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Finanças

Após colapso, FTX pede falência e CEO renuncia; criptos voltam a cair

Crise de liquidez da segunda maior corretora de criptomoedas do mundo leva exchange à falência.

Sam Bankman-Fried Photographer: Eva Marie Uzcategui/Bloomberg

Com a crise de liquidez que veio à tona no mercado, a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo, FTX, entrou com pedido de falência. O CEO da companhia, Sam Bankman-Fried, renunciou ao cargo, mas disse que ajudará a fazer uma transição ordenada, segundo a CoinDesk.

O pedido de falência foi analisado como o caminho a seguir, segundo mensagem de Fried aos funcionários da exchange. John Ray III quem vai assumir o comando da empresa.

O grupo FTX compreende a FTX.com, FTX US, a Alameda Research, além de cerca dd 130 empresas afiliadas. FTX Digital Markets, FTX Australia, FTX Expess Pay e LedgerX não estão incluídas no processo.

Mais cedo, a Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas congelou ativos da FTX Digital Markets, uma subsidiária da plataforma. A FTX Austrália chamou os administradores na sexta-feira, informou o Australian Financial Review, citando um comunicado da empresa.

A situação da FTX marca uma rápida reversão para Bankman-Fried, o executivo de criptomoedas de 30 anos, cuja riqueza foi estimada pela Forbes em cerca de 17 bilhões de dólares apenas dois meses atrás.

Criptos voltam a despencar

Após a notícia, as cotações das principais criptomoedas voltaram a cair com força nesta sexta-feira.

Por volta de 13h35, o bitcoin (BTC) desvalorizava mais de 6%, negociado ao redor de US$ 16,6 mil. O maior ativo digital em valor de mercado havia ensaiado uma forte recuperação na quinta-feira com a euforia em torno da inflação dos Estados Unidos, mas a queda na semana agora era de 20%, e no ano ultrapassava 60%. 

Já o ethereum (ETH), segunda criptomoeda mais negociada no mundo, perdia 6,91% no dia perto do mesmo horário, negociado a US$ 1.241,98. O FTT, moeda da FTX, despencou 50%.

“A situação muda a cada minuto porque os operadores estão ajustando suas posições”, disse Garry Krugljakow, fundador do 0VIX e GOGO Protocol, um protocolo de finanças decentralizadas de código aberto para gestão de ativos digitais. “Acho que em algum momento a poeira vai se assentar.”

Sobre a crise na FTX

A FTX tem um braço de investimento de Venture Capital chamado Alameda Research. E um furo de reportagem do site Coindesk revelou que o capital da Alameda era muito mais frágil do que todos poderiam imaginar. Um balanço problemático além de uma alavancagem bilionária foi descoberto, conforme mostrou o CriptoNews mais cedo.

Dos US$ 20 bilhões apontados em balanço da companhia, metade estava não em dólar, mas em FTT – que é o token da FTX. Logo, parte expressiva do patrimônio estava lastreada na criptomoeda própria da empresa.

Já o restante do capital está alavancando em empréstimos e financiamentos. Os clientes, ao saber da história, começaram a pedir resgates das contas.Em contrapartida, a FTX e a Alameda passaram a liquidar as operações e vender seus tokens, o que fez o preço despencar.

A Binance, que chegou a fazer um acordo não vinculante de compra da FTX para assim honrar os pedidos de resgates dos clientes, desistiu do negócio impulsionada por uma investigação da SEC – A CVM americana, contra a FTX. As autoridades americanas também investigam se os rivais da exchange estão se beneficiando de seus problemas. 

Segundo o analista Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, a Binance viu que a FTX não era uma empresa solvente, que não tinha liquidez para honrar todos os saques. E agora, com a FTX sem um credor, os clientes que têm dinheiro na corretora perdem tudo – como qualquer empresa que vai à falência e não tem capital para honrar seus compromissos.

*Matéria em atualização. Com agências

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