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Finanças

Dólar fecha em R$ 5,60 e Ibovespa termina fevereiro no vermelho

Crise política, risco fiscal e tombo da Petrobras puxaram a queda do índice.

Notas de dólar 02/08/2011 REUTERS/Yuriko Nakao

Apesar da intervenção dupla do Banco Central, o dólar fechou acima de R$ 5,60 nesta sexta-feira (26), com o mercado ainda de olho no avanço dos rendimentos dos títulos de dívida (Treasuries) nos Estados Unidos. Já o Ibovespa teve mais um dia no vermelho, apesar dos balanços positivos das empresas, e acompanhando as novas perdas para as ações da Petrobras.

O Ibovespa fechou em queda de 1,98%, aos 110.035 pontos. Na semana, a queda foi de 7,09% e em fevereiro, de 4,37%. Este foi o pior desempenho mensal desde setembro de 2020. Em 2021, a perda agora soma 7,5%.

Já o dólar encerrou o dia com alta de 1,67%, cotado a R$ 5,6045. Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,6085. Na semana, a moeda subiu 4,03% e no mês, 2,45%. No ano, a alta acumulada é de 8,05%.

Intervenção do BC para acalmar o câmbio

Minutos depois de o dólar atingir a máxima do dia, o Banco Central veio ao mercado com anúncio de um leilão de venda de dólar à vista, no qual colocou US$ 740 milhões. O objetivo é aumentar a oferta de dólares no mercado para, assim, reduzir a pressão sobre o preço da moeda em reais.

No dia anterior, o BC já havia feito duas operações do tipo, nas quais colocou um total de US$ 1,5 bilhão – maior valor de venda a ser liquidado no mesmo dia desde a liquidação de US$ 2,1 bilhões em moeda à vista em 28 de abril do ano passado.

O BC não fazia leilão de dólar à vista desde dezembro de 2020. Na segunda-feira, o BC já havia vendido US$ 1 bilhão em dinheiro novo via swaps cambiais tradicionais, numa tentativa de conter a forte reação negativa do câmbio à percepção do mercado de ingerência política na Petrobras.

Cenário interno

Investidores seguem de olho no andamento das discussões sobre a PEC Emergencial, em busca de pistas sobre o rumo das contas públicas e a retomada do auxílio emergencial.

No Congresso, resistência à desvinculação de receitas da saúde e da educação adiou a leitura do parecer da PEC Emergencial para a próxima terça-feira. O atraso reforçou as preocupações do mercado sobre as dificuldades que o texto da PEC deve enfrentar no Parlamento.

Em meio à continuidade das preocupações sobre a situação fiscal no Brasil, o Banco Central informou nesta sexta que a dívida bruta do país deu novo salto em janeiro e fechou em R$ 6,670 trilhões, ou 89,7% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar recorde.

Em relatório divulgado nesta sexta, o Itaú Unibanco piorou estimativas para as contas públicas. O banco espera agora déficit primário de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, ante 2,1% no cenário anterior.

Os temores sobre a situação fiscal estão no radar dos investidores de fora. No segmento Ibovespa, o saldo de estrangeiros estava negativo em R$ 4,6 bilhões em fevereiro até o dia 23, de acordo com os dados mais recentes disponibilizados pela B3.

Destaques da bolsa

O destaque positivo desta sexta-feira é a ação da Minerva (BEEF3) que valorizou 3,30%, a maior alta do Ibovespa, tendo de pano de fundo proposta de pagamento complementar de dividendos, embora o lucro líquido no quarto trimestre tenha recuado 53,2% no comparativo anual.

Subiu também a Eneva (ENEV3) com alta de 2,27%, após anunciar comercialidade da acumulação Fortuna, descoberta no Bloco PN-T-102A, na Bacia do Parnaíba. Ainda entre as maiores altas estava a Magazine Luiza (MGLU3) que avançou 0,50%.

No lado oposto do Ibovespa, a maior queda foi da BRF (BRFS3) que desvalorizou 7,16%, mesmo após lucro de R$ 902 milhões no quarto trimestre, acima do esperado no mercado. Em teleconferência com analistas, executivos citaram expectativa de pressão de custos de grãos no primeiro semestre, que deve levar a alguma “adequação” de preços de produtos da companhia.

Recuaram também Via Varejo (VVAR3) e CSN (CSNA3) com queda de 6,02% e 5,16%, respectivamente.

E entre os destaques negativos do mês, Petrobras (PETR3;PETR4) lidera as perdas de fevereiro recuando 20,84% e 18,77%, acompanhando o recuo do petróleo no exterior, e ainda com investidores cautelosos em após a troca de comando da empresa anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Bolsas globais

O índice Nasdaq, fortemente concentrado em ações de tecnologia, viveu um rali em uma sessão volátil nesta sexta-feira, mesmo com investidores mantendo a cautela após o pior desempenho do índice em quatro meses no dia anterior, conforme os temores de aumento da inflação mantiveram os yields dos Treasuries próximos das máximas de um ano.

O Dow Jones fechou em queda, depois de ter atingido mais cedo uma mínima de três semanas, e o S&P 500 também recuou. O Dow Jones ainda registrou ganhos de quase 4% no mês, com investidores aportando em empresas cíclicas que se beneficiarão de uma reabertura econômica.

Dow Jones caiu 1,53%, para 30.921,97 pontos, o S&P 500 perdeu 0,49%, para 3.810,49 pontos, o Nasdaq valorizou-se 0,49%, para 13.183,98 pontos.

As ações europeias fecharam em baixa, encerrando três semanas consecutivas de ganhos, com os investidores realizando lucros em ações de tecnologia e vinculadas a commodities devido a preocupações com o aumento da inflação e dos juros devido a um salto nos rendimentos dos títulos.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 2,53%, a 6.483,43 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,67%, a 13.786,29 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,40%, a 5.703,22 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,93%, a 22.848,58 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,12%, a 8.225,00 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,78%, a 4.702,19 pontos.

Na Ásia, os índices acionários da China caíram com força para terminar a semana em baixa, em linha com os mercado globais, com o índice de blue-chips registrando a pior semana em 28 meses.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 3,99%, a 28.966 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 3,64%, a 28.980 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 2,12%, a 3.509 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 2,43%, a 5.336 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 2,80%, a 3.012 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 3,03%, a 15.953 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,82%, a 2.949 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 2,35%, a 6.673 pontos.

(* Com informações do Reuters)

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