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Fuja deles: 3 investimentos que rendem abaixo da inflação

Com a Selic em seu menor nível, o investidor precisará fugir do juro negativo; aprenda a identificar as aplicações que fazem você perder dinheiro.

Poupança
Crédito: Shutterstock

Já imaginou investir em uma aplicação que faz você perder dinheiro? Com a taxa básica de juros (Selic) em 4,5% ao ano, ficou mais fácil encontrar investimentos que, na prática, remuneram abaixo da inflação. Para fugir dessa roubada, é preciso identificar as oportunidades que ainda garantem um ganho real. Sem financês: garimpar aquelas que protegem seu dinheiro de perdas ao longo do tempo.


Boas opções ainda existem na renda fixa, defende a especialista em investimentos da Levante, Glenda Ferreira. Para separar o joio do trigo, o que fará a diferença, em grande parte, é observar as taxas cobradas e o percentual do CDI – o índice negociado entre bancos que acompanha a variação da Selic e define o retorno de boa parte dos investimentos. Com isso, o ideal é comparar a inflação projetada para o ano com a rentabilidade líquida (descontadas as taxas e impostos) do investimento.

Veja abaixo três aplicações que hoje fazem você perder dinheiro:


1. Poupança

Não é por acaso que o saldo da caderneta de poupança ficou negativo em 2019. A aplicação mais conhecida dos brasileiros passou a render cada vez menos, até estacionar em 3,15% ao ano após o último corte de juros pelo Banco Central, em dezembro. Isso porque ela remunera apenas 70% da taxa Selic, mais a TR (taxa referencial, que hoje está zerada). A inflação fechou 2019 em 4,31% ao ano. Para 2020, as projeções dão conta de que a alta dos preços será de 3,58%, segundo o último boletim Focus do Banco Central . 

Neste cenário, a caderneta não tem vez. Tanto que, de janeiro a outubro, houve R$ 3,9 bilhões de fluxo negativo (mais saídas do que entradas de recursos) da poupança. Ainda assim, ela continua, de longe, o investimento preferido do brasileiro, com um saldo de mais de R$ 825 bilhões. A caderneta representa 88% de todo o dinheiro aplicado por brasileiros, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) de 2019.

2. Fundos DI com taxas altas

Por serem atrelados ao CDI, os fundos DI devem gerar um retorno muito próximo da inflação. A diferença entre ganhar ou perder dinheiro com eles, neste caso, está nos custos embutidos. Estes fundos costumam investir em títulos pós-fixados, como os indexados à taxa Selic e, por isso, acabam refletindo o CDI.

O ideal para não perder dinheiro com este tipo de fundo é escolher aqueles com taxas de administração inferiores a 0,2%, recomenda Glenda, da Levante. Não é bem a realidade do mercado. Uma pesquisa da plataforma de comparação de investimentos Magnetis mostrou que quase 1,8 milhão de cotistas (cerca de 60% dos que investem em fundos DI) aplicam em fundos com taxas de 1% ao ano ou mais. Destes, pouco mais de um terço investem em fundos que cobram a partir de 2% ao ano.

A depender da taxa cobrada, até a caderneta se torna mais atrativa que um fundo de renda fixa. Segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a poupança continua ganhando de fundos que cobram taxas de administração acima de 1% ao ano. Para fugir de ciladas, o ideal é procurar fundos DI com taxa zero, afirma Glenda. “Não será onde você obterá ganhos expressivos, mas é importante ter essa alocação”.

3. Aplicações que pagam menos de 85% do CDI

Você já ouviu falar em papéis atrelados ao CDI, certo? São aqueles que pagam 90%, 100% e até 120% do indexador. Pois bem, agora estes títulos precisam remunerar um percentual ainda mais elevado para que o retorno final ao investidor não fique abaixo da inflação. No caso dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), essa remuneração varia bastante. 

Via de regra, quanto menor o valor inicial do investimento, menor o percentual do CDI. É possível encontrar na prateleira opções que pagam menos de 90% do CDI, que hoje está em 4,4% ao ano. Por exemplo, um CDB que tenha rendimento de 85% deste indexador vai gerar um retorno, de fato, de 3,75% ao ano – patamar bem próximo da inflação projetada para o próximo ano. 

Mas é importante lembrar que, apesar de não cobrar taxa de administração, esse tipo de investimento sofre o desconto do Imposto de Renda, o que acaba corroendo de 15% a 22,5% do retorno obtido. Quanto menor o tempo em que o dinheiro fica aplicado, maior é a mordida do Leão. Com isso, não é difícil ter um desempenho real negativo com este tipo de investimento.

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