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Finanças

É o fim do ‘bull market’? 3 respostas sobre o novo ciclo de queda das bolsas

Como saber quando a onda de valorização dos mercados chegou ao fim? E como prever quanto tempo a nova fase vai durar? O passado dá algumas pistas.

O desespero tomou conta dos investidores em meio à disseminação do coronavírus, levando as principais bolsas do mundo a entrarem ontem (11) no chamado “bear market” (mercado do urso”, em português). Significa dizer que elas viraram para uma tendência de queda. Mas como saber que o ciclo de valorização dos mercados chegou ao fim? E quanto tempo esta nova fase pode durar?

MAIS: Conheça alguns dos maiores ‘bulls’ e ‘bears’ da Bolsa brasileira

Tecnicamente, o “bear market” acontece quando o preço de um ativo cai 20% ou mais em relação ao seu último pico. O conceito tem relação com o sentimento negativo e o pessimismo dos investidores sobre o futuro. Entenda a origem do termo.

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar o coronavírus como pandemia, os três principais índices de ações de Nova York (Dow Jones, Nasdaq e S&P 500) alcançaram o “bear market”.

O Dow Jones fechou em baixa de 5,86%, em 23.553,22 pontos, encerrando entrando neste terreno pela primeira vez desde a crise financeira de 2008. Já o S&P 500 perdeu 4,89%, a 2.741,38 pontos e Nasdaq cedeu 4,70%, a 7.952,05 pontos.

Com o Ibovespa, não foi diferente. Ele fechou aos 85.171 pontos na última sessão, em baixa de 7,6%. Desde seu último pico de 119.528 pontos no dia 24 de janeiro, o índice da B3 mergulhou 28,7% – o que já caracteriza “bear market”.

Para piorar, as bolsas da Ásia seguiram o mesmo caminho. O índice Nikkei, de Tóquio, sofreu um tombo de 4,41% nesta quinta-feira, a 18.559,63 pontos, o menor patamar desde abril de 2017 e também acumulando perdas de mais de 20% desde seu pico mais recente.

Veja abaixo perguntas e respostas sobre o novo ciclo que baixa das bolsas mundiais:

1 – “Bear market” é uma correção?

Não. Enquanto o “bear market” se caracteriza por uma queda de 20% ou mais desde o último pico (valor máximo) de um ativo, o movimento de correção é mais pontual e acontece, inclusive, quando o mercado está surfando na alta (o “bull market”).

Uma correção é um ajuste temporário do mercado que se segue, em tese, após uma alta expressiva nos preços. Os investidores aproveitam para realizar lucros (vender seus papéis) e isso acaba pressionando o mercado para baixo. O movimento dura menos tempo que o “bear market”.

Em Wall Street, uma queda entre 10% e menor que 20% desde a última vez que um ativo bateu seu valor máximo ainda é considerada uma correção. Ela é bastante comum quando o mercado está em alta.

2 – Quanto tempo dura o “bear market”?

Na média da história dos mercados nos EUA, os “bear markets” duraram 14 meses desde a Segunda Guerra Mundial, Já as correções de mercados duraram, em média, cinco meses.

Por exemplo, o S&P 500, que reúne as 500 maiores ações em Wall Street, caiu em média 33% em ciclos de “bear market” neste período. A maior queda desde 1945 ocorreu durante a crise financeira internacional, entre 2007 e 2009.

O passado ensina que quanto mais rápido um mercado entra no “bear market”, mais curto ele parece ser. O Ibovespa, por exemplo, levou cerca de 45 dias desde seu pico (24 de janeiro) para cair no ciclo de baixa. Na média, as ações levam 270 dias para entrar no “bear”.

3 – Como saber que o “bear market” acabou?

Tecnicamente, o ciclo de baixa chega ao fim quando um índice ou ação tem valorização de 20% ou mais sobre seu último nível mais baixo. O mercado também avalia se os ganhos são sustentáveis ao longo de seis meses.

O “bear market” mais curto na história do índice S&P 500 durou três meses, em 1990. E o ciclo de baixa mais longo terminou em 1942, após 61 meses, durante a Segunda Guerra Mundial. Naquela ocasião, o índice despencou 60%.

Já os “bull markets” (alta dos mercados) costumam durar bem mais tempo. Em Wall Street, a média é de 4 anos e 6 meses. O último “bull” do índice S&P 500 durou quase 11 anos.

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