Finanças
Como escolher uma ação para investir? Veja 4 dicas de especialistas
InvestNews estreia em novembro série com comparativos entre empresas do varejo, bancos, educação e telecomunicações.
Magalu (MGLU3) ou Via Varejo (VVAR3)? Bradesco (BBDC4) ou Itaú (ITUB4)? Oi (OIBR3) ou TIM (TIMP3)? Uma vez que o investidor escolheu um setor para investir na bolsa de valores, a segunda dúvida mais comum é qual ou quais das empresas contidas nele representam as melhores opções.
Esse é o assunto da série Comparativo InvestNews, que vai ao ar em novembro. Todas as terças-feiras do mês, as matérias vão comparar as ações de três empresas do mesmo setor. Para selecionar os papéis, a reportagem vai levar em consideração os que possuem maior volume de negociação na B3.
Veja abaixo o cronograma das reportagens:
Além dos comparativos, o InvestNews preparou também 4 perguntas e respostas para ajudar o investidor que está na dúvida entre ações do mesmo setor. Para elaborar as respostas, a reportagem ouviu Rafaela Silveira, especialista em investimentos da Magnetis, e Beto Assad, analista técnico de ações e consultor de mercado financeiro do Kinvo.
1. Como escolher um setor para investir?
O mais importante a se levar em conta antes de tomar essa decisão é o perfil do investidor, segundo Assad. Ele dá um exemplo: “Se o investidor quer um setor que gere uma renda mais estável e menor volatilidade, pode-se partir para empresas de infraestrutura. Se quer partir para setores mais agressivos com forte sazonalidade, pode-se escolher o varejo, companhias aéreas e empresas turismo”, diz.
2. O que considerar antes de escolher uma ação para investir?
Assad aponta duas recomendações principais “para ter um um mix interessante de ações para compor o portfólio”: a primeira é prestar atenção em ações já bem estabelecidas, que sejam boas pagadoras de dividendos. “Geralmente, são empresas bem geridas, que já apresentam resultados estáveis ao longo dos anos”, diz o especialista.
A segunda recomendação é observar ações que tenham um bom potencial de crescimento no médio prazo. “Aí já falamos de empresas um pouco mais novas na bolsa, com perfil mais arrojado e que podem trazer grandes retornos no longo prazo com a expansão de seus negócios”, explica Assad.
Já Silveira recomenda que o investidor leve em conta os “fatores macro e micro”. “Entre os fatores macro, eu exemplificaria como está a economia do país em que a empresa faz parte, o cenário político, a economia global e as taxas de juros. Entre os fatores micro, podemos citar o crescimento do setor que a empresa atua, como é dada a receita, custo, dívidas da empresa e as concorrentes.”
3. Quais os principais indicadores para monitorar ao escolher uma ação?
Silveira aponta que um dos pontos a avaliar antes de o investidor comprar uma ação é sua liquidez – ou seja, quando o investidor quiser se desfazer da ação, quanto maior a liquidez, mais facilidade ele terá.
Além disso, a especialista aponta que é importante decidir qual análise de investimentos o investidor irá realizar. Duas análises famosas são a técnica e a fundamentalista.
“Na técnica (gráfica), o investidor irá se basear em dados históricos das ações das empresas e definir os melhores pontos de entrada, saída e stops (stop gain e stop loss). Nessa análise, o investidor vai tentar identificar padrões que tendem a ser repetidos”, explica Silveira.
Já na análise fundamentalista, o investidor “irá tentar realizar uma projeção do resultado da empresa, através de indicadores”, explica a especialista. Esses indicadores podem ser encontrados nos balanços das empresas, divulgados a cada trimestre.
Assad ressalva que é importante observar uma série de indicadores combinados, em vez de focar em apenas um ou dois de maneira isolada – um erro comum entre os investidores.
Entre os indicadores destacados pelos especialistas estão:
Relação preço sobre lucro (P/L)
A relação conhecida (também chamada de múltiplo) é calculada pelo preço de uma ação dividido pelo lucro por ação da empresa. “Quanto menor esse índice, melhor, ou seja, em menos tempo o investidor pode recuperar o valor investido através dos lucros”, diz Silveira.
“Mas aí entra também a importância de conhecer a empresa que se está estudando. P/Ls muito altos são normais em empresas que estão em expansão. Para empresas já consolidadas e com baixo crescimento, um P/L muito alto pode ser extremamente arriscado”, complementa Assad.
Dividend Yield (DY)
Em português, o indicador é conhecido como Rendimento de Dividendos. Silveira explica que o indicador mostra “o quanto a empresa paga de dividendo por ação dividido por seu preço”. “Logo, quanto maior esse indicador, melhor. Mais recursos a empresa destina à distribuição de dividendos.”
Índice de liquidez corrente:
“Quanto maior esse índice, melhor. Isso quer dizer que melhor é a situação da empresa para honrar as suas dívidas/obrigações de curto prazo”, diz Silveira. O indicador é o resultado da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante – informações disponíveis nos balanços das empresas.
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)
O indicador revela a taxa de retorno da empresa sobre o seu patrimônio. Ele é expresso como uma porcentagem e é calculado da divisão do lucro pelo patrimônio líquido.
Dívida e patrimônio
A relação entre os dois mostra o grau de alavancagem da empresa, “indicando um potencial risco quando ela está muito endividada e não apresenta resultados satisfatórios”, aponta Assad.
4. Além de indicadores, o que mais pode contar na decisão?
“Acho importante o investidor saber como o mercado vê a atuação da gestão da companhia”, diz Assad, referindo-se a práticas de governança corporativa. “Está em voga entre os investidores a questão da responsabilidade social da empresa. São vistas com bons olhos empresas que adotam boas práticas socioambientais, por exemplo.”
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