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Economia

PIB do Brasil sobe 0,4% no 3º tri, abaixo das expectativas

IBGE também revisou dados do 2º tri, de alta de 1,2% para 1%.

Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou variação positiva de 0,4% no 3º trimestre de 2022 em comparação ao 2º trimestre, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (01). Foi o quinto período seguido de alta, mas abaixo das expectativas, de 0,6%.

Pelo lado da oferta, o maior crescimento foi do setor de serviços, de 1,1%, seguido pela indústria, que subiu 0,8%, enquanto a agropecuária recuou 0,9%,

Expectativa do Banco Central medida pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado prévia do PIB, era de aumento de 1,36% no período.

O PIB do Brasil, soma dos bens e serviços finais produzidos no país, totalizou R$ 2,544 trilhões em valores correntes no terceiro trimestre – maior patamar da série histórica, iniciada em 1996 e 4,5% acima do pré-pandemia, no 4º trimestre de 2019.

Segundo especialistas, o terceiro trimestre costuma ser historicamente mais fraco que os demais.

Serviços foi ‘motor de crescimento’ no trimestre

Segundo especialistas, o setor de serviços, que responde por cerca de 70% da economia, continuou puxando a alta do PIB do Brasil no terceiro trimestre deste ano e tem sido o grande motor da economia do país.

Por nota, Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos destacou que o setor tem sido a mola do crescimento nos últimos meses, pois depende, em sua maioria, da circulação da renda já existente ou fornecida.

Segundo ele, os consumidores estavam bem “empolgados” com os auxílios na economia e mais dinheiro disponível, como liberação do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o que ajudou a manter o crescimento do país.

Já Juliana Trece, economista do FGV Ibre, destaca que a recuperação dos setores de bares, restaurantes, hotéis e saúde privada, que foram muito impactados na pandemia, ajudaram no desempenho do setor dos serviços, além dos estímulos fiscais.

Segundo o IBGE, os destaques de alta em serviços foram informação e comunicação (3,6%), com a alta dos serviços de desenvolvimento de software e internet, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%) e atividades imobiliárias (1,4%).

“As outras atividades de serviços já vêm se recuperando há algum tempo, com a retomada de serviços presenciais que tinham demanda represada durante a pandemia”, explicou em nota a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

O único segmento dos serviços que teve variação negativa foi o comércio, de 0,1% no terceiro trimestre. “Esse é um cenário que já vínhamos observando na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. O resultado reflete a realocação do consumo das famílias dos bens para os serviços”, pontua, em nota, a coordenadora do IBGE.

Construção civil puxa resultado da indústria

A construção, que está entre as atividades industriais, avançou 1,1% no período. 

“Essa atividade já vinha crescendo há quatro trimestres e segue aumentando, inclusive em ocupação. Outro destaque do setor é Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,6%), atividade que foi beneficiada pela redução da energia termoelétrica”, afirmou Rebeca. 

Agropecuária recua após 3 trimestres de alta

Após três trimestres com variação positiva, a agropecuária recuou 0,9% no 3º tri. No acumulado do ano, o setor agropecuário caiu 1,5%.

“A retração é explicada pelas culturas que têm safra relevante nesse trimestre e tiveram queda de produção, como é o caso da cana-de-açúcar e de mandioca. Já no ano, o desempenho do setor é ligado aos resultados da soja, nossa principal cultura, que teve a sua produção afetada por problemas climáticos”, diz Rebeca.

Consumo das famílias segue crescendo

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu pelo sexto trimestre consecutivo. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o aumento foi de 4,6%.

Segundo o IBGE, “esse crescimento está relacionado aos resultados positivos do mercado de trabalho, em relação ao rendimento e à ocupação, aos auxílios governamentais, como o Auxílio Brasil, Auxílio Taxista e o Auxílio Caminhoneiro, às políticas de desoneração fiscal e a uma inflação mais recuada, mesmo que ainda esteja alta”, afirma Rebeca. No mesmo período, o consumo do governo cresceu 1,0%.

Os investimentos em bens de produção cresceram 5,0%, influenciados pela alta da construção, do desenvolvimento de softwares e também da produção e importação de bens de capital.

PIB na comparação anual

Na comparação com o mesmo período de 2021, o PIB avançou 3,6%. A alta foi puxada por serviços, que avançaram 4,5%, com destaque para outras atividades de serviços (9,8%) e yransporte, armazenagem e correio (8,8%) e informação e comunicação (6,9%), seguidos pelos setores de agropecuária, que cresceu 3,2%, e Indústria, 2,8%.

Revisão do 2º tri

O Instituto também indicou a revisão do PIB do 2º trimestre de 2022, de 1,2% anteriormente, para 1%.

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