As “tias dos gatos” podem ter se tornado um grande obstáculo a um eventual retorno de Donald Trump à Casa Branca. Poucos minutos após o fim do primeiro debate entre Trump e a vice-presidente Kamala Harris, Taylor Swift anunciou seu apoio à candidata democrata.
No post do Instagram em que afirmou seu apoio a Kamala, Taylor referiu-se a si mesma como “childless cat lady” – algo como “a solteirona dos gatos” – e publicou uma foto abraçada a um dos seus três bichanos, Benjamin Button.
Foi uma cutucada em JD Vance, candidato à vice-presidência na chapa de Donald Trump. Em uma entrevista dada em 2021, Vance reclamou que os Estados Unidos tinham sido tomados por “um monte de tias de gatos, sem filhos, infelizes com as suas próprias vidas e escolhas e agora querem fazer o resto do país infeliz também”.
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“É um fato básico. Todo o futuro dos democratas está sob controle de pessoas sem filhos. Qual o sentido de entregarmos nosso país a pessoas que não tem realmente interesse nele?”, continuou o republicano, se referindo a conhecidas lideranças do partido democrata, Kamala Harris entre elas.
As falas de JD Vance repercutiram e entraram com tudo na campanha presidencial, atraindo a ira de muitas mulheres americanas – e, agora se sabe, também da maior estrela pop do mundo.
“Estou votando em Kamala Harris porque ela luta pelos direitos e causas que eu acredito precisarem de uma defensora forte”, escreveu Swift para seus 283 milhões de seguidores no Instagram.
“Ela é uma líder habilidosa e equilibrada, e acredito que poderemos realizar muito mais nesse país se formos liderados pela calma, e não pelo caos”, acrescentou. Swift também elogiou a escolha do governador de Minnesota, Tim Walz, como vice na chapa de Harris, dizendo estar “animada e impressionada” com um candidato “que defende os direitos LGBTQ+, fertilização in vitro e o direito da mulher ao próprio corpo há décadas”.
A equipe de Harris rapidamente capitalizou o apoio de Swift. Quentin Fulks, vice-gerente de campanha, afirmou que o endosso “significa muito para nós”.
“É Taylor Swift. Respeitamos seu apoio, e ela obviamente estava assistindo e prestando atenção esta noite”, disse Fulks.
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A campanha compartilhou o endosso nas redes sociais e começou a aceitar encomendas de pulseiras da amizade Harris-Walz, uma referência aos presentes que os fãs de Swift trocam em seus shows.
Os fãs fervorosos da popstar vinham acompanhando de perto suas redes sociais e aparições públicas em busca de sinais sobre seu posicionamento nas eleições. Swift apoiou Joe Biden e Harris em 2020, e ao longo de sua carreira, fez algumas outras declarações públicas em favor de políticos democratas.
O enorme público de Swift cresceu no último ano enquanto ela fazia shows lotados em estádios mundo afora – inclusive no Brasil – e começou um relacionamento com o jogador de futebol americano Travis Kelce, do Kansas City Chiefs.
O sucesso de sua turnê “Eras” impulsionou Swift a se tornar a bilionária mais jovem dos EUA no ano passado, aos 33 anos, segundo análise do Bloomberg Billionaires Index.
Golpe para Trump
Swift disse que decidiu se manifestar após descobrir que Trump usou suas redes sociais para divulgar imagens geradas por inteligência artificial, que a faziam parecer apoiar o ex-presidente.
“Isso realmente despertou meus medos em relação à IA e os perigos da disseminação de desinformação”, disse ela. Isso também a levou a concluir “que preciso ser muito transparente sobre meus planos para esta eleição como eleitora”.
Trump tentou ativamente conquistar o apoio de Swift, destacando sua assinatura, como presidente, do Music Modernization Act, que visava proteger os direitos autorais dos músicos – uma questão pela qual a cantora é uma defensora vocal.
“Joe Biden nunca fez nada por Taylor e nunca fará. Não há como ela apoiar o corrupto Joe Biden, o pior e mais corrupto presidente da história do nosso país, e ser desleal com o homem que a fez ganhar tanto dinheiro”, escreveu Trump em fevereiro, quando Biden estava à frente da chapa democrata, na Truth Social, plataforma de mídia social que ele possui.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, alertou Trump a não criticar o apoio de Swift.
“Não subestime esse apoio”, disse Newsom aos repórteres. “Ela é um ícone cultural. Algo grande aconteceu no mundo em termos de energia e vitalidade associadas a ela, o otimismo que ela traz.”
Com Bloomberg
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