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Finanças

Ibovespa cai abaixo de 101 mil pontos; Petrobras se recupera

Mercado também mostrou preocupações com risco de recessão nos EUA.

O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (5), em meio a preocupações com o ritmo da atividade econômica norte-americana, enquanto, no Brasil, permaneceu a cautela com potenciais medidas para aumentar as receitas do governo. Neste pregão, ainda houve rumores sobre a política de preços da Petrobras, o que acabou mexendo com as ações da empresa, que, apesar de tudo, ao final do dia, recuperaram-se. O dólar também encerrou em baixa.

No dia, o Ibovespa caiu 0,88%, aos 100.977 pontos. O dólar recuou 0,66%, a R$ 5,0488.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta com o avanço dos bancos prevalecendo sobre a pressão negativa de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR4), dadas as preocupações sobre os efeitos inflacionários do corte de produção de petróleo anunciado inesperadamente pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+).

Cenário fiscal

O mercado segue aguardando mais detalhes sobre o novo arcabouço fiscal, anunciado na semana passada pelo governo. Em evento do Bradesco BBI, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que é preciso reconhecer o esforço que o ministro Fernando Haddad e governo tem feito para reduzir os riscos fiscais do país com a apresentação do novo arcabouço, ainda mais eliminado dúvidas quanto as dívidas do governo.

Segundo ele, ainda há certa ansiedade sobre as receitas, sobre despesas obrigatórias, mas estas questões deveriam ser cobradas com maior parcimônia.

Ainda no cenário interno, o mercado acompanha a divulgação de dados econômicos. A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta quarta que o Indicador Antecedente de Emprego do Brasil subiu em março e atingiu o nível mais alto em cinco meses, embora a cautela ainda esteja presente. O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 1,7 ponto em março e atingiu 76,4 pontos, maior nível desde outubro do ano passado (79,8).

Preocupações nos EUA

O mercado digere a divulgação de mais dados sobre a economia dos EUA considerados fracos. O primeiro deles é o PMI não manufatureiro para os EUA, que caiu para 51,2 no mês passado, de 55,1 em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI não manufatureiro cairia para 54,5.

“Tenho convicção de que o mercado está reagindo ao resultado do PMI de serviços dos EUA; acabou caindo em março mais do que o mercado esperava e o dólar está então se enfraquecendo globalmente”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Além disso, os empregadores do setor privado dos Estados Unidos contrataram muito menos trabalhadores do que o esperado em março, sugerindo que o mercado de trabalho estava esfriando. O mercado de trabalho está desacelerando à medida que os juros mais altos diminuem a demanda na economia.

Foram abertos 145.000 postos de trabalho no setor privado no mês passado, segundo apontou o relatório de Emprego Nacional da ADP nesta quarta. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 200 mil vagas. Os dados de fevereiro foram revisados para mostrar que 261.000 postos de trabalho foram abertos, em vez de 242.000 conforme relatado anteriormente.

“Estes dados dos EUA podem levar o Fed à manutenção da taxa de juros por lá, encerrando assim esse ciclo recente de alta”, disse Bergallo. No final de março, o Fed aumentou os juros em 0,25 ponto percentual, para entre 4,75% e 5%, mas indicou que estava perto de seu pico após os problemas no setor bancário.

Probabilidades implícitas no mercado de juros futuros dos EUA mostravam cerca de 60% de chance de o banco central norte-americano manter sua taxa básica inalterada na reunião de maio.

“Isso já pode estar impactando em um fluxo financeiro para cá, já que o diferencial de juros nosso ao exterior para de diminuir; com os juros aqui ainda altos, sem dúvida projetamos um ‘carry trade'”, explicou Bergallo.

Estratégias de “carry trade” consistem na tomada de empréstimo em país de juros baixos e aplicação desses recursos em praça mais rentável, de forma que o investidor lucra com o diferencial de taxas. A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, enquanto os custos dos empréstimos norte-americanos estão em faixa de 4,75% a 5%.

Destaques da bolsa

Petrobras

A Petrobras viu suas ações preferenciais (PETR4) subirem 0,33% e as ordinárias (PETR3) 0,15%. O mercado repercutiu a fala do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre possíveis mudanças na política de preços da Petrobras. A empresa disse que não foi comunicada.

A Ativa Investimentos avaliou que, ainda que esperada, a fala do ministro é negativa e corrobora com a visão da casa quanto às mudanças que ocorrerão na companhia ao longo das próximas semanas.

“Diante das falas do ministro, torna-se cada vez mais necessário projetarmos que tal alteração se utilizará da robustez financeira construída ao longo dos últimos anos, bem como da possível diminuição da remuneração ao acionista via proventos para ser executada e mantida ao longo dos próximos anos”, disseram analistas em comentário.

Bolsas globais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street abriram em baixa nesta quarta-feira, depois que dados de criação de vagas de trabalho no setor privado mais fracos do que o esperado para março aprofundaram as preocupações de que os rápidos aumentos das taxa de juro pelo Fed possam levar a economia dos Estados Unidos a uma recessão.

O Dow Jones caía 0,02% na abertura, para 33.394,60 pontos. O S&P 500 abriu em baixa de 0,15%, a 4.094,50 pontos, enquanto o Nasdaq Composite caía 0,37%, para 12.081,76 pontos.

Europa

As ações europeias caíram nesta quarta-feira, com os investidores mantendo uma postura cautelosa depois que dados sinalizaram uma recuperação econômica mais lenta do que o esperado na zona do euro.

Apesar de começarem 2023 com tom otimista, as ações europeias caíram no mês passado para registrar seu pior março desde 2020, com dados econômicos mistos e preocupações com uma recessão nublando as perspectivas para as taxas de juros da região.

A recuperação da zona do euro acelerou no mês passado, mas a retomada foi desigual entre setores e países, de acordo com uma pesquisa que mostrou que as pressões de preços permaneceram elevadas na região.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,37%, a 7.662,94 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,53%, a 15.520,17 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,39%, a 7.316,30 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,59%, a 26.867,39 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,78%, a 9.254,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,38%, a 6.082,12 pontos.

Ásia

O índice acionário japonês Nikkei caiu nesta quarta-feira, marcando a primeira perda em quatro dias, com o iene mais forte e temores de uma recessão nos Estados Unidos pesando sobre as ações de automóveis e energia.

O volume de negociações na Ásia foi fraco nesta quarta-feira, devido a feriados em Hong Kong e China.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,68%, a 27.813 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG não teve operações.
  • Em XANGAI, o índice SSEC não abriu.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, permaneceu fechado.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,59%, a 2.495 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX não teve operações.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,23%, a 3.318 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,02%, a 7.237 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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