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Finanças

Brasileiro prefere bitcoin a imóveis, ações ou Tesouro Selic, revela estudo

Statista mostrou que interesse na cripto é maior em comparação a outros produtos financeiros.

*ARTIGO

Recente estudo da Statista cujo objetivo era conhecer a intenção de compra de produtos financeiros no Brasil – revelou que os brasileiros estão ignorando o 7×1 do mercado de baixa e preterindo investir mais em bitcoin (BTC) do que em ações na bolsa de valores ou em imóveis. 

A pesquisa foi realizada em pleno bear market, entre outubro de 2021 e setembro de 2022, entrevistando 2.024 brasileiros investidores com idades entre 18 a 64 anos. E, conforme os dados revelados em novembro pelo especialista Alexander Kunst, cerca de 33% deles disseram que pretendem comprar bitcoin nos próximos 12 meses

Assim sendo, a maior criptomoeda do mundo ocupa o primeiro lugar no ranking entre os brazucas, seguida pelo setor imobiliário, com uma participação de 26%, enquanto as ações estão em terceiro lugar, com 22%.

Então, para alegria de uns e tristeza de outros, é inegável que o cenário do bitcoin no Brasil – celeiro mundial do futebol e novo polo tech da inovação –, está crescendo a todo vapor e que, portanto, merece um pouco de atenção até mesmo dos mais céticos para entender o porquê de tal escolha.

Por que os brasileiros estão preferindo investir em bitcoin?

Na Argentina, por exemplo, a inflação está acima de dois dígitos há quase 10 anos e, segundo a agência de estatísticas governamental Indec, até outubro de 2022 tinha atingido 88% nos últimos 12 meses.

Sendo assim, notavelmente tanto o Brasil como vários países latino-americanos estão procurando criptomoedas, preferencialmente o BTC, como um bote salva-vidas para escapar do coquetel de alta inflação e desvalorização da moeda local.

Por sua vez, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses, o Brasil soma inflação de 6,85% e, de fato, apesar de estar melhor do que “los hermanos”, o percentual é muito maior do que os cerca de 1,67% inflacionários do bitcoin, de acordo com o site Woobull.com.

Em amarelo, variação do preço do BTC ao longo do tempo. Em azul, a decrescente inflação da moeda. Fonte: Site Woobull.com


No geral, o crescimento das criptos deu início à inclusão financeira das massas, oferecendo aos cidadãos uma maneira mais acessível de economizar, gastar e proteger o valor de seu dinheiro.

Corroborando com essa ideia, o relatório feito pela empresa Blockware Intelligence mostrou que, até 2036, o bitcoin vai ser usado por cerca de 50% da população global, com adoção chegando a 10% até 2030.

Adoção do mundial do bitcoin é estimado em 50% até 2036. Fonte: Estudo feito pela Blockware Intelligence

É hora de dar atenção aos fatos

Com o conhecimento disseminado sobre a tecnologia blockchain, assim como a aprovação do Projeto de Lei 4.401/2021 que visa a regulação do bitcoin como meio de pagamento, o aumento do interesse tanto das empresas quanto dos investidores para os criptoativos é um caminho sem volta.

As tecnologias disruptivas, como o BTC, rádio, televisão e internet, costumam ter uma curva de adoção semelhante em formato de ‘S’, em que, a partir de um determinado momento, a adoção se acentua exponencialmente. 

Curva de adoção das tecnologias disruptivas, incluindo bitcoin. Fonte da imagem: estudo global BlackRock

É verdade que, mesmo já existindo cerca de 14 anos, é impossível saber se o bitcoin irá perdurar por décadas, séculos ou milênios. Contudo, deixando o preconceito e os vieses de lado, toda conjuntura deixa notável que há grande probabilidade de que, de alguma forma, o BTC deixe uma marca permanente no ambiente financeiro.

Portanto, acima de tudo, pergunte-se: será que os brasileiros deixarão de investir em um ativo que é descentralizado, só se valoriza ao longo dos anos e que foi eleito o melhor investimento do século por três vezes consecutivas?

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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