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Finanças

Dólar fecha em R$ 5,20, de olho no cenário político; Ibovespa tem dia de queda

Preocupações com nova cepa do coronavírus e exterior também pesam sobre dólar e Ibovespa.

Dólar tem leve queda ante real após ganhos da véspera; Fed e política seguem no radar 20/03/2019 REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

O dólar fechou em forte alta nesta terça-feira (6), no patamar de R$ 5,20, com o mercado monitorando o clima político tenso em Brasília em meio a um ambiente já conservador no exterior. Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, teve dia de queda.

O dólar subiu 2,4%, a R$ 5,2087. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,2127. Já o Ibovespa caiu 1,44%, aos 125.095 pontosVeja a cotação do Ibovespa hoje. 

“O comportamento dos ativos financeiros no Brasil continua refletindo o cenário político, em especial, o desenrolar da CPI da pandemia“, explicaram em nota analistas da Genial Investimentos. “As denúncias de corrupção na compra de vacinas têm se constituído em um importante fator de incertezas.”

Com o governo envolto em suspeitas referentes a compras de vacinas, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na semana passada a abertura de inquérito para investigar suposto crime de prevaricação de Jair Bolsonaro.

Paralelamente, Bolsonaro foi acusado recentemente de ter se envolvido em um esquema de “rachadinhas” quando era deputado federal.

Com o governo sob pressão cada vez maior – manifestações a favor do impeachment de Bolsonaro ocuparam as ruas de várias cidades brasileiras no último fim de semana -, investidores começavam a voltar sua atenção para as eleições presidenciais de 2022, ressaltando que uma disputa polarizada entre candidatos vistos por agentes do mercado como populistas tenderia a elevar a cautela.

Uma pesquisa CNT/MDA, divulgada na segunda-feira, mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria Bolsonaro nas simulações de primeiro e segundo turnos da eleição do ano que vem, indicando também uma forte rejeição ao atual presidente.

Cenário externo e pandemia

No exterior, o dólar apresentava altas expressivas contra moedas de países emergentes, pares do real.

O foco dos mercados internacionais está na ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que será divulgada na quarta-feira e pode oferecer pistas sobre quando e como o banco central norte-americano reduzirá seu estímulo e elevará os juros. Qualquer sinalização mais “hawkish” (dura com a inflação, a favor de juros altos) pode motivar uma tendência de alta do dólar, dizem especialistas.

Além disso, analistas do Bradesco afirmaram em nota que “preocupações com os impactos da variante Delta do coronavírus sobre o processo de reabertura da economia global pesam sobre os negócios”.

A cepa Delta é altamente transmissível e tem elevado a cautela de investidores nos últimos dias, principalmente devido à disparada de casos em países asiáticos. Ocorrências dessa variante já foram identificadas no Brasil.

Destaques da bolsa

Petrobras (PETR4) caiu 4,09%, em sessão de queda dos preços do petróleo no exterior.

BR Distribuidora (BRDT3) cedeu 2,92%, em sessão de ajustes, após quatro pregões seguidos de valorização, em que acumulou alta de 12%, na esteira da venda de ações da companhia pela Petrobras.

YDUQS (YDUQ3) perdeu 3,31%, com o setor de educação na ponta negativa do Ibovespa. Cogna (COGN3) caiu 3,02%.

Cyrela (CYRE3) recuou 1,38%, com o índice do setor imobiliário caindo, entre os piores desempenhos setoriais da B3, em meio ao avanço nas taxas futuras de juros.

Itaú Unibanco PN (ITUB4) e Bradesco PN (BBDC4) recuaram 1,11% e 1,24%, respectivamente, pesando no Ibovespa dada participação relevante que tem no índice.

VALE (VALE3) subiu 0,53%. Os futuros do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian para setembro fecharem em alta de 2,8%, a 1.231 iuans por tonelada.

Bolsas Mundiais

Wall Street

Os índices Dow Jones e S&P 500 recuaram nesta terça-feira, com ações de finanças e outros setores diretamente ligados ao crescimento econômico liderando as perdas, enquanto o Nasdaq avançou, cravando uma nova máxima de fechamento

  • O índice Dow Jones caiu 0,6%, a 34.577 pontos
  • S&P 500 perdeu 0,20219%, a 4.344 pontos
  • O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,17%, a 14.664 pontos.

Europa

As ações europeias caíram acentuadamente em relação a máximas em duas semanas nesta terça-feira, quebrando uma sequência de três dias de ganhos, com os investidores comprando títulos devido às preocupações em relação aos riscos para a retomada do crescimento econômico global.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,89%, a 7.100,88 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,96%, a 15.511,38 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,91%, a 6.507,48 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,84%, a 25.227,92 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,96%, a 8.860,80 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,16%, a 5.154,86 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China fecharam em baixa nesta terça-feira, com as empresas de saúde e tecnologia liderando as perdas, já que os investidores locais permaneceram cautelosos em meio às altas valorizações de certos setores.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,16%, a 28.643 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,25%, a 28.072 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,11%, a 3.530 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,05%, a 5.083 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,36%, a 3.305 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,03%, a 17.913 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 1,58%, a 3.190 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,73%, a 7.261 pontos.

(* Com informações da Reuters)

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