O Ibovespa fechou em baixa nesta quarta-feira (16) pelo 12º pregão consecutivo, tendo a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do banco central dos Estados Unidos como a vilã do dia. O dólar, por sua vez, caiu ante o real.
No dia, o Ibovespa caiu 0,50%, aos 115.592 pontos. Segundo o TradeMap, com o novo recuo do indicador, trata-se da maior sequência de perdas do índice desde de 1980, início da série histórica da plataforma. Já dólar recuou 0,01%, a R$ 4,9863.
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A sessão foi marcada por vencimento de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, enquanto agentes financeiros monitoraram a ata do Fe, que mostrou que a maioria dos participantes continuou a ver riscos significativos de alta para a inflação, “o que pode exigir mais aperto da política monetária”.
Exterior
No exterior, os mercados operaram em meio aos receios de que a desaceleração econômica chinesa possa ser aprofundar, após a divulgação de dados econômicos fracos nos últimos dias.
Nesta quarta-feira, números oficiais mostraram que os preços das casas novas na China caíram em julho pela primeira vez este ano. O setor imobiliário responde por cerca de um quarto da atividade econômica do país.
O temor de que as dificuldades do setor imobiliário se propaguem para o setor financeiro chinês aumentou após a financeira Zhongrong deixar de pagar dezenas de produtos de investimento desde o fim do mês passado.
No entanto, a mídia estatal chinesa afirmou também nesta quarta-feira que o país fortalecerá a coordenação de várias políticas para impulsionar o crescimento e atingir a meta econômica deste ano.
A perspectiva de que Pequim atue para sustentar o crescimento dava certo suporte a algumas moedas de países exportadores de commodities, como o real.
Já nos Estados Unidos, autoridades do Federal Reserve ficaram divididas quanto à necessidade de mais aumentos na taxa básica de juros na reunião do banco central dos Estados Unidos de 25 a 26 de julho, com “alguns participantes” citando riscos para a economia de elevar demais os juros, mesmo quando “a maioria” continuou a priorizar o luta contra a inflação, segundo a ata da sessão divulgada nesta quarta-feira.
Cenário interno
No Brasil, o mercado segue à espera dos desdobramentos da tramitação do novo arcabouço fiscal na Câmara.
Na terça-feira (15), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que houve um “atropelo” na véspera em relação às conversas para aprovação do novo marco fiscal, referindo-se a um mal-estar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ponderou que há possibilidade de a questão do arcabouço ser resolvida na próxima semana.
Destaques da B3
Confira os principais destaques das ações que compõem o Ibovespa esta quarta-feira:
Petrobras
A ação PETR4 valorizou 2,20%, a R$ 31,54, ainda refletindo a decisão da companhia de aumentar os preços dos combustíveis, anunciada na véspera. O presidente da Petrobras também afirmou em entrevista na noite da véspera que a empresa, de controle estatal, não foi pressionada pelo governo federal a se abster de aumentar os preços locais dos combustíveis. No exterior, os preços do petróleo tinham variações tímidas.
IRB Brasil
O papel IRBR3 subiu 11,86%, a R$ 44,25, tendo como pano de fundo relatório de analistas do Citi elevando a recomendação dos papéis para “neutra”, bem como o preço-alvo, de 25 para 40 reais. Eles apontaram que a redução do risco de capital dá menos razões para serem vendedores dos papéis da resseguradora.
Natura
O ativo NTCO3 caiu 8,90%, a R$ 16,48, na esteira da repercussão do resultado do segundo trimestre e de declarações de executivos sobre os números e as perspectivas da companhia.
Bolsas mundiais
Wall Street
Wall Street fechou em baixa nesta quarta-feira, depois que a ata da reunião de julho do Federal Reserve mostrou que as autoridades do banco central dos Estados Unidos estavam divididas sobre a necessidade de mais altas na taxa de juros em sua última reunião.
O Dow Jones caiu 0,52%, para 34.765,74 pontos. O S&P 500 perdeu 0,76%, para 4.404,33 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq cedeu 1,15%, para 13.474,63 pontos.
Europa
O mercado acionário europeu caiu nesta quarta-feira, pressionado por bancos e com evidências crescentes de rápida perda de força da economia da China, o que manteve investidores nervosos, enquanto a bolsa do Reino Unido foi pressionada por crescentes preocupações com a inflação.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,44%, a 7.356,88 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,14%, a 15.789,45 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,10%, a 7.260,25 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,93%, a 28.169,96 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,03%, a 9.350,50 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,21%, a 6.011,40 pontos.
Ásia e Oceania
As ações da China e de Hong Kong caíram nesta quarta-feira pela quarta sessão consecutiva.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,46%, a 31.766 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,36%, a 18.329 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,82%, a 3.150 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,73%, a 3.818 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,76%, a 2.525 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,05%, a 16.446 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,59%, a 3.213 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,50%, a 7.195 pontos.
(* com informações da Reuters)
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