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Economia

IPCA fecha 2021 com avanço de 10,06%, maior alta desde 2015

Inflação ficou bem acima do teto da meta, puxada principalmente pelos combustíveis, segundo o IBGE.

Gasolina ou etanol: o que vale mais a pena? (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
Gasolina ou etanol: o que vale mais a pena? (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

A inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o ano de 2021 com avanço acumulado de 10,06%, a maior taxa anual desde 2015, informou nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o indicador ficou bem acima do teto da meta estipulado pelo governo, de 5,25%. O resultado veio acima das expectativas do consenso do mercado.

Apesar da forte alta no último ano, o IPCA mostrou tendência de desaceleração no final do período. Em dezembro de 2021, a inflação foi de 0,73%, 0,22 ponto percentual abaixo da taxa de 0,95% registrada em novembro.

IPCA ano a ano até 2021

O ano de 2021 foi marcado por choques de custos em meio à pandemia de covid-19, que afetou a cadeia de oferta global e provocou alta dos preços em todo o mundo. A economia brasileira também enfrentou alta de commodities e desvalorização da taxa de câmbio, bem como avanço nos preços dos combustíveis e crise hídrica que pegou em cheio as contas de luz.

Alta dos combustíveis puxou IPCA em 2021

O resultado de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo transportes, puxado pela alta no preço dos combustíveis. A categoria apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 pontos percentuais) no acumulado do ano.

Em nota, o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, acrescentou que, com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. “Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, complementa.

Outro destaque nos transportes foi o preço dos automóveis novos, que subiu 16,16%, e usados (15,05%). “Esse aumento se explica pelo desarranjo na cadeia produtiva do setor automotivo. Houve uma retomada na demanda global que a oferta não conseguiu suprir, ocorrendo, por exemplo, atrasos nas entregas de peças e, as vezes do próprio automóvel”, explicou o técnico do IBGE em comunicado.

Em seguida, puxou a variação do IPCA o grupo habitação (13,05%), com o maior peso da energia elétrica, com aumento de 21,21% no ano. Por fim, a categoria alimentação e bebidas subiu 7,94%. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.

Estouro da meta e efeitos

Com o estouro da meta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá que escrever uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando os motivos de o objetivo não ter sido cumprido, a sexta vez que isso ocorre desde a criação do sistema de metas para a inflação, em 1999.

A última vez em que isso aconteceu foi em 2017, porém naquela ocasião, a carta teve de explicar por que a inflação terminou o ano abaixo do piso da meta, e não acima.

IPCA em 2020

No fechado de 2020, o IPCA acumulou um avanço de 4,52%, o maior até então desde 2016, ficando acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC) para o ano, de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. 

INPC fecha o ano em 10,16%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,73% em dezembro, mesma variação do IPCA. O resultado ficou 0,11 ponto percentual abaixo do registrado no mês anterior (0,84%). Em 2021, o INPC fechou o ano com alta de 10,16%, acima dos 5,45% registrados em 2020.

Após a variação negativa registrada em novembro (-0,03%), os produtos alimentícios tiveram alta de 0,76% em dezembro. Já os não alimentícios tiveram variação menor que a do mês anterior, passando de 1,11% em novembro para 0,72% em dezembro.

*Com Reuters

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