Governo prepara programa para reduzir depreciação da indústria
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o orçamento para a chamada depreciação acelerada, um novo programa de incentivo que o governo irá conceder à indústria para a renovação de maquinário, pode variar de R$ 3 bilhões a R$ 15 bilhões ao ano a partir do ano que vem. Segundo ele, vai depender do alcance da medida e das condições que forem aprovadas pelo Congresso no Orçamento.
“Hoje, reafirmamos o compromisso com a tese da depreciação acelerada já para 2024. Mas ainda vamos definir o alcance dela, que pode variar em relação aos setores que vai abranger, em relação ao encurtamento do prazo”, afirmou ministro.
“O pacote geral pode chegar a R$ 15 bilhões, mas ele pode sair de R$ 3 bilhões, de R$ 5 bilhões, de R$ 9 bilhões… Vai depender muito do espaço que o Congresso nos permitir em função das leis que nos são encaminhadas”, acrescentou.
Haddad falou aos jornalistas ao lado do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, depois de uma reunião no Palácio do Planalto. Alckmin disse que a conversa com Haddad havia sido sobre a produtividade da indústria. Na avaliação do governo, a indústria nacional perde competitividade com a “depreciação acelerada” das suas plantas de produção, e o novo incentivo servirá para reduzir esse processo.
Juros sobre capital
O ministro da Fazenda também confirmou ontem que o governo estuda acabar com os juros sobre capital próprio (JCP) no ano que vem. “É uma das medidas que estão sendo elaboradas pela Fazenda”, disse.
A medida se insere no objetivo do governo de tentar elevar a arrecadação para zerar o déficit das contas públicas em 2024, compromisso previsto pelo projeto do novo arcabouço fiscal. Em abril, Haddad anunciou que havia pedido à sua equipe para fazer estudos sobre o JCP, mecanismo previsto na legislação brasileira que as empresas utilizam para distribuir lucros aos seus acionistas.
IPC-Fipe cai 0,01% na 3ª quadrissemana de julho, repetindo variação da prévia anterior
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, caiu 0,01% na terceira quadrissemana de julho, repetindo a variação observada na segunda quadrissemana deste mês, segundo dados publicados nesta terça-feira (25) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na terceira leitura de julho, três dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força ou caíram em ritmo mais intenso: Habitação (de 0,33% na primeira quadrissemana a 0,30% na segunda quadrissemana), Alimentação (de -0,78% a -0,79%) e Vestuário (de 0,17% a 0,08%).
Por outro lado, houve aceleração da segunda para a terceira quadrissemana nas demais categorias: Transportes (de 0,04% a 0,08%), Despesas Pessoais (de 0,24% a 0,25%), Saúde (de 0,43% a 0,62%) e Educação (de -0,01% a 0,18%).
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na terceira quadrissemana de julho:
– Habitação: 0,30%
– Alimentação: -0,79%
– Transportes: 0,08%
– Despesas Pessoais: 0,25%
– Saúde: 0,62%
– Vestuário: 0,08%
– Educação: 0,18%
– Índice Geral: -0,01%
Prévia da inflação será divulgada nesta terça
O IPCA-15, índice considerado a prévia da inflação do país, será divulgado na manhã desta terça-feira (25), e deve balizar as visões para o Copom de agosto. A abertura deve ser positiva para o Ibovespa e baixista para o dólar. Nos juros, o IPCA-15 deve arbitrar a abertura, mas o viés para a sessão é de alta.
De acordo com Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena, a expectativa para o IPCA-15 de julho é de -0,06% e variação 12 meses em 3,21%.
De acordo com ela, o principal alívio desta leitura virá do desconto especial, conhecido como tarifa “Bônus Itaipu”, que será aplicado na conta de energia dos consumidores no mês de julho. Somente o item energia elétrica contribui com -15 bps neste mês. Outra pressão baixista no índice deve vir do efeito da MP 1.1175 de desconto no preço de automóveis. Esperamos deflação de -3,20% em automóveis novos. Por fim, o grupo alimentação no domicílio deve continuar em deflação, projetamos -0,79% ante – 0,81% em junho, puxado por cereais, carnes e leites.
Além desses vetores que ajudam, pontualmente, o índice a entrar em deflação no IPCA 15 de julho, o grupo passagem aérea também contribui desacelerando para 7% ante 10,70% em junho. No entanto, o grupo é motivo de alta dispersão nas projeções deste mês. A coletas de preços de passagem aérea indicam desde uma alta de 1% a 18%, o que pode adicionar 6 bps em relação a nossa projeção ou até a retirar -3bps.
Na contramão, a gasolina é o principal vetor altista da leitura. “Esperamos alta de 3,5% em razão da volta integral dos impostos federais (Cide, Pis/Cofins). Vale lembrar que este aumento teria sido maior caso a Petrobras não tivesse anunciado queda 30/06 de R$ 0,14 por litro. Até a primeira quinzena de julho, a nossa coleta proprietária de gasolina viu uma forte aceleração dos preços deste combustível.”
As principais medidas de núcleos deverão apontar variação média de 0,11% no mês e 5,5% em 12 meses, desacelerando em relação a variação de maio de 0,35% e 6,2% no mês anterior. E, a inflação de serviços subjacentes, poderá atingir 0,43%, abaixo da variação média de 0,48% (que rodou entre janeiro a maio deste ano).
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