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Finanças

Bitcoin e BDRs se destacam como melhores investimentos em 2023 até agora

Para analistas, alta dos ativos é resultado de economias mais aquecidas e expectativa de queda de juros no Brasil.

Os investimentos que renderam as maiores perdas em 2022 foram destaque positivo no primeiro semestre de 2023. Na primeira metade do ano, o bitcoin (BTC) teve alta de 65,58%. Na sequência ficou o BDRX, índice que acompanha o desempenho dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts), com alta de 15,15%.

Os dados fazem parte de um levantamento do TradeMap, que mostrou ainda que o índice SMLL, que acompanha a variação das ações small caps, teve o terceiro melhor desempenho no período, em alta de 13,24%. 

Na ponta de resultados negativos, o dólar ptax foi o ativo que mais se prejudicou, com baixa de 7,64%. Depois, vieram o euro ptax, com queda de 5,51%, e o ouro, com declínio de 2,49%. 

O que puxou o bitcoin, BDRX e small caps?

Ricardo Pegnoratto, especialista em criptomoedas da Top Gain, comenta que o desempenho do bitcoin vem por conta do halving, período de corte de 50% da produção de novas moedas, o que acaba favorecendo a cotação do ativo.

Já Luiz Felippo, sócio e analista de fundos da Nord Research, menciona que o desempenho do bitcoin e BDRX veio muito por conta da economia norte-americana estar mais forte – mesmo em um contexto de alta da taxa de juros –, o que favorece os ativos de renda variável.

Do mesmo modo, Fernando Bresciani, analista de investimentos do AndBank, comenta que o resultado do BDRX deu-se por conta de setores da economia terem ido bem, o que elevou a atenção de investidores.

No caso das small caps brasileiras, Felippo resultado veio da reprecificação para baixo das taxas juros de longo prazo. Na mesma linha, Bresciani diz que esse tipo de ação “tende a subir mais conforme a atividade for melhorando e os juros forem caindo“. 

Ricardo Schweitzer, consultor, também aponta que houve “uma melhora de cenário para ativos percebidos como de risco, com ênfase na renda variável“. Para ele, o contexto internacional favoreceu o BDRX por conta do “boom da inteligência artificial e empresas correlatas”. Já no cenário doméstico, houve redução de incertezas das políticas monetária e fiscal, que deram o tom e, consequentemente, beneficiaram as small caps.

A queda do dólar, euro e ouro

Quanto às baixas, Felippo, da Nord Research, vê que esse desempenho tem a ver com as reduções dos prêmios de risco de investimentos brasileiros. “Essa redução de prêmio de risco, com os juros tão altos, está fazendo com que, de certa forma, faça uma apreciação do real contra outras moedas”, comenta, acrescentando que isso veio após o país entregar uma agenda “menos pior” do que o esperado. 

Da mesma maneira, Bresciani, do AndBank, comenta que houve uma queda perspectiva de inflação, uma sinalização do Banco Central (BC) para corte da taxa de juros, a apresentação do arcabouço fiscal e de outras reformas e uma melhora na percepção de risco do Brasil, o que favoreceu o real e prejudicou as outras moedas. No caso do ouro, ele diz que “o pior já passou” em relação à inflação elevada, além de que as commodities estão em ciclo de baixa

Schweitzer, consultor, menciona que “o desempenho do dólar e do euro são reflexo, para além da melhor percepção do Brasil, da maior busca por alocações em países emergentes, onde a percepção da relação risco-retorno por parte dos institucionais melhorou”.  No caso da queda do ouro, também justifica-se o “reflexo da rotação de portfólios em favor de ativos de risco”.

Desempenho de junho

Em junho, os destaques também foram para a renda variável, com o Ibovespa à frente de todos os investimentos, em alta de 9%. Em seguida, veio IDIV, índice que acompanha o desempenho de ações consideradas boas pagadoras de dividendos, com elevação de 8,78%, e as small caps, com elevação de 8,15%.

Desempenho em 12 meses

Em 12 meses, o bitcoin também está à frente de outros ativos, com elevação de 37,52%. Na sequência, vieram o Ibovespa, com alta de 19,83%, e small caps, com aumento de 19,76%.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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