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Finanças

Frigoríficos em alta, varejistas e techs em queda: o que aconteceu em setembro?

As units do Banco Inter lideraram as perdas do mês, enquanto as ações da Marfrig ficaram com as maiores altas.

Loja das Casas Bahia, da Via Varejo, no Rio de Janeiro (RJ) 04/12/2009 REUTERS/Sergio Moraes

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, terminou setembro com queda acumulada de 6,57%, emplacando o terceiro mês seguido de baixa. O período foi marcado por diversos fatores, dentre eles a preocupação fiscal do país, os desdobramentos da crise da gigante chinesa Evergrande, além da cautela em relação ao aumento dos juros e da inflação por parte do investidor.

As units do Banco Inter (BIDI4) lideraram as quedas do indicador no acumulado dos 30 dias, com desvalorização de 31,18%. Mas não foi só o banco que sofreu. As empresas consideradas de “alto crescimento”, ou seja, que ainda têm um longo caminho a percorrer e promessas a cumprir, tiveram grandes perdas no período.

“O risco para o investidor ficar exposto nessas empresas, como é o caso das companhias de tecnologia, é muito maior do que em empresas mais maduras como são os casos de Vale e Petrobras“, explica Eduardo Perez, analista de investimentos da Nu invest.

Companhias de tecnologia que estão fora do Ibovespa e que ingressaram há pouco tempo na bolsa, como é o caso de Mobly (MBLY3), Westwing (WEST3) e Bemobi (BMOB3) também seguiram o viés negativo.

As varejistas Via (VIIA3), Americanas (AMER3) e Magalu (MGLU3), que também são consideradas companhias de alto crescimento, foram fortemente impactadas pelo avanço da inflação, que elevou o preço de televisores e notebooks, por exemplo.

“O preço aumentou de tal forma que houve uma queda no consumo dos aparelhos eletrônicos, que são mais caros e, portanto, proporcionam uma margem maior para as companhas”, avalia Murilo Breder, analista da Nu invest.

Veja mais informações sobre as companhias de varejo no mês de setembro:

Veja mais informações sobre as companhias de tecnologia no mês de setembro

Altas

As ações dos frigoríficos marcaram as altas do mês, com Marfrig (MRFG3) na liderança. Além do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitir parecer na semana passada aprovando, sem restrições, a aquisição das ações da BRF(BRFS3) pela companhia, o segmento como um todo foi privilegiado.

“É um setor que exporta muito e a valorização do dólar acaba beneficiando”, reitera Murilo Breder, da Nu invest.

Além disso, mesmo quando o Ministério da Agricultura anunciou a suspensão temporária das exportações de carne bovina para a China, após ocorrência de dois casos atípicos da doença conhecida como vaca louca, o impacto foi pequeno. “A Minerva, por exemplo, continuou exportando por meio de outros países onde a empresa tem planta, como é o caso da Argentina”, lembra Breder.

Quem também subiu forte no mês de setembro foi a PetroRio (PRIO3), altamente beneficiada pelo aumento no preço do petróleo, que agora segue uma tendência de baixa em função da elevação dos estoques.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no último dia 20, a companhia informou, em resposta à um ofício da B3 que questionava a oscilação das ações, desconhecer qualquer fato que justificasse a mudança de preço dos papéis, mas ressaltou as diversas condições externas que podem exercer influência sobre o comportamento das ações como, por exemplo, a cotação do barril de petróleo no mercado internacional, flutuações cambiais e aversão a riscos econômicos.

Segundo informações da Reuters, no último dia 27, os preços do petróleo tinham subido pelo quinto dia consecutivo, com o Brent em sua máxima desde outubro de 2018 e em direção aos US$ 80 dólares.

10 maiores altas do mês

Ação Variação no mês em %
MRFG333,36
PRIO330,52
BEEF325,00
JBSS318,93
BRFS315,67
ASAI313,27
WEGE311,49
SBSP36,75
CPLE66,43
ENEV35,11

10 maiores baixas do mês

AçãoVariação no mês em %
BIDI11-31,18
BIDI4-28,56
VIIA3-25,79
AMER3-25,24
MGLU3-21,38
CIEL3-20,21
LAME4-19,13
DXCO3-17,66
CSNA3-17,58
SANB11-15,67

Fonte: Valor Pro

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