Finanças

Evergrande: a chinesa que derrubou o mercado global

Vale cai mais de 3% na B3 e perde o posto de empresa mais valiosa da America Latina. Veja análise de Murilo Breder, do Nu invest, sobre o caso.

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A companhia chinesa Evergrande, que tem cerca de US$ 300 bilhões em passivos, o que é mais do que qualquer outra incorporadora imobiliária no mundo, derrubou as bolsas globais. Isso porque os investidores temem que a empresa esteja perto de colapsar, arrastando o mercado imobiliário chinês para a derrocada.

As incertezas provocaram uma grande onda vendedora de ações do setor imobiliário, que é um dos mais importantes para o crescimento da China. Em meio à desaceleração econômica e a maiores restrições na indústria do aço, o minério de ferro voltou a cair e recuou 12% em Singapura, perdendo a faixa dos US$ 100 por tonelada.

Sendo assim, as ações da Evergrande chegaram a cair 19% no decorrer do dia, o que derrubou seu valor de mercado para uma mínima histórica por um breve período.

Os papéis da chinesa fecharam em queda de 10,2%. Já o índice Hang Seng de Hong Kong caiu mais de 3%, liderado por imobiliárias.

E com o colapso dos preços do minério de ferro, claro que as ações da Vale (VALE3) foram afetadas. O valor de mercado da mineradora encolheu em cerca de R$ 14,3 bilhões entre o pregão de sexta-feira, 17, para o de hoje, 20, o que fez com que a companhia perdesse o posto de empresa mais valiosa da América Latina.

Segundo a Economatica Brasil, a mineradora está avaliada em US$ 81,7 bilhões de dólares. Com a desvalorização de 3,3% da ação da Vale só hoje, a mineradora agora está atrás do Mercado Livre (MELI34), gigante de comércio eletrônico atualmente avaliada em US$ 93,3 bilhões.

Já o Ibovespa chegou aos 108 mil pontos, sendo este o menor patamar desde novembro de 2020. O índice caiu 2,33%, aos 108.843 pontos. Já o dólar subiu 0,87%, aos R$ 5,33.

Segundo Murilo Breder, analista do Nu invest, os ativos que sobem nessa segunda-feira são os ativos ligados ao dólar e setores de eletricidade e saneamento, já que o mercado vê como defensivo. O destaque é da Copel (CPLE3), que inclusive aprovou no domingo uma distribuição de dividendos de quase 8% a ser pago em novembro.

Ainda segundo Breder, apesar de a China ser grande parceira do Brasil é necessário entender a tese das empresas listadas em bolsa, já que há muitas companhias em que o cenário China, mais crise política brasileira e crise energética não são afetadas. É o caso da Taesa (TAEE3) , transmissora de energia; da Meliuz (CASH3), de cashback; e Petz (PETZ3), rede de artigos para animais domésticos.

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