O principal indicador da bolsa, o Ibovespa, fechou no vermelho nesta sexta-feira (9), em véspera de feriado prolongado. No mercado de câmbio, o dólar fechou em queda. Apesar da tendência positiva em Wall Street, internamente as preocupações sobre a situação fiscal ainda seguem no radar e preocupam investidores.
O Ibovespa caiu 0,45%, aos 97.483,31 pontos. Mas, na semana, acumulou alta de 3,69%, após cinco consecutivas de baixa. Já o dólar comercial caiu -1,13%, cotado a R$ 5,5250.
Na quinta-feira (8), o Ibovespa fechou em alta de 2,51% aos 97.919 pontos. O dólar fechou em queda de 0,62%, cotado a R$ 5,5880.
Da agenda de notícias internas, o dia foi de divulgação da inflação pelo Instituto de Geografia Estatística (IBGE). Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, avançou 0,64%, acima da taxa de 0,24% registrada em agosto e a maior para o mês desde 2003.
Ainda internamente, investidores continuam monitorando o rumo dos gastos públicos. A situação fiscal vem preocupando o mercado, com o aumento da dívida pública em meio à pandemia e indefinições sobre o teto de gastos e o programa Renda Cidadã.
O economista Miguel Daoud, analista de economia e política da Global Financial Advisor, afirma que “o gerenciamento das expectativas na questão fiscal está muito ruim, e isso acaba trazendo para o presente essa volatilidade”.
Do cenário externo, o mercado repercutiu as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta sexta, ele afirmou que deseja ver um pacote de ajuda maior do que os democratas ou republicanos estão propondo. A fala vem dias depois de Trump suspender as negociações de um pacote de auxílio no Congresso e passar a defender um socorro mais fragmentado a alguns setores.
Destaques da bolsa
Depois de divulgar uma prévia do resultado operacional, a MRV (MRVE3) liderou as altas do Ibovespa, saltando 8,51%. Suas vendas líquidas, no terceiro trimestre, bateram o recorde de R$ 1,97 bilhão, em alta de 41% ante o mesmo período em 2019. O presidente da companhia, Rafael Menin, disse ao InvestNews Entrevista que o setor imobiliário “talvez seja a indústria mais protegida e promissora nos próximos anos”. Veja abaixo:
Ainda no setor imobiliário, as ações da Cyrela (CYRE3) também ficaram entre os destaques de alta no dia, subindo 4,59%.
O setor de viagens também se destacou no campo positivo, com as ações da CVC (CVCB3) subindo 4,22% e as da Gol (GOLL4), 3,24%, ambas entre as maiores altas do Ibovespa.
Na ponta negativa, o dia foi de forte oscilação novamente para o IRB Brasil (IRBR3), que encerrou em baixa de 7,24%. As ações enfrentaram forte volatilidade nesta semana, após a divulgação de relatório do UBS mudando a recomendação para os papéis.
Outro destaque negativo do dia foi o setor de frigoríficos, afetado pela notícia de que a China teria encontrado vestígios de coronavírus em embalagem de carne exportada pela Minerva (BEEF3), que recuou 2,31%. Já JBS (JBSS3) caiu 4,08% e a Marfrig (MRFG3), 3,27%, se destacando entre os maiores recuos do dia.
A Petrobras também se destacou entre as perdas do dia, ajudando a puxar o Ibovespa para baixo devido ao peso importante que as ações da empresa têm sobre a composição do índice. O dia foi de baixa de 3,3% para as ações ordinárias (PETR3) e 3,13% para as preferenciais (PETR4), seguindo a queda dos preços do petróleo.
Bolsas pelo mundo
O dia foi positivo em Wall Street, com os principais índices dos Estados Unidos terminando o dia em alta. Na Europa, as bolsas tiveram desempenhos mistos, assim como na Ásia. Veja abaixo:
Estados Unidos:
- S&P +0,89%
- Dow Jones +0,57%
- Nasdaq +1,39%
Europa:
- Frankfurt (DAX) +0,07%
- Londres (FTSE 100) +0,65%
- Paris (CAC40) +0,71%
- Madri (IBEX35) -0,60%
Ásia:
- Nikkei -0,12%
- Shanghai +1,68%
- Hang Seng -0,31%