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Economia

Mesmo com crescimento baixo, Brasil deve voltar à lista dos maiores PIBs em 2023

Estimativa do FMI é que o país retorne à lista das maiores economias do mundo ao passar Itália e Irã.

Apesar de registrar crescimento mais baixo na comparação com outros países nos próximos anos, o Brasil deve retornar à lista das 10 maiores economias do mundo em 2023, segundo estimativas. Esse retorno, no entanto, está mais relacionado às fraquezas de países que hoje estariam à frente, como Itália e Irã. Essa é a avaliação feita pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, diante das projeções feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Considerando o Produto Interno Bruto (PIB) em dólares e valores correntes, o Brasil saiu do top 10 do ranking da economia mundial em 2020, quando passou do 9º para o 12º lugar. Segundo dados preliminares do FMI, em 2021 o país caiu ainda mais, passando para a 13ª posição.

Agora, as projeções dão conta de que, em 2022, o Brasil fechará o ano como a 12ª maior economia, até chegar ao 10º lugar novamente em 2023, ultrapassando Itália e Irã. Em 2024, deve subir para a 9ª posição, passando a Rússia.

“Tem um pouco de recuperação do Brasil, a economia crescendo mais. Mas também tem o caso do Irã, que é muito focado no petróleo e sofre com a baixa da demanda pela desaceleração global. Sobre a Itália, a economia da Europa está preocupando bastante. E, claro, a Rússia perdendo valor”, resumiu Agostini em entrevista ao InvestNews.

O economista chama atenção para o fato de que, apesar da perspectiva de que o Brasil recupere posições na lista das maiores economias, o PIB terá crescimento abaixo da média geral dos outros países nos próximos anos. 

Segundo as estimativas do FMI, de 2022 a 2027, a economia deve crescer, em média, 1,9% ao ano no Brasil – abaixo da média geral, de 2,7%. 

“A gente está crescendo, na média, muito próximo a países desenvolvidos, que não têm as mesmas necessidades que as do Brasil, não têm níveis de desigualdade tão altos como aqui.”

A economia brasileira registrou variação positiva de 0,4% no 3º trimestre de 2022 em comparação ao 2º trimestre, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (1º). 

Agostini cita dois motivos principais para a perspectiva de baixo crescimento da economia brasileira: juros altos e incertezas fiscais. 

“A taxa de juros que já vem surtindo efeito na economia. E outro fator é a questão da preocupação que já vinha sendo manifestada na virada do ano em relação ao ambiente fiscal,  muito também pelo período da eleição. A gente sabia que, independente de quem ganhasse haveria um abacaxi muito grande para ser descascado.”

O economista menciona ainda “preocupação com o cenário externo”. “Por exemplo, parte da queda da agropecuária muito provavelmente está relacionada à queda dos preços de commodities, que despencaram justamente pela queda da demanda internacional.”

Histórico do Brasil

Nos últimos anos, a melhor posição do Brasil na lista das maiores economias do mundo foi entre 2010 e 2014, período no qual permaneceu em 7º lugar. Já a pior posição (14ª) foi em 2003. Veja abaixo:

Maiores economias do mundo em 2022

Segundo as estimativas do FMI, em 2022 os maiores PIBs do mundo devem continuar sendo Estados Unidos, China, Japão e Alemanha – que figuram na mesma ordem desde 2010. No entanto, na 5ª posição desde 2014, o Reino Unido deve ser ultrapassado pela Índia

A economia britânica é a única entre as 7 maiores economias do mundo que ainda não se recuperou totalmente da queda provocada pela pandemia de covid-19.

Dados oficiais divulgados em novembro mostraram que a economia britânica caiu 0,2% no terceiro trimestre de 2022, reforçando expectativas de uma longa recessão enquanto as famílias e empresas enfrentam grave crise do aumento do custo de vida.

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