Quase 80% dos americanos temem perder o emprego em uma recessão
Quase quatro em cada cinco trabalhadores nos EUA temem perder o emprego durante uma possível recessão, um sinal do alto nível de ansiedade entre os americanos com as perspectivas crescentes de uma desaceleração econômica.
A constatação é de uma recente pesquisa da empresa de recursos humanos Insight Global, que também descobriu que 54% dos trabalhadores aceitariam um corte salarial se isso significasse manter o emprego. Uma parcela semelhante não acredita que seu emprego seja à prova de recessão.
Um número crescente de economistas prevê uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses, à medida que o Federal Reserve intensifica sua luta contra a inflação. Os aumentos de preços superam os ganhos salariais e prejudicam o poder de compra dos americanos, o que leva muitos a concluir que a crise já começou.
Apesar disso, o mercado de trabalho permanece forte por enquanto, com a taxa de desemprego nos EUA prevista para ficar perto do menor nível em mais de 50 anos para o mês de junho, quando os dados do governo serão divulgados na sexta-feira. As demissões estão em patamares historicamente baixos, apesar de anúncios isolados de cortes de empregos em empresas como Netflix (NFLX34) e Tesla (TSLA34).
Mas os americanos têm boas razões para temer por sua segurança no emprego – quase nove em cada 10 gerentes de empresas americanas disseram que “provavelmente” teriam que demitir funcionários durante uma recessão, segundo uma pesquisa realizada em junho.
Há sinais de que os trabalhadores já estão sendo pressionados. Os pedidos de seguro-desemprego nos EUA na semana passada subiram ligeiramente para o maior nível desde janeiro, sugerindo que a força do mercado de trabalho está diminuindo.
Cerca de 56% dos trabalhadores americanos dizem que não se sentem financeiramente preparados para uma recessão ou não sabem como se preparar para uma. Entre os grupos demográficos, as mulheres e os millennials se sentem mais inseguros.
Colapso cripto ameaça ampliar desigualdade racial nos EUA
Os ativos digitais que atraíram investidores negros com a promessa de enriquecimento rápido estão agora em queda livre e ameaçam ampliar as desigualdades no mercado financeiro.
Em uma pesquisa com mais de 4400 pessoas nos EUA, cerca de um quarto dos entrevistados negros e hispânicos disseram que já tiveram ou detinham criptomoedas, contra apenas 17% dos brancos, segundo um relatório da consultoria de negócios Morning Consult. Isso sugere que uma proporção maior de investidores negros foi prejudicada pela liquidação das criptomoedas, que já eliminou US$ 2 trilhões em valor de mercado.
As famílias negras são quase seis vezes mais propensas a terem falta ou nenhuma bancarização do que as brancas e sofrem mais frequentemente com recusa de financiamento imobiliário, que há muito é visto como chave para o sucesso e a segurança financeira. Isso criou desigualdades gritantes, com um patrimônio líquido de US$ 188.200 em uma família branca típica, ante US$ 24.100 entre famílias negras e US$ 36.100 nos lares hispânicos, segundo pesquisa de 2019 do Federal Reserve.
As criptomoedas foram aclamadas como um ativo descentralizado com o poder de democratizar o acesso ao dinheiro e serviços financeiros – e provou ser particularmente atraente para investidores de grupos minoritários que enfrentam barreiras para acumular riqueza através de instituições financeiras tradicionais, disse Charlotte Principato, analista de serviços financeiros da Morning Consult.
“A barreira de entrada para criptomoedas é menor”, disse. “Os consumidores negros, em particular, veem as criptomoedas como uma oportunidade de construir riqueza fora de um sistema tradicional que não os serviu bem historicamente.”
Pequenos investidores foram atraídos por histórias de pessoas que se tornaram milionários da noite para o dia com criptomoedas e pelo endosso de celebridades como Kim Kardashian e Elon Musk. Isso ajudou a popularizar as criptomoedas, com mais de 15% de adoção entre os consumidores, segundo a Morning Consult.
“A criptomoeda se tornou um fenômeno cultural”, disse Principato. “Há um medo de perder o bonde entre os consumidores .”
Desconfiados dos mercados de ações, quase 40% dos jovens investidores negros investiram avidamente em ativos digitais, classificando as criptomoedas como a melhor opção de investimento, de acordo com uma pesquisa de abril da Ariel Investments e da Charles Schwab.
Agora, uma proporção maior deles está exposta a uma queda cada vez maior, com as maiores criptomoedas amargando queda de 65% apenas em 2022, de acordo com o Galaxy Crypto Index da Bloomberg.
Corretora de criptomoedas Binance.US contrata ex-executiva do PayPal como diretora financeira
A Binance.US, sócia nos Estados Unidos da maior corretora de criptomoedas do mundo, nomeou a ex-executiva do PayPal Jasmine Lee como diretora financeira nesta quinta-feira (7).
Lee atuou mais recentemente como diretora financeira e diretora de operações da Acorns, um aplicativo de investimentos. Antes disso, ela passou oito anos no PayPal em cargos executivos de alto escalão.
A nomeação ocorre em momento que os investidores estão se desvinculando de ativos digitais com medo de que aumentos agressivos nas taxas de juros por bancos centrais globais provoquem uma desaceleração econômica.
O setor de criptomoedas também está na mira de reguladores, que temem os potenciais efeitos da fraqueza dos mercado de ativos digitais em todo o setor financeiro. Isso levou a uma pressão por mais regras sobre o amplamente não regulamentado segmento.
“Sua experiência no Paypal será inestimável à medida que traçamos nosso caminho para um IPO nos próximos anos”, disse o presidente-executivo da empresa, Brian Shroder, em comunicado.
Lee substitui o diretor financeiro interino Eric Segal, que ocupava o cargo desde outubro e agora deixou a Binance.US, informou o Wall Street Journal, citando um porta-voz da empresa.
Lançada em 2019, a Binance.US obteve uma avaliação anterior de US$ 4,5 bilhões em abril, quando levantou US$ 200 milhões em uma rodada de financiamento.
No ano passado, o ex-presidente-executivo da empresa, Brian Brooks, renunciou apenas três meses depois de assumir o cargo.
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