Finanças
10 ações baratas na bolsa que pagam bons dividendos
O preço das ações negociadas em bolsa pode ser considerado “descontado” segundo várias métricas.
O preço das ações negociadas em bolsa pode ser considerado “descontado” segundo várias métricas. Uma das oportunidades ao investidor é aproveitar o preço baixo para adquirir papéis que garantem rendimentos constantes. Pensando nisso, o InvestNews consultou analistas de mercado para formular uma lista de 10 ações “baratas” que pagam bons dividendos, superando a inflação e a taxa de juros.
É comum que o mercado enxergue grande valor em empresas com lucros constantes e crescimento saudável – e que as considere valiosas. Quando o mercado não está disposto a pagar esse valor por elas, tais ativos tendem a ser considerados mais baratos. E é aí que o investidor pode encontrar oportunidade de lucrar.
Richard Camargo, analista da Empiricus, sinaliza que o momento é positivo para quem quer se posicionar em empresas pagadoras de dividendos.
“A bolsa, como um todo, está muito barata”, afirma. “Entre os nomes de dividendos isso se acentua, devido à alta da Selic e à fuga de muitos investidores para a renda fixa”.
O analista fez uma seleção de 10 empresas abaixo de seu preço justo que realizam distribuições de dividendos acima da inflação e da taxa Selic. Ele usou como um dos parâmetros a relação entre o EV (enterprise value ou valor da empresa) e o Ebitda(sigla em inglês para Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização). Confira:
Petrobras (PETR3, PETR4)
A Petrobras (PETR3, PETR4) se destaca como a maior companhia de petróleo no Brasil e uma das maiores do mundo. No setor de commodities, é uma das três recomendações de Camargo, que não enxerga o ruído político das trocas de diretores como um fator de peso nessa análise.
“Os dividendos de 20% ao ano com possibilidade de aumento são muito mais atrativos”, diz ele. Uma vez que o governo é o principal sócio da Petrobras, as distribuições de dividendos também são uma forma de arrecadação para o estado, segundo ele.
Vale (VALE3)
Outra das recomendações do setor de commodities, a Vale (VALE3) é outra aposta do analista.
“A Vale negocia hoje a 3x EV/EBITDA para 2022, com potencial de retornar até 15% do investimento via dividendos e recompra de ações”. EV/EBITDA é um indicador que analisa o valor da empresa sobre suas dívidas e taxas – um EV/EBITDA de 3 é considerado muito baixo para a média de mercado.
Já os dividendos da Vale entre junho de 2021 e junho de 2022 foram de 18% sobre o valor da ação (dividend yield) – no intervalo de tempo, haviam sido distribuídos R$ 14,08 com ações negociadas entre R$ 117 e R$ 62 (máxima e mínima) do período.
Cosan (CSAN3)
O Grupo Cosan (CSAN3) fecha o trio de recomendações na área de commodities pela versatilidade dos seus negócios. Ela possui uma diversificação horizontal da sua atividade, detendo desde as fazendas que plantam soja e cana até a distribuição do etanol.
Entre junho de 2021 e junho de 2022, as ações oscilaram entre R$ 17,60 e r$ 27,20, o que torna o preço um atrativo para o analista. O EBITDA (sigla em inglês para Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) da companhia ainda subiu 4,8% no primeiro trimestre do ano, corroborando os resultados positivos da operação.
Alupar (ALUP3)
“A Alupar (ALUP3) tem servido como porto seguro, bastante resiliente, com uma série de novos projetos entrando operacionais em 2021 e 2022”, afirma o analista, começando a analisar as empresas do setor de energia. A Alupar é a maior companhia brasileira 100% privada do setor.
“É uma empresa com histórico de disciplina financeira e que deverá ser uma das principais pagadoras de dividendos brasileira nos próximos anos.” A ação já havia sido recomendada duas vezes na carteira da Nubank no período do último mês.
EDP Brasil (EDNBR3)
A EDP Brasil (ENBR3) também observou um aumento de EBITDA e EBITDA ajustado entre o primeiro trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2021 – 31% e 20%, respectivamente.
A companhia também possui uma estratégia de rotação ativa de linhas de transmissão, vendendo e comprando novas linhas em momentos estratégicos. Foi o que fizeram no 4º trimestre, vendendo linhas no ES e Maranhão e comprando as linhas de Goiás, em um trimestre com alta de 15% no lucro.
Sanepar (SAPR4)
A Sanepar (SAPR4), uma empresa do setor de saneamento básico, negocia hoje com quase 4x EV/EBITDA, superando as concorrentes e sendo considerada muito abaixo do preço justo de mercado.
Seus dividendos estavam na faixa de 6% em junho de 2022, mas a expectativa de mercado é de novas distribuições até o fim do ano.
Itaú (ITUB3)
“Por motivos conjunturais, os bancos brasileiros negociam com desconto aos múltiplos médios anos”, afirma Camargo. “O Itaú (ITUB3), por exemplo, negocia a 7,2x lucros contra 8,8x como média dos últimos 5 anos. São ótimas métricas”.
A empresa reportou um lucro de R$ 7,3 bi no 1 trimestre, o que surpreendeu e dividiu a opinião de analistas. Enquanto isso, a venda de sua fatia da XP (XPBR31) segue impactando o preço de ambas as companhias.
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil (BBAS3) ainda possui o controle de diversos serviços financeiros do país, sendo uma empresa mista. “Em termos relativos, nos parece quase tão barato quanto nos lows de março de 2020, quando irrompeu a pandemia.”, disse Camargo.
O banco realizou distribuição recente de JCP no valor de R$ 0,25 por ação, reiterando seu DY de 9,44% em junho de 2022. Além disso, a digitalização do BB a coloca como uma empresa de destaque, sendo a primeira a distribuir crédito via WhatsApp.
BB Seguridade (BBSE3)
O setor de seguros é outro setor perene, e por isso o Brasil Seguridade (BBSE3) aparece nessa lista. Ele negocia com um EV/EBIT de quase 10x e duas vezes o lucro por ação. Ele indicador (EV/EBIT) analisa a relação entre o valor da empresa (EV) e o lucro antes de juros e impostos (EBIT).
A empresa tem sido marcada com suas parceiras com o Banco Modal (MODL3) e com a Wiz (WIZS3) para o oferecimento de novos produtos. Além disso, reportou um aumento de 21% no lucro no 1º trimestre de 2022.
Hypera Pharma (HYPE3)
A Hypera Pharma (HYPE3) foi uma das poucas empresas do ramo farmacêutico que apresentou alta no primeiro semestre de 2022. Entre janeiro de 2022 e junho de 2022, a empresa saltou mais de 50%. Segundo Camargo, o momento se torna ainda mais oportuno com a saída do seu acordo de leniência.
“O acordo de leniência, firmado nas últimas semanas, era um gatilho há muito esperado pelo mercado. A Hypera tem um portfólio de excelentes marcas, uma operação eficiente e vem realizando M&As bastante assertivos. É outro nome que gostamos com bom potencial para dividendos e ganhos de capital.”
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