*ARTIGO
Nos bastidores do mercado de criptomoedas, uma nova reviravolta ganha destaque: a Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos adiou sua decisão sobre a aprovação de um ETF de bitcoin (BTC) proposto pela Ark Investment Management, liderado pela renomada investidora Cathie Wood.
Em um cenário de forte expectativa, o adiamento anunciado oficialmente pela SEC na última sexta-feira (11) esfriou o ânimo dos interessados, já que a comunidade financeira aguardava ansiosamente uma resolução do caso e ela estava inicialmente prevista para 13 de agosto.
A exemplo da BlackRock, a maior empresa de gestão de ativos do mundo, ARK Investment Management é apenas uma das muitas empresas nos EUA que estão buscando listar em ETF de bitcoin à vista em uma bolsa regulamentada.
Por outro lado, conforme o documento oficial aponta, o adiamento da decisão sobre o ETF de Cathie Wood pode ser interpretado como uma pausa necessária para ponderar os riscos e as oportunidades que ele pode trazer aos investidores, e não deve ser interpretado como uma negativa.
“Na medida em que a Comissão possa considerar que se justifica um tratamento diferenciado dos ETF de futuros de Bitcoin e dos ETP de Bitcoin à vista […] o Patrocinador considera que esta preocupação é atenuada em grande parte pelos acordos de custódia que o Trust contratou com o Depositário para fornecer, conforme descrito abaixo.”
Comunicado da sec
Diferente dos diversos ETFs de futuros do bitcoin que a SEC já aprovou, o ETF à vista espelharia o valor do BTC em tempo real. Embora ETFs de futuros da criptomoeda tenham sido um sucesso nos EUA, um à vista, como o que a Ark Investment Management pretende lançar, ainda não existe no país.
Importância do ETF à vista
A trajetória das criptomoedas tem sido marcada por desafios regulatórios, mas, devido à revolução sócio-financeira que estão moldando, um novo capítulo pode estar prestes a ser escrito.
Os ETFs são fundos negociados em bolsa que rastreiam um ativo ou um conjunto de ativos subjacentes. Ao facilitar a aplicação em investimentos que ainda são complexos, um dos principais benefícios de um ETF de BTC é a acessibilidade que ele oferece aos investidores, sobretudo aos institucionais.
Como fundo negociado em bolsa, a aprovação desse tipo de ETF abriria portas para que investidores de todos os tipos participassem do mercado de criptomoedas sem a necessidade de comprá-las diretamente através de uma exchange, como é a Binance e Coinbase, por exemplo.
A resistência da SEC
De fato, a SEC já aprovou ETFs futuros de bitcoin, mas o ponto é que, enquanto os mercados de futuros são regulados e padronizados, o à vista é imprevisível e mais propenso a volatilidade.
Sendo assim, a relutância da autoridade americana em aprovar um ETF de bitcoin à vista é respaldada em uma série de preocupações, entre elas o receio potencial de uma manipulação do mercado, os riscos associados à segurança cibernética do setor e a dificuldade de monitorar os criptoativos 24h por dia.
Isso poderia, por exemplo, permitir práticas fraudulentas ou atividades ilegais, o que culminaria na falta de proteção dos investidores e na perda da integridade do sistema financeiro tradicional — principalmente no que se refere à própria SEC.
Não é questão de ‘se’, mas ‘quando’
À medida que gigantes financeiros como BlackRock e Fidelity buscam entrar no mercado de criptomoedas, o bitcoin emerge como uma força transformadora que está encontrando seu lugar no mainstream financeiro.
O adiamento da decisão sobre o ETF de bitcoin, embora cause incertezas, ecoa um sentimento maior no mundo das criptomoedas: a inevitabilidade de sua adoção em massa.
É verdade que os pedidos de ETFs de bitcoin à vista têm sido negados pela SEC. No entanto, as sementes da mudança estão plantadas e o crescente interesse das principais instituições financeiras pelo produto sugere que a autoridade americana não conseguirá manter sua resistência por muito mais tempo.
Com cada vez mais big players ingressando no ecossistema das criptomoedas, a aprovação não é mais questão de “se”, mas de “quando”.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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