O dólar fechou em alta sobre real pela 3ª sessão consecutiva nesta quarta-feira (31) e no acumulado do mês, em linha com o fortalecimento da moeda norte-americana no exterior antes da votação da suspensão do teto da dívida dos Estados Unidos, e com o mercado repercutindo dados da economia da China mais fracos que o esperado.
Já o Ibovespa fechou com um declínio modesto nesta quarta-feira, mas com movimentos de realização de lucros após performance robusta em boa parte de maio, mês marcado por avanço do arcabouço fiscal e dados e perspectivas melhores de inflação.
No dia, o dólar subiu 0,61%, a R$ 5,0731, alta de 1,72% no mês. O Ibovespa recuou 0,58%, aos 108.335 pontos, com elevação de 3,74% no mês.
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No fim da tarde, as taxas de juros futuras curtas reagiram um pouco, mas as longas seguiram em baixa.
A taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 13,21%, ante 13,193% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,475%, ante 11,443% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,875%, ante 10,876% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,905%, ante 10,915%.
EUA no radar
Dívida
Hideaki Iha, operador da Fair Corretora, atribuiu a alta do dólar nesta quarta às incertezas recentes em torno do acordo de suspensão do teto da dívida dos EUA, que “ainda não está assinado, no fim das contas”.
A legislação mediada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, e pelo presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, para elevar o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões dos Estados Unidos e alcançar novos cortes de gastos federais passou por um importante obstáculo na terça-feira (30), avançando para o plenário da Câmara dos Deputados para debate e para possível votação nesta quarta-feira.
A aprovação na Câmara enviará o projeto de lei ao Senado. A medida precisa de aprovação do Congresso antes de 5 de junho, quando o Departamento do Tesouro pode ficar sem fundos para pagar suas dívidas pela primeira vez na história dos Estados Unidos.
Empregos
Os empregos disponíveis nos EUA aumentaram inesperadamente em abril e os dados do mês anterior foram revisados para cima, apontando para uma força persistente no mercado de trabalho que pode obrigar o Federal Reserve (Fed) a elevar as taxas de juros novamente em junho.
As vagas de trabalho em aberto, uma medida da demanda por trabalho, aumentaram em 358 mil, para 10,1 milhões até o último dia de abril, informou o Departamento do Trabalho em sua pesquisa mensal Jolts, publicada nesta quarta-feira. Os dados de março foram revisados para cima para mostrar 9,75 milhões de vagas disponíveis em vez dos 9,59 milhões relatados anteriormente.
Os dados de abril encerraram três quedas mensais consecutivas na disponibilidade de vagas de emprego. Economistas consultados pela Reuters previam 9,375 milhões de vagas em aberto.
Preocupações sobre a China
Na segunda maior economia do mundo, dados mostraram que a atividade industrial da China encolheu mais rápido do que o esperado em maio devido ao enfraquecimento da demanda, aumentando a pressão sobre as autoridades para sustentar uma recuperação econômica irregular. Segundo Iha, esse era um fator adicional de sustentação do dólar neste pregão.
De olho na Selic
Alguns participantes do mercado têm citado expectativas de corte da Selic mais tarde neste ano como outro motivo por trás da depreciação do real nos últimos dias, uma vez que isso reduziria a rentabilidade oferecida pela moeda local. No entanto, Iha disse ser “cedo demais” para haver impacto significativo dessas apostas na taxa de câmbio.
“Se vier um corte, será 0,25 (ponto percentual), então a Selic vai continuar bem alta, 0,25 é pouca coisa. Começa a se avaliar (os efeitos do eventual afrouxamento monetário), mas não se sai comprando dólar só por causa disso”, avaliou o operador.
Destaques da B3
BRF e Marfrig
As ações da BRF (BRFS3) chegaram a disparar mais de 15,6% nesta quarta-feira após a saudita Salic e a Marfrig se comprometeram com investimento de até R$ 4,5 bilhões na companhia através da emissão de ações por até R$ 9 por papel.
No dia, os papéis da BRF saltaram 11,83%, cotados a R$ 8,13, sendo a segunda ação de melhor desempenho do Ibovespa. Já os papeis da Marfrig (MRFG3) saltaram 6,24% no mesmo período.
Segundo Bradesco BBI, o aumento de capital é positivo para a BRF uma vez que reduziria a alta alavancagem financeira da companhia que levava a um desconto dos papeis. A métrica dívida líquida/Ebitda migraria para 2,4 vezes ante 3,3 vezes no primeiro trimestre.
Bolsas mundiais
Wall Street
As ações dos Estados Unidos caíram nesta quarta-feira.
O Dow Jones caiu 0,4%, para 32.910,9 pontos. O S&P 500 perdeu 0,60%, para 4.180,13 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,63%, para 12.935,29 pontos.
Europa
As ações europeias atingiram uma mínima de dois meses nesta quarta-feira.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,07%, a 451,76 pontos, após atingir o menor nível desde 30 de março.
Empresas de luxo e montadoras ligadas à China lideraram as perdas setoriais na Europa depois que dados mostraram que a atividade industrial no país asiático encolheu mais rápido do que o esperado em maio, devido ao enfraquecimento da demanda. A China é o principal parceiro comercial da Alemanha.
O STOXX 600 registrou sua queda mensal mais acentuada, de 3,2%, até agora este ano devido a preocupações com o impasse do teto da dívida e sinais de desaceleração econômica global.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,01%, a 7.446,14 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,54%, a 15.664,02 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,54%, a 7.098,70 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,97%, a 26.051,33 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,28%, a 9.050,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,11%, a 5.729,40 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de Hong Kong fecharam em queda de 1,9% nesta quarta-feira, pouco antes de entrar em território de mercado em baixa, pressionadas por dados decepcionantes sobre a indústria chinesa e disputas entre Estados Unidos e China.
“O sentimento no mercado financeiro é bastante pessimista. Não está claro como o governo interpreta a atual condição econômica. Não há sinal de resposta iminente”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,41%, a 30.887 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,94%, a 18.234 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,61%, a 3.204 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,02%, a 3.798 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,32%, a 2.577 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,26%, a 16.578 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,90%, a 3.158 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,64%, a 7.091 pontos.
*Com informações da Reuters.
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