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Finanças

Ibovespa fecha em alta e dólar, quase estável, repercutindo Copom e Fed

Copom manteve juros em 13,75% ao ano, enquanto nos EUA a taxa subiu em 0,25 ponto percentual.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, fechou em alta nesta quinta-feira (4), enquanto o dólar terminou o dia quase estável sobre o real, em dia instável para os negócios com o mercado repercutindo as decisões de política monetária no dia anterior do Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos, e do Banco Central do Brasil.

O Ibovespa subiu 0,37%, aos 102.174 pontos. O dólar teve leve alta de 0,01%, a R$ 4,9922.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2024 estava em 13,21%, ante 13,241% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,76%, ante 11,888%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 11,41%, ante 11,58% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,48%, ante 11,649%.

Taxas de juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (3) que manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sexta vez, em linha com a expectativa da maior parte do mercado. No comunicado, o BC não sinalizou cortes de juros à frente, e inclusive deixou aberta a possibilidade de novas altas se julgar necessário.

Na visão da equipe econômica do C6 Bank, a comunicação do BC e o cenário prospectivo para a inflação sugerem manutenção da taxa Selic nos patamares atuais, por ora.

“Esperamos elevação das metas de inflação à frente, provavelmente em junho, quando o CMN precisará decidir a meta de 2026, o que poderia abrir espaço para queda da Selic na segunda metade do ano”

equipe econômica do C6 Bank.

Já o Fed anunciou que decidiu elevar a taxa de juros nos Estados Unidos mais uma vez em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 5% a 5,25%. O ajuste veio de acordo com a expectativa da maior parte do mercado.

“Fed e Copom ontem confirmaram a tendência de dólar fraco no mundo“, disse à Reuters Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, referindo-se ao cenário de um diferencial de juros entre EUA e outras economias menos favorável à moeda norte-americana.

No entanto, alertou Padovani, “tem que lembrar que há outros dois fatores que afetam (negativamente) o real: a queda nos preços globais de commodities e o aumento do risco com a desaceleração econômica em curso; é uma história para os próximos meses”.

Nesta quinta, o Banco Central Europeu (BCE) elevou a taxa de juros em 25 pontos base, para 3,25%, como esperado nesta quinta-feira, e sinalizou que mais aperto será necessário para conter a inflação.

Economia chinesa

Ainda no cenário externo, investidores repercutem a notícia de que a atividade industrial da China contraiu inesperadamente em abril, com a queda dos pedidos e a demanda doméstica fraca arrastando o setor manufatureiro, conforme mostrou uma pesquisa privada nesta quinta, colocando em risco as perspectivas econômicas para o segundo trimestre.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do Caixin/S&P Global para a indústria chinesa caiu para 49,5 em abril, de 50,0 em março. A marca de 50 separa o crescimento da contração mensalmente. A leitura ficou abaixo da expectativa de 50,3 em uma pesquisa da Reuters e marcou a primeira contração desde janeiro.

Destaques da bolsa

Ultrapar

A ação UGPA3 disparou 11,81% mais cedo, após o conglomerado, dono da rede de postos Ipiranga entre outros negócios, divulgar na quarta-feira Ebitda ajustado de R$ 1,079 bilhão, abaixo do resultado de R$ 1,313 bilhão um ano antes, mas acima do que alguns analistas esperavam, entre eles os do Bradesco BBI – que reiteraram recomendação “neutra” para os papéis, mas elevaram o preço-alvo de 17 para 18 reais.

Renner

O papel LREN3 subiu 6,11%, mesmo após reportar na véspera lucro líquido de R$ 46,8 milhões no primeiro trimestre de 2023, queda de 75,6% em relação aos três primeiros meses do ano passado, com impacto de fatores econômicos como inflação e endividamento das famílias. Os papéis recuaram forte nos últimos dois pregões, acumulando uma perda de 8%.

GPA

A ação PCAR3 ganhou 6,67% mais cedo, também se ajustando após queda de 6% nas duas sessões anteriores. O dono da bandeira Pão de Açúcar divulgou na véspera, após o fechamento, prejuízo líquido consolidado de R$ 248 milhões no primeiro trimestre deste ano, após lucro de R$ 1,4 bilhão nos primeiros três meses do ano passado.

Ambev

ABEV3 subiu 0,34%, tendo de pano de fundo aumento de 8,2% no lucro líquido da fabricante de bebidas no primeiro trimestre, publicado nesta quinta-feira, para R$ 3,82 bilhões, acima do resultado esperado pelo mercado, embora o volume vendido tenha caído ligeiramente.

Embraer

O papel EMBR3 recuou 9,71%. A fabricante de aviões divulgou nesta quinta-feira prejuízo líquido trimestral ajustado de US$ 88,9 milhões, maior que o prejuízo de US$ 75,3 milhões registrado um ano atrás, dizendo que também queimou mais caixa no período enquanto se prepara para aumentar as entregas nos próximos trimestres.

PRIO

PRIO3 perdeu 4,11%. A petrolífera encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de US$ 231,3 milhões, acréscimo de 1% ano a ano, enquanto o Ebitda ajustado somou US$ 379 milhões, alta de 66% frente ao mesmo período do ano anterior.

Petrobras

Os papéis PETR3 e PETR4 subiram 1,46% e 1,59%, respectivamente, neste pregão. A petrolífera disse na véspera que a sua produção de petróleo no Brasil caiu 4% entre janeiro e março, ante o mesmo período do ano passado, após desinvestimentos e em meio a declínio natural de campos antigos, enquanto as vendas de derivados ficaram quase estáveis.

Nesta quinta-feira, a Petrobras afirmou que irá criar um grupo de trabalho com a China Energy International para analisar oportunidades de negócios conjuntos em energia renovável. No exterior, o petróleo Brent caía.

Vale

VALE3 caiu 3,1%, em novo dia de perdas, pressionando o Ibovespa, uma vez que os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura atingiram mínimas de cinco meses nesta quinta-feira, com dados de atividade fabril da China mais fracos do que o esperado.

Bolsas mundiais

Wall Street

Wall Street encerrou em baixa nesta quinta-feira, depois que a decisão do banco regional PacWest de explorar opções estratégicas, incluindo uma venda, aprofundou temores sobre a saúde das instituições financeiras dos Estados Unidos e atingiu papéis de bancos regionais, bem como os do JPMorgan Chase, Wells Fargo e outros grandes players financeiros.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,73%, para 4.060,76 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,51%, para 11.963,94 pontos. O Dow Jones caiu 0,87%, para 33.122,06 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam em baixa na quinta-feira depois que o BCE sinalizou mais aperto monetário por vir. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,47%, a 460,34 pontos, perto de mínimas em um mês que atingiu no início da semana.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,10%, a 7.702,64 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,51%, a 15.734,24 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,85%, a 7.340,77 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,61%, a 26.670,29 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,36%, a 9.043,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,36%, a 6.090,34 pontos.

Ásia

As ações de Xangai e Hong Kong subiram nesta quinta-feira, lideradas por ganhos em finanças e empresas estatais após feriado.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei permaneceu fechado.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,27%, a 19.948 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,82%, a 3.350 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,03%, a 4.030 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,02%, a 2.500 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,36%, a 15.609 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,22%, a 3.269 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,06%, a 7.193 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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