1- FMI eleva com força estimativa para inflação no Brasil em 2021 e vê crescimento mais fraco
A projeção do Fundo Monetário Internacional para a alta dos preços no Brasil este ano aumentou de forma expressiva em meio às pressões inflacionárias globais, ao mesmo tempo em que o cenário para o crescimento piorou.
O Fundo passou a estimar uma alta de 7,9% do IPCA para este ano, contra 4,5% em sua última projeção para a inflação, feita em abril. Ao mesmo tempo, aumentou a conta para 2022 a 4,0%, de 3,5% antes.
“Olhando à frente, a inflação (no mundo) deve atingir o pico nos últimos meses de 2021, devendo retornar aos níveis pré-pandemia até meados de 2022 tanto para economias avançadas quanto países dos mercados emergentes, e com riscos voltados para cima”, disse o FMI no relatório Perspectiva Econômica Global, destacando a necessidade de uma comunicação clara combinada com políticas fiscal e monetária adequadas para contextos específicos dos países.
As projeções do FMI para a economia brasileira também pioraram. O crescimento do Produto Interno Bruto foi agora calculado em 5,2% este ano e em 1,5% em 2022, reduções respectivamente de 0,1 e 0,4 ponto percentual sobre a estimativa de julho, a última para o PIB.
O cenário do FMI para o Brasil fica bem aquém daquele previsto para os Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento, que inclui o Brasil –o grupo deve ter um crescimento de 6,4% este ano e 5,1% no próximo. Também é bem mais fraco do que as perspectivas para a América Latina e Caribe, de expansões de 6,3% e 3,0% respectivamente.
2- Só consideramos estender auxílio se nova variante de covid surgir, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na terça-feira que o governo só considera estender o auxílio emergencial se nova variante de covid-19 surgir, ressalvando que isso não é o que está acontecendo. Em participação ao vivo na TV Bloomberg, Guedes também defendeu que o crescimento da economia brasileira não será problema, e que o problema é a inflação.
Ao ser questionado se o governo considerava prorrogar o auxílio ligado à pandemia, Guedes respondeu que “só se uma nova variante entrar em ação”.
“Se houver um aumento na doença, vamos fazer a mesma coisa que fizemos antes: aumentamos os gastos, camadas de proteção aos cidadãos mais vulneráveis”, disse.
“Mas não é isso que está acontecendo. Com a vacinação em massa e retorno seguro ao trabalho, o que está acontecendo no Brasil é – verdade, a inflação está subindo – mas as políticas fiscais e monetárias estão lá e haverá crescimento no ano que vem”, disse.
Lideranças da Câmara dos Deputados e governo discutiam, desde o fim de setembro, a eventual prorrogação do auxílio emergencial, segundo afirmaram à Reuters fontes com conhecimento das tratativas, que ocorrem em meio a dificuldades de o Executivo Federal encontrar uma solução orçamentária para criar o programa social substituto do Bolsa Família, o Auxílio Brasil.
No Ministério da Economia, a avaliação por ora é que a prorrogação do auxílio emergencial é uma decisão política, mas que demanda espaço no Orçamento e precisa estar dentro do teto de gastos, segundo fonte com conhecimento direto das conversas.
3- Banco Mundial, FMI, OMC e OMS pedem mais doações de vacinas a países pobres
As lideranças dos principais organismos multilaterais do mundo defenderam na terça-feira (12), durante um evento realizado no âmbito da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), que os governos de países desenvolvidos acelerem a doação de vacinas contra a covid-19 para países pobres.
“As doações não são suficientes. É muito decepcionante”, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom. Ele disse que a demora na entrega de imunizantes aos países em desenvolvimento é “economicamente e moralmente errada”. Segundo Tedros, a economia global não vai se recuperar se não houver igualdade no acesso às vacinas.
“Sabemos que a economia mundial está se recuperando, mas os riscos estão aumentando”, acrescentou a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva. A líder ressaltou que os gargalos nas cadeias produtivas têm reduzido a retomada, mas que a desigualdade na mitigação da pandemia é, da mesma forma, um entrave para a recuperação econômica.
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, por sua vez, urgiu os países ricos a honrarem as promessas de entregas de vacinas a regiões mais pobres do planeta.
A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, defendeu que haja uma descentralização da produção dos imunizantes, com recursos para que os produtos sejam fabricados nos emergentes. “É preciso colocar as pessoas antes do lucro”, declarou.
4- Desigualdade aumenta no mundo e dívida de países pobres avança, alerta Malpass
A desigualdade no mundo vem aumentando em parte por causa das políticas dos bancos centrais de países ricos, afirmou o presidente do Banco Mundial, David Malpass. “A renda mediana por capita para economias avançadas vem crescendo 5% em 2021, mas para países pobres o avanço é apenas de 0,5%”, disse ele nesta terça-feira (12) em evento online de perguntas e respostas realizado pela instituição. “É uma diferença de dez vezes, o oposto do que queremos. Para reduzir a desigualdade, é preciso evoluir mais nos países pobres.”
De acordo com o executivo, a concentração de renda e riqueza nos países ricos está relacionada à política de bancos centrais dessas nações, que vêm comprando principalmente ativos considerados mais seguros pelas agências de classificação. “Isso dificulta a ida de recursos para países em desenvolvimento”, afirmou. “Os BCs pegam emprestado dos bancos para colocar dinheiro nos mais ricos, o oposto do que gostaríamos”, completou.
Malpass lembrou que, em 2020, a dívida de países pobres subiu 12%, alcançando US$ 860 bilhões. “Preferíamos que caísse”, afirmou. “É uma reversão que eu acho preocupante para o mundo.”
O presidente do Banco Mundial também falou sobre vacinas, dizendo que a chegada de doses a países em desenvolvimento não foi tão bem sucedida quanto ele esperava. “Trabalhamos todos os dias com fabricantes de vacinas, mas também com governos dos países ricos, que controlam a oferta”, disse. “É importante eles permitirem entregas para nações em desenvolvimento”, completou.
5- Bolsonaro é acusado de crimes contra humanidade por derrubada da Amazônia
O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo e as perdas equivalem a um crime contra a humanidade com o fortalecimento da mudança climática, afirmou uma organização ambiental sem fins lucrativos nesta terça-feira.
A AllRise, sediada na Áustria, apresentou uma queixa ao Tribunal Penal Internacional (TPI) acusando o líder de extrema direita de “facilitar e acelerar” as perdas na Amazônia com políticas que incentivam o desmatamento, grilagem de terras e mineração ilegal.
“Jair Bolsonaro está alimentando a destruição em massa da Amazônia com os olhos bem abertos e com pleno conhecimento das consequências”, disse o fundador do grupo, Johannes Wesemann, em um comunicado.
O Palácio do Planalto não respondeu a um pedido de comentário.
A queixa é apenas a última de uma série de acusações feitas contra Bolsonaro no TPI desde que ele assumiu o poder em 2019, embora seja a primeira a vincular a destruição da Amazônia às mudanças climáticas e aos impactos esperados na saúde como resultado do aquecimento, disse a AllRise.
Outras acusações criticaram Bolsonaro por sua forma de lidar com a pandemia de coronavírus no Brasil, onde mais de 600.000 pessoas morreram, e por suas políticas que afetam os povos indígenas.
O TPI pode levar anos para decidir se investigará a nova queixa, disseram especialistas jurídicos.
(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)
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