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Finanças

Dólar fecha a R$ 5,42 em dia de divulgação de ata do Fed; Ibovespa sobe

Mercado também seguiu atento ao cenário fiscal no Brasil, com o avanço da chamada ‘PEC Kamikaze’.

 O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (6), em movimento apoiado pela alta de cerca de 1% das ações da Vale (VALE3), em sessão marcada por ata do Federal Reserve nos Estados Unidos e intenso noticiário corporativo no Brasil. O mercado também seguiu atento ao cenário fiscal no Brasil, com o avanço da chamada “PEC Kamikaze“.

O dólar avançou frente ao real pela quinta sessão consecutiva nesta quarta-feira e marcou uma nova máxima para encerramento desde o fim de janeiro.

No dia, o Ibovespa, subiu 0,43%, aos 98.718 pontos. Já o dólar subiu 0,60%, negociado a R$ 5,4217.

Juros nos EUA e riscos de recessão

O Fed divulgou a ata de sua reunião de política monetária de 14 e 15 de junho. O documento apontou que os membros do BC norte-americano concordaram que a deterioração da situação da inflação e a preocupação com a perda de confiança no poder do Fed justificam um aumento desproporcional da taxa de juros e a uma repetição firme da intenção de manter os preços sob controle.

“Na ata, eles se mostram muito preocupados com os riscos de alta da inflação. Tanto que estão considerando elevar os juros, se necessário, para uma direção mais restritiva. Porém, deixaram aberto que devem elevar os juros em 50 ou 75 pontos”, comentou Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed.

“O problema todo é que é uma ata que reflete o passado. O cenário mudou. O mercado precifica uma recessão agora. O que vemos é que o Fed já tem espaço para ser mais frouxo no aperto monetário.”

Preocupações de que bancos centrais de países desenvolvidos talvez precisem promover uma alta de juros mais forte para combater a inflação têm minado a confiança nos mercados, em razão do risco de uma recessão na economia global.

As autoridades do Fed já estão pressionando por aumentos maiores dos juros nos Estados Unidos, com a maioria dos operadores precificando outro aumento de 0,75 ponto percentual em julho. Isso coloca os holofotes sobre a ata da reunião de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que aumentou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual.

“A queda dos preços das commodities sugere que provavelmente atingimos um pico em termos de preços de energia, preços agrícolas, e isso é uma boa notícia em termos de inflação”, disse Peter Cardillo, economista chefe de mercado da Spartan Capital Securities.

“Entretanto, o Fed vai manter o rumo e suspeito que na ata do Fomc desta tarde haverá indícios de que um aumento de 0,75 ponto está a caminho em julho”.

Contas públicas no Brasil

No cenário interno, agentes financeiros continuaram avaliando riscos fiscais, embora tenham alívio nas notícias de que o texto da PEC dos Benefícios, também conhecida como “PEC Kamikaze”, aprovado no Senado não deve sofrer mudanças na votação na Câmara dos Deputados.

Enquanto isso, “a gente teve uma explosão da percepção de risco fiscal”, disse à Reuters Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. Isso ajudou o dólar a disparar em junho – seu melhor mês contra o real desde março de 2020 – e encerrar o segundo trimestre com ganhos perto de 10%.

“Um dos resquícios da pandemia e da eleição presidencial de 2022 serão os gastos maiores. A quantidade de alterações que já foram feitas mostra que o teto de gastos é, do ponto de vista político, insustentável”, disseram estrategistas do Citi em apresentação.

O limite de gastos da União foi flexibilizado no ano passado sob a PEC dos Precatórios, o que foi visto pelos participantes do mercado como um golpe à credibilidade fiscal do país. Com a atual tramitação de medidas de ampliação e criação de benefícios sociais no Congresso, que devem gerar despesas fora do teto, ressurgem as preocupações com a saúde das contas públicas, já que sinais de irresponsabilidade fiscal podem afastar investidores estrangeiros do Brasil.

Sinal da pior percepção sobre o cenário doméstico, um indicador do risco-país comumente acompanhado fechou a terça-feira numa nova máxima desde o final de maio de 2020, em mais de 298 pontos-base, depois te ter chegado a cair para perto de 200 pontos no início de abril deste ano.

Bolsas mundiais

Wall Street

Wall Street encerrou a instável sessão desta quarta-feira em alta, com investidores repercutindo a ata do Fed. O índice S&P 500 fechou em alta de 0,36%, a 3.845,08 pontos. O Dow Jones subiu 0,23%, a 31.037,68 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,35%, a 11.361,85 pontos.

Europa

As ações europeias subiram nesta quarta-feira depois que trabalhadores noruegueses do setor de petróleo e gás encerraram sua greve, o que aliviou preocupações com uma crise no fornecimento de energia.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,66%, a 407,34 pontos, depois de cair 2,1% na sessão anterior.

O STOXX 600 perde 16,5% até agora este ano com investidores fazendo malabarismos para ajustar suas expectativas de lucros corporativos e crescimento econômico na esteira de movimentos agressivos de bancos centrais para domar a alta dos preços

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,17%, a 7.107,77 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,56%, a 12.594,52 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 2,03%, a 5.912,38 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,04%, a 20.920,99 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,14%, a 7.948,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,08%, a 5.884,09 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações de Xangai tiveram nesta quarta-feira a maior queda em seis semanas enquanto o índice referencial de Hong Kong caiu mais de 1%, uma vez que a China continua a lutar com um aumento de casos de covid-19 enquanto que as ações de energia registraram vendas no mercado mundial de petróleo.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,20%, a 26.107 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,22%, a 21.586 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,43%, a 3.355 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,46%, a 4.423 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 2,13%, a 2.292 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 2,53%, a 13.985 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,01%, a 3.103 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,52%, a 6.594 pontos.

*Com informações da Reuters.

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