptomoeda, estudos mostram um acúmulo maior por parte de pessoas físicas.

Devido à falta de centralização e menores barreiras de entrada, o bitcoin (BTC) tem ignorado o atual mercado de baixa (bear market) e ganhado cada vez mais espaço na carteira de investimento dos pequenos investidores de criptomoedas, também conhecidos como “sardinhas”.

De acordo com o divulgado recente feito pela empresa de análise de dados on-chain, Glassnode, os pequenos investidores de bitcoin agora detém mais de 1,21 milhão de BTCs, o que equivale, atualmente, a 6,3% da oferta circulante da principal criptomoeda do mundo.

Investidores “sardinhas” do BTC detêm 6,3% da oferta circulante da moeda. Fonte: Twitte Glassnode

Confirmando tal crescimento das sardinhas de BTC, temos a pesquisa publicada pelo chefe de pesquisa da Cooper.co, empresa de custódia de criptoativos para institucionais, do qual mostra a taxa média de crescimento dos endereços de carteiras digitais (wallets) que detêm menos de 1 BTC ao longo dos anos.

Número de pequenos investidores do BTC tem crescido ano após ano. Fonte: Twitter do chefe de pesquisa da Cooper.co

As sardinhas ocupam quase o lugar mais baixo na hierarquia do bitcoin, ficando logo acima dos plânctons, nome dado aos usuários que detém menos de 0,05 BTC. Sendo assim, tais dados trazem uma ideia não só do tamanho dos pequenos investidores de BTC, mas também que estão ganhando cada vez mais importância para a rede

Por que os ‘sardinhas’ estão comprando cada vez mais BTC?

Seguindo a estratégia do “buy and hold”, do qual consiste em comprar um ativo e “esquecê-lo” com o objetivo de acumular um patrimônio no longo prazo, as sardinhas têm acumulado cada vez mais BTC porque, ao que tudo indica, perceberam que a moeda é descentralizada e sua rede continua funcionando 24 horas, 7 dias na semana, em qualquer cenário.

Ademais, mediante a tal amadurecimento dos investidores um número significativo de usuários têm optado pela autocustódia, já que a confiança nas exchanges centralizadas caiu para novas mínimas históricas depois do colapso da FTX e bloqueios de saques pela Binance, a maior corretora do mundo.

Para se ter ideia do ‘game-changing’, a empresa de métricas de dados Santiment anunciou recentemente que a oferta de BTC nas exchanges caiu para apenas 6,95%, níveis que não eram vistos desde 2018.

Número de oferta de BTCs nas exchanges cai ao menor patamar desde 2018. Fonte: Tuíte feito pela Santiment

Fundamentos do BTC sobrepõem o preço

De fato, ao contrário de ciclos anteriores, investidores “sardinhas” estão mais sedentos por comprar bitcoin na “black friday” pois, acima de um produto financeiro para ganho de capital, perceberam que a maior criptomoeda do mercado:

  1. Funciona sem uma entidade central: descentralizado, pode ser negociado livremente entre os usuários sem chance de confisco ou impedimento;
  2. Tem independência da internet: sua rede pode ser acessada por satélite, rádio amador, SMS, entre outros;
  3. Conta com inspiração na raridade do ouro: é matematicamente programada para ter uma quantidade finita de 21 milhões de moedas. — onde mais de 91% já foi produzido e milhões de unidades estão perdidas;
  4. Usa a criptografia: todos os registros de dados da rede são feitos através de códigos alfanuméricos indecifráveis, do qual confere segurança e privacidade aos usuários;
  5. Projeção deflacionária: a cada 4 anos a moeda sofre o ‘halving’, evento que faz com que a emissão de novas moedas caia pela metade.

Por conta disso, inicialmente o comportamento dos pequenos investidores pode parecer confuso do ponto de vista da máxima “o varejo está sempre errado”. Porém, quando analisamos os fundamentos do bitcoin, é perceptível que a máxima pode não servir. 

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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