*ARTIGO
A tecnologia blockchain, e o ecossistema de ativos digitais estão aqui para ficar. Não à toa, o relatório recente do Bank of America divulgado posteriormente à sua conferência “Web3 & Digital Assets Day”, mostrou que os investidores pessoas físicas não parecem estar tão preocupados com o “inverno cripto”.
Apesar da queda generalizada de todos os mercados de renda variável por conta do cenário macroecômico de guerra entre a Rússia e Ucrânia, pandemia do covid-19 e alta inflação em vários países do mundo, o número de pessoas comuns, a “plebe”, investindo em criptomoedas, segue crescendo.
Corroborando com os dados do relatório, temos o aumento da adoção do bitcoin (BTC) em escala global, que bateu recordes em 2022, conforme o gráfico abaixo. Em preto, temos o preço e, em laranja, a quantidade de endereços com mais de 0,01 unidades de BTC:
Fonte da imagem: relatório de dados Glassnode
A informação divulgada não é desprezível. Pelo contrário, é extremamente útil. No mercado cripto, o preço de um ativo digital se dá conforme a lei da oferta e demanda. Ou seja, tem a ver com a utilidade, tecnologia e sua reputação.
O que é ‘inverno cripto’?
Inverno cripto é um termo utilizado quando o valor das criptomoedas está em baixa e sofrendo quedas constantes durante longo tempo, usualmente, intervalo de seis meses. Não é um momento de desespero pois, após um momento de alta significativa, é comum que os ativos, seja de renda fixa ou variável, passem por um período de correção.
Contudo, a peculiaridade no criptomercado é que costuma suceder períodos de “halving” do bitcoin, que acontecem a cada quatro anos. Nesse processo, a emissão da moeda cai pela metade, dando escassez ao ativo para “forçar” um ciclo de alta.
A interpretação mais direta é que o “halving” introduz uma restrição na oferta, impulsionando a demanda, sempre entre 200 dias a 16 meses. Em geral, tivemos um inverno cripto em 2013, 2017 e 2020, como mostra essa imagem da Mastercrypto:
Fonte da imagem: Masterthecrypto
Após o 1ª halving, vimos um aumento de 37 vezes no preço do “ouro digital”, saindo de US$ 31,50 para US$ 1.178. E, do 2ª para a 3ª, crescimento de 16 vezes, alcançando os US$ 19.800.
Calma e sangue frio: o diferencial
É essencial olhar além dos preços do mercado e ver as bases que estão sendo lançadas. Os invernos cripto são sempre o melhor momento para aprofundar conhecimento — prático e teórico —, manter os aportes constantes e construir bases sólidas para o futuro.
As pessoas mais bem-sucedidas em criptomoedas são aquelas que conseguem manter a calma e seguir em frente. O aumento da adoção pode significar uma evolução em termos de mentalidade de investimento, visão de longo prazo e de ganhos em criptomoedas.
Quem se aprofunda na história e dinâmica desse mercado sabe que o último ciclo de baixa nos trouxe a revolução NFT, finanças descentralizadas (DeFi), stablecoins e jogos play-to-earn (jogue para ganhar).
*Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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