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Finanças

Ibovespa fecha em queda no primeiro pregão do ano; dólar sobe 1,57%

O principal índice da bolsa brasileira descolou do tom positivo do exterior.

Ibovespa - bolsa de valores

Após iniciar o primeiro pregão do ano em alta, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, mudou de sentido e fechou em queda nesta segunda-feira (3), descolando do clima positivo nos mercados externos. O recuo ocorreu sob influência de ações ligadas ao consumo interno, mais sensíveis à taxa de juros e à inflação, como construção e varejo, e apesar dos ganhos dos papéis de maior peso, incluindo Petrobras (PETR3), Vale (VALE3) e grandes bancos.

O Ibovespa recuou 0,86%, aos 103.921 pontos. Já o dólar avançou 1,57%, negociado a R$ 5,6622.

De acordo com Felipe Vella, analista técnico da Ativa Investimentos, o Ibovespa passou a cair após comentários do líder do governo quanto a possíveis alterações na política de teto de gastos. “Um sentimento de receio pela segurança jurídica do país trouxe um mix de alta nos juros longos e um fluxo de venda nos papéis como um todo”, explicou.

Já Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, aponta que dados da indústria no Brasil e nos Estados Unidos puxaram a reversão da alta do Ibovespa mais cedo. “O PMI é um indicativo de recessão ou de crescimento. O PMI no Brasil abaixo de 50 mostra que Brasil não está acelerando e PMI mais baixo também nos EUA mostra que a economia não está tão punjante como se imaginava”, afirma.

Cenário externo

O clima nos mercados internacionais foi positivo nesta segunda-feira, com as ações europeias e os futuros de Wall Street subindo em meio a esperanças de que a variante ômicron do coronavírus não tenha um efeito tão grave na economia global, mas o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes teve alta de 0,1%.

Embora os casos mundiais de covid-19 estejam aumentando rapidamente – com alguns países registrando recordes diários de novas infecções -, as mortes pela doença não têm avançado na mesma proporção, o que traz esperança de que a nova variante seja menos letal.

Cenário interno

Enquanto isso, no Brasil, investidores monitoraram novidades sobre o estado de saúde do presidente, que está internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde a madrugada. Segundo boletim médico, Bolsonaro passará por exames e não tem previsão de alta.

A conjuntura fiscal brasileira – tema que deve dominar a atenção de investidores em 2022, dividindo os holofotes com a corrida eleitoral à presidência – também ficou no radar nesta segunda-feira.

Apesar da melhora em dados fiscais recentes, com o setor público consolidado brasileiro registrando superávit primário maior do que o esperado em novembro, “a maior fragilidade nesse fronte diz respeito às pressões por mais gastos permanentes, o que, em ano eleitoral, tende a ser intensificado”, disse em nota matinal Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Funcionários públicos de várias categorias decidiram no final do ano passado promover dias de paralisação das atividades em janeiro e avaliar a realização de uma greve geral em protesto pela falta de uma política de reajuste salarial do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Sua mobilização vem depois de a União já ter conseguido, por meio da PEC dos precatórios, abrir espaço fiscal para mais gastos com ajuda financeira à população. O novo programa de transferência de renda do governo, o Auxílio Brasil, foi fixado em R$ 400 por família.

Destaques da bolsa

As ações da Cyrela (CYRE3) encerraram o dia em queda de 7,98%, para R$ 14,52, liderando as baixas do Ibovespa. Já os papéis da JHSF (JHSF3) tiveram recuo de 6,63%, para R$ 5,21. “O setor foi um dos mais afetados pelo crescimento da taxa de juros em 2021 e deve continuar a enfrentar um ambiente macroeconômico delicado em 2022”, reiterou a equipe da Ativa Investimentos.

A Magazine Luiza (MGLU3), que no meio tarde chegou a diminuir as perdas, encerrou o dia com desvalorização de 6,93%, para R$ 6,72. Enquanto isso, a a Via (VIIA3) caiu 5,14%, negociada a R$ 4,98. O setor, lembrou Jansen Costa, da Fatorial Investimentos, “sofre com subida de juros devido ao crédito mais caro”.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os mercados de ações dos Estados Unidos fecharam em alta, com a Apple Inc (AAPL34) atingindo um valor de mercado de US$ 3 trilhões e a Tesla Inc (TSLA34) divulgando fortes números de entregas, motivos de comemoração para investidores no primeiro dia de negociação do ano novo.

O índice S&P 500 fechou em alta de 0,64%, a 4.796,56 pontos. O Dow Jones subiu 0,68%, a 36.585,06 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 1,2%, a 15.832,80 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam em alta nesta segunda-feira, começando o ano em clima otimista com a esperança de uma recuperação econômica estável, apesar do aumento nos casos de covid-19 devido à variante ômicron. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,45%, a 489,99 pontos, máxima recorde para encerramento.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times não teve negociações.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,86%, a 16.020,73 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,90%, a 7.217,22 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,40%, a 27.730,32 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,54%, a 8.761,20 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,23%, a 5.637,91 pontos.

*Com informações da Reuters.

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