O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (21), após o banco central da China reduzir sua taxa de juros de um ano, enquanto, no Brasil, as atenções se voltam para a retomada das discussões sobre o arcabouço fiscal nesta semana. O dólar terminou o dia em alta sobre o real.
O Ibovespa recuou 0,85%, aos 114.429 pontos. O dólar subiu 0,22%, a R$ 4,9781.
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Na sexta-feira, o Ibovespa fechou com sinal positivo pela primeira vez em agosto, quebrando uma sequência histórica de 13 pregões de baixa, mas a alta foi modesta, de apenas 0,37%, uma vez que permanecem incertezas sobre o crescimento global dos próximos trimestres.
Juros na China
A China surpreendeu os investidores globais com corte de juros menor que o esperado. A taxa de empréstimo primária de um ano (LPR) foi reduzido em 10 pontos base, para 3,45%, enquanto a LPR de cinco anos ficou em 4,20%.
Em uma pesquisa da Reuters com 35 observadores do mercado, todos os participantes previam cortes em ambas as taxas. O corte de 10 pontos na taxa de um ano foi menor que os 15 pontos esperados pela maioria dos entrevistados.
“Há muitos motivos que podem estar por trás desta decisão. Entre eles, a proteção do iuan, que recentemente sofreu novas pressões, e a estabilidade do sistema financeiro”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, em comentário enviado a clientes.
Se por um lado o estímulo monetário à economia chinesa foi menor que o esperado – o que em tese pesa sobre moedas de países exportadores de commodities – por outro a alta do petróleo no exterior traz certo suporte às divisas de exportadores da matéria-prima, como o real.
Considerando estes dois fatores, o dólar à vista passou a sustentar leves ganhos ante o real no início do dia, após abertura com viés negativo.
Cenário interno
No Brasil, o dia é de agenda esvaziada, mas o mercado está atento à reunião dos países que fazem parte dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Johanesburgo, de 22 a 24 de agosto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à capital da África do Sul na manhã desta segunda.
A expectativa é de que, em meio à pressão mais recente de alta para o dólar, os participantes da cúpula voltem a discutir o papel da moeda norte-americana como referência das transações globais.
Focus
A expectativa para a inflação neste ano subiu na pesquisa Focus que o Banco Central divulgou nesta segunda. Os analistas consultados pelo BC passaram a ver agora uma alta de 4,90% do IPCA em 2023, 0,06 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior, depois de a Petrobras ter anunciado reajuste grande de combustíveis na semana passada.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou ainda que não houve mudanças nas projeções para a inflação em 2024, 2025 e 2026 -respectivamente de 3,86%, 3,50% e 3,50%
Apesar desse ajuste, o Focus segue mostrando que a taxa básica de juros Selic deve terminar este ano a 11,75%. Para 2024 também segue a projeção de juros a 9%.
Bolsas mundiais
Wall Street
O índice de tecnologia Nasdaq encerrou em alta de mais de 1% e o índice S&P 500 também subiu nesta segunda-feira, após um salto dos papéis da Nvidia e com o avanço de outras ações relacionadas à tecnologia, em meio a otimismo antes da divulgação de balanços nesta semana.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,70%, para 4.400,13 pontos. O Nasdaq subiu 1,55%, para 13.497,42 pontos. O Dow Jones caiu 0,11%, para 34.463,26 pontos.
Europa
As ações europeias interromperam uma sequência de quatro dias de perdas nesta segunda-feira, com os setores de energia e mineradoras em alta, acompanhando o avanço dos preços globais de commodities, enquanto a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk liderou os ganhos no setor de saúde.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,06%, a 7.257,82 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,19%, a 15.603,28 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,47%, a 7.198,06 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,81%, a 27.986,92 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,05%, a 9.262,80 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,27%, a 6.001,22 pontos.
Ásia e Oceania
As ações da China caíram para mínimas em cerca de nove meses nesta segunda-feira, com os investidores decepcionados com as medidas mais fracas do que o esperado das autoridades para aumentar a confiança na economia, com a recuperação lenta e os problemas no setor imobiliário mantendo o sentimento frágil.
A China cortou sua taxa básica de juros de um ano nesta segunda-feira, mas surpreendeu os mercados ao deixar a taxa de cinco anos inalterada, ficando aquém das expectativas do mercado de cortes em ambas.
Na sexta-feira, o regulador de valores mobiliários da China divulgou um pacote de medidas destinadas a revitalizar o mercado de ações, incluindo corte de custos de negociação, apoio a recompras de ações e incentivo a investimentos de longo prazo.
“O suporte do governo tem sido indiscutivelmente menor do que o indicado no início do ano”, disseram os economistas do UBS liderados por Tao Wang.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,37%, a 31.565 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,82%, a 17.623 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,24%, a 3.092 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,44%, a 3.729 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,17%, a 2.508 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,00%, a 16.381 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,63%, a 3.154 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,46%, a 7.115 pontos.
(* com informações da Reuters)
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