Escolha um número qualquer e cruze os dedos. Os céticos que brincavam que é assim que as projeções de preço do Bitcoin são feitas devem se sentir validados ultimamente.
Atualmente, o preço-alvo de longo prazo para o principal ativo digital do mundo varia de US$ 5.000, segundo a BCA Research, a US$ 1 milhão até 2030, segundo a Ark Investment Management, da guru de investimentos em novas tecnologias Cathie Wood.
A disparidade enorme reflete a dificuldade em saber quanto contágio pode ou não ainda estar por vir após o colapso da bolsa FTX e da corretora Alameda Research, as duas queridinhas do império cripto arruinado de Sam Bankman-Fried.
A implosão da FTX é apenas a candidata mais recente ao momento mais sombrio para os ativos digitais este ano, com uma derrocada impulsionada pelo aperto monetário do Fed.
O Bitcoin, junto com um índice que agrega os 100 principais tokens, afundou cerca de 70% em meses marcados por falências e bate-boca no Twitter entre magnatas caídos.
“As pessoas não sabem em quais plataformas podem confiar”, Adrian Przelozny, CEO da bolsa de criptomoedas Independent Reserve, disse na Bloomberg Television. “Acho que isso vai demorar um pouco para passar.”
Bitcoin (BTC), Ether (ETH) e outros tokens importantes se estabilizaram esta semana, em um respiro após a liquidação provocada pela FTX, embora o medo de consequências mais amplas permaneça palpável. O Bitcoin é negociado em torno de US$ 16.500, comparado a um recorde de quase de US$ 69.000 em novembro do ano passado.
Para o estrategista-chefe global da BCA, Peter Berezin, juros reais positivos aumentaram o custo de oportunidade de deter criptomoedas. “As moedas fiduciárias podem rir por último”, disse em nota.
Mas em meio a todo esse pessimismo, Wood, a fundadora da Ark, mantém sua previsão otimista de US$ 1 milhão para a moeda até 2030, citando a tecnologia subjacente dos ativos digitais. Ela também disse que é provável que haja mais consequências do colapso da FTX no curto prazo.
Os especuladores do mercado de cripto geralmente olham para padrões gráficos para ter uma ideia do que está por vir.
Por um lado, o tombo do Bitcoin em um ano está próximo de 80%. As bolhas “estouram totalmente quando o ativo em questão cai de 80% a 90%”, de acordo com o estrategista técnico da 22V, John Roque.
Outros analistas estão de olho em um retorno aos US$ 10.000, já que esse foi o nível de partida para a disparada do token que começou em 2020.
Przelozny, da Independent Reserve, espera “preços baixos e muita incerteza nos próximos três a seis meses, pelo menos”.
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