O posicionamento mais forte no real pode elevar a sensibilidade da moeda brasileira a um aumento de ruído político doméstico e a um dólar globalmente mais forte, disseram estrategistas do Morgan Stanley em relatório nesta segunda-feira (19), considerando que a barra para mais surpresas “hawkish” por parte do Banco Central está mais alta.
A visão dos profissionais se dá em meio a um cenário mais conservador para as moedas emergentes em geral. O Morgan Stanley está “bullish” (otimista) com o dólar por entender que há divergências macroeconômicas, de política monetária e de situação sanitária que mantêm a atratividade da moeda norte-americana como ativo de investimento.
Para o Morgan Stanley, o mercado no Brasil já colocou nos preços alta de 100 pontos-base da Selic na próxima reunião de política monetária do Copom (3 e 4 de agosto), com o juro indo a 7% ao fim deste ano (a taxa está em 4,25%).
“Dessa forma, embora o ciclo de alta dos juros em curso deva continuar a fornecer suporte para o real, achamos que o posicionamento comprado (em real) mais pesado deve ampliar a sensibilidade da moeda a ruído político em alta e a um dólar mais forte”, disseram estrategistas do banco.
Ao mesmo tempo, na curva de juros, a expectativa é de alguma limitação ao espaço para queda nas taxas da chamada “barriga” da curva, com um BC comprometido a ancorar a inflação e um Fed “hawkish” (inclinado a apertar a política monetária). Ainda assim, o viés da curva ainda é de queda na inclinação.
Veja também
- O que é CVM? Entenda a importância do órgão para todo investidor
- De corretora cripto a unicórnio: como repetir a história do Mercado Bitcoin?
- Por que a B3 resolveu mudar sua plataforma para o investidor pessoa física?
- Leilão de ações: como não comprometer o investimento?
- ‘BR Distribuidora está no seu melhor momento operacional’, diz analista
- Quanto custa ter uma realeza?