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Finanças

FGTS está pagando bem? Ou vale a pena sacar e investir em renda fixa?

Rendimento do Fundo bateu a poupança nos últimos 3 anos, com o detalhe que ainda não se sabe de quanto será a distribuição dos lucros do ano passado.

Em 2020, o FGTS ganhou novas modalidades de saque, além do habitual (que é quando um trabalhador é demitido sem justa causa, término do contrato de trabalho, compra da casa própria ou aposentadoria).

Até 31 de dezembro do ano passado, foi liberado o FGTS emergencial, com direito ao saque de até R$ 1.045 para qualquer pessoa que tivesse uma conta no fundo de garantia. Também foi liberado o saque-aniversário, que permite a retirada de parte do saldo da conta anualmente no mês de nascimento.

As duas modalidades de saques extraordinários foram criadas na pandemia para ser um dinheiro extra para quem teve a renda comprometida. Com a crise econômica causada pela covid-19, o percentual de famílias endividadas atingiu um recorde histórico de 67,1% em junho do ano passado, segundo a pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor, realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio). Este é o número mais alto desde janeiro de 2010.

Com o fundo de garantia mais acessível, fica a dúvida se vale ou não a pena resgatar o dinheiro. Todos que têm conta ativa ou inativa com saldo no FGTS têm, sobre os valores, um rendimento de 3%, mais a taxa referencial (TR), além da distribuição dos lucros – vigentes desde 2017. Porém, a TR está zerada desde então.

Para este ano, ainda não se sabe qual será o valor da distribuição dos lucros aos trabalhadores, já que será divulgado apenas em agosto. Em 2021, o repasse será referente ao rendimento de 2020. Por enquanto, o cenário mais provável será o rendimento de 3% mais TR – o que por si só já ganha da maioria das aplicações de renda fixa, exceto da inflação.

Quando analisado o período entre 2016 a 2020, a Selic foi a que mais rendeu em 4 dos 5 anos. O FGTS passou a ser o 2º que mais rendeu a partir de 2018 e talvez, seja o maior rendimento neste ano, acima da inflação. A poupança passou a ser o pior investimento desde então.

O FGTS bateu a poupança nos últimos 3 anos (2018, 2019 e 2020) – e bateu a Selic em 2020 – mesmo sem saber de quanto será a distribuição dos lucros.

Porém, o fundo perdeu da Selic em todos os outros anos (2016-2019). E bateu a inflação (IPCA) em todos os anos, exceto em 2020.

Contrário aos outros anos, agora, vale a pena deixar o FGTS “quieto”, a não ser que vá precisar usar o dinheiro para quitar dívidas ou uma amortização de financiamento imobiliário. 

Com o atual rendimento do FGTS de 3% ao ano, o fundo está acima da taxa básica de juros (de 2,75%) – pelo menos até agora. Se a Selic subir, como prevê o mercado até o final do ano (5%) essa diferença pode não persistir por muito tempo.  Daí sim pode ser uma possibilidade um investimento do valor em um Tesouro Selic ou fundos de renda fixa taxa zero.

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