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Finanças

Antes de balanço, ação da JBS desaba 7%, maior queda desde março de 2022

Mercado antecipa cenário mais desafiador para 2023 do que em 2022.

As ações do frigorífico JBS (JBSS3) finalizaram o pregão desta segunda-feira (20) com desvalorização de 7,27%, o segundo maior recuo do principal indicador da B3, o Ibovespa. Foi a maior queda diária registrada pela companhia desde março de 2020, segundo dados da Economática.

A queda ocorre na véspera da divulgação do balanço financeiro do quarto trimestre de 2022, previsto para esta terça-feira (21).

Hugo Queiroz, sócio fundador do Hub do Valuation, explica que a precificação para baixo dos papéis da empresa ocorre há pelo menos 120 dias, na esteira de resultados mais desafiadores, em especial para a divisão da companhia nos Estados Unidos.

“É o mercado antecipando que pode ser um cenário mais desafiador para 2023 do que foi em 2022. Porém, quando olhamos o pano de fundo, não dava para trabalhar com um cenário parecido ao da época da covid (em 2021, por exemplo, a empresa registrou lucro de R$ 20,5 bilhões, o melhor ano de sua história). Vai ser um setor muito mais racional, com margens e fluxo de caixa muito mais previsíveis”, explica.

O especialista descartou que a queda tenha sido gerada pela informação de que os irmãos Wesley e Joesley Batista, executivos da J&F – empresa que pertence à JBS – e outros empresários vão participar de uma comitiva na China junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Não tem muita ligação com o cenário político”, diz.

Números revisados

Em relatório divulgado no fim de fevereiro pelo Goldman Sachs, o analista Thiago Bortoluci afirmou que continuava esperando uma configuração de ganhos da JBS amplamente desafiadora para os próximos seis meses, além de reconhecer uma dinâmica desafiadora com todas as unidades de negócios perdendo força.

Na ocasião, o banco revisou os números para o quarto trimestre, com expectativa de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 4,9 bilhões no período, 7,5% abaixo do previsto anteriormente. Se o número for confirmado, o montante irá representar queda de 49% na análise trimestral e ficar32% abaixo do consenso da Bloomberg.

“A pressão é explicada principalmente por demanda enfraquecida nos EUA, um ciclo negativo de carne bovina nos EUA e na Austrália e um excesso de oferta de frango em todo o mundo”, avaliou Bortoluci.

O analista mantive classificação de compra para ações da JBS, ao mesmo tempo reduziu o novo preço-alvo de 12 meses esperado para a ação de R$ 39,40, para R$ 34,9.

Os principais riscos negativos para a visão de investimento na companhia, segundo o Goldman, incluem: desaceleração cíclica nos EUA; deterioração macro e demanda abaixo do esperado; volatilidade cambial; concorrência e possíveis embargos de exportação, proibições e/ou interrupções sanitárias.

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