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Finanças

Bolsa sobe 8,5% em maio, maior alta para o mês nos últimos 10 anos

Resultado do PIB veio próximo do esperado e manutenção do acordo entre China e EUA gerou alívio nos investidores.

bolsa de valores

A bolsa brasileira e o dólar mudaram de direção no final da tarde desta sexta-feira (29), após o presidente americano, Donald Trump surpreender o mercado ao anunciar que manterá o acordo comercial com a China, a despeito das tensões sobre a intervenção que retirou a autonomia política de Hong Kong.

O principal índice da B3, o Ibovespa, fechou em alta de 0,52%, aos 87.402 pontos. Em maio, acumulou valorização de 8,5%, o melhor resultado para o mês na última década, contrariando expectativas de queda com o tradicional “Sell in May and Go Away” (Venda em maio e vá embora).

Já o dólar comercial terminou o mês negociado a R$ 5,3404, em queda de 0,84% nesta sexta-feira.

Fatores que pesaram

Mais cedo, saiu a notícia de que a economia brasileira encolheu 1,5% no primeiro trimestre de 2020, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil voltou ao patamar do segundo trimestre de 2012, confirmando uma recessão a caminho. O resultado, contudo, veio em linha com o esperado.

Nos últimos dias, os olhares dos investidores se voltaram às tensões entre Washington e Pequim, que aumentaram, principalmente após a China anunciar a imposição de uma lei de segurança nacional sobre Hong Kong.

O Congresso chinês aprovou na madrugada de ontem uma resolução autorizando seu Comitê Permanente a elaborar a legislação. Horas mais tarde, Trump disse que faria uma coletiva de imprensa para “falar sobre a China”, o que ajudou a gerar apreensão nos mercados financeiros. Pela manhã, os investidores comentavam possíveis retaliações que poderiam impactar ainda mais a relação tensa entre os países e talvez comprometer o acordo comercial “Fase 1”, assinado no ano passado. 

Mas o discurso de Trump surpreendeu positivamente ao anunciar a manutenção do acordo comercial com a China.

Destaques

O avanço do Ibovespa foi puxado hoje pelo forte salto das ações da mineradora Vale (VALE3), beneficiada pela alta nos preços do minério de ferro. A ação avançou quase 6% perto do horário de fechamento. O papel da Petrobras (PETR4) também ajudou, em alta de cerca de 3%, impulsionando os ganhos do índice.

As ações ordinárias da Embraer (EMBR3) ficaram entre os destaques do dia e fecharam a sessão em alta de 2,44%, cotadas a R$ 7,15. A valorização veio após rumores de que a empresa chinesa Comac e a russa Irkut estariam interessadas em uma aproximação com a fabricante de aeronaves brasileiras após a quebra do acordo comercial com a Boeing nas últimas semanas.

Clima político interno

No Brasil, alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal, a disseminação de fake news e a utilização dos chamados robôs nas redes sociais pode resultar em multas ao Twitter, Facebook e ao Google. Um projeto que prevê responsabilizar as empresas, não só os usuários, deve ser votado na próxima terça-feira pelo Senado. A medida tem o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas enfrenta resistência das empresas e entre aliados do presidente Jair Bolsonaro, foco das investigações da Corte Suprema.

Depois da demora do presidente para sancionar o projeto de socorro de R$ 60 bilhões a Estados e municípios, com vetos, dando tempo de governadores e do próprio governo federal elevarem salários de servidores públicos, policiais militares e da Polícia Federal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em “live” mais cedo que o veto presidencial a reajustes vai controlar aumento de salários de funcionalismo público. Para o ministro, essa era uma das principais fontes de descontrole de gastos.

Bolsas globais sem direção

As bolsas europeias fecharam em forte queda nesta sexta-feira, refletindo a tensão antes do pronunciamento do presidente americano, Donald Trump, sobre Pequim. O índice Stoxx 600 encerrou em baixa de 1,44%, a 350,36 pontos, mas avançou 3% na semana.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, com investidores acompanhando de perto a crescente polêmica em torno do status de Hong Kong, assunto que ajudou a deteriorar ainda mais a relação entre EUA e China desde a semana passada, e na expectativa para uma coletiva de imprensa do presidente americano, Donald Trump.

*Com Estadão Conteúdo

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