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Economia

Copom mantêm Selic em 13,75%, conforme esperado pelo mercado

Assim como no comunicado anterior, BC diz que se manterá vigilante em relação à inflação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quarta-feira (26) que decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 13,75% ao ano. A decisão foi unânime e vem em linha com o esperado pelo mercado.

A decisão do Copom já havia sido de manutenção da Selic na reunião anterior, em setembro. O comunicado desta quarta manteve o tom do anterior: ​”O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”, disse o BC.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, diz ainda o comunicado.

O Copom reforçou ainda que segue monitorando as expectativas de inflação para definir a política monetária.

“Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024.”

Repercussão

Fabio Astraukas, CEO da Siegen Consultoria, diz que a manutenção da taxa Selic é um claro indicativo de que a batalha contra a inflação será dura e longa, estendendo-se até o ano que vem. “Deve-se lembrar que o IPCA-15 subiu 6,85% em 12 meses e já teve alta de 4,80% este ano. E o Banco Central foi explícito ao salientar que continua a ter a redução da inflação como sua principal meta”.

Na mesma linha, Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos, comenta que “ainda existem alguns pontos de atenção que podem causar pressões inflacionárias, como o aquecimento do mercado de trabalho no Brasil”.

“O Copom vai deixar as portas abertas para um futuro aumento residual da Selic, se for necessário. Mas acredito que os juros devem voltar a cair no segundo trimestre do ano que vem, se o cenário de controle da inflação permanecer nos atuais níveis”, acrescenta Bertotti.

Para Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, o tom do comunicado “sinaliza uma postura mais cautelosa do Comitê, em especial pelas incertezas do cenário externo, que pode caminhar para um cenário de recessão, levando a uma menor demanda por commodities, e também pressionando os preços via importação, que seguirá onerosa com um dólar projetado de R$ 5,25, o que acaba por puxar a inflação local.”

O especialista destaca que “a taxa mantida não exclui a possibilidade de novas altas caso o processo de desinflação não caminhe como o esperado, e essa mensagem é fundamental para o mercado”.

Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos, avalia que “a reunião deste mês não trouxe grandes novidades” e que “o balanço de riscos apontado pelo Copom também segue o mesmo”.

“A manutenção da taxa deverá se manter pelo menos até maio do ano que vem, quando acreditamos que o Banco Central poderá começar a reduzi-la. Não vimos nenhuma alteração no comunicado ou no cenário geral desde o último Copom que justificasse uma mudança em nossas projeções. Dessa forma a Selic deve terminar 2023 em 10,75%“, prevê Pacheco.

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