Dia animado para o mercado financeiro que ainda repercute a decisão sobre a política monetária e a taxa de juros a 2%, além de uma rodada de balanços. Companhias como Banco do Brasil, Braskem, AES Tietê e Azul divulgaram seus resultados do 2º trimestre de 2020.
E o Ibovespa, principal índice da B3, fechou novamente em alta. O pregão encerrou nos 104.125 pontos, com variação positiva de 1,29%.
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Os bancos puxaram o desempenho do índice brasileiro, o Banco do Brasil (BBAS3), que fechou em alta de 3,06%, experimentou volatilidade nos seus ativos, após divulgar balanço, mas contribuiu para a alta do Ibovespa. Mesmo com queda de 25,3% no lucro líquido do segundo trimestre, para R$ 3,311 bilhões, as ações do Banco do Brasil fecharam em alta, já que os investidores pegaram a informação de que o banco tem feito provisões para combater a inadimplência.
Já as outras instituições financeiras subiram em meio a dilema da votação no Senado de projeto de lei que limita os juros para cheque especial e cartão de crédito. Com isso as ações ordinárias do Bradesco (BBDC3) subiram 1,39% enquanto as preferenciais (BBDC4) avançaram 0,69%. E os papéis do Santander (SANB11) e Itaú (ITUB4) subiram 2,76% e 1,40%, respectivamente.
Entre as ações mais negociadas, as commodities perderam um pouco de força, Petrobras (PETR4) subiu 0,17% e Vale (VALE3) recuou 0,58%.
No cenário externo, foi um dia de bom humor para Wall Street. O líder do Senado americano, Mitch McConnel afirmou que o acordo entre Democratas e Republicanos sobre o pacote de estímulos para os EUA deve ser fechado em breve. Com isso os índices americanos fecharam em alta.
O índice Dow Jones encerrou a sessão com ganho de 0,68%, o S&P 500 avançou 0,64%, e o Nasdaq subiu 1,00%.
O dólar emendou a segunda alta nesta quinta-feira (6). O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,3429, com variação positiva de 0,93%. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,367.
O dólar ganhou força ante moedas emergentes e o real só não foi novamente a divisa com pior desempenho porque a lira turca despencou para nível recorde de baixa, em meio a desconfiança do mercado sobre a recuperação econômica do país e após o governo turco gastar bilhões para tentar conter a sangria de sua moeda. No mercado doméstico, o fato de o Banco Central ter deixado a porta aberta para futuro corte da taxa básica de juros ajudou a pressionar o câmbio, assim como o aumento da preocupação com a questão fiscal brasileira. A expectativa agora é para o relatório de emprego da economia americana, que será divulgado nesta sexta-feira.
Os investidores também ficaram atentos as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes sobre o novo imposto para transações digitais. Ele garantiu que não se trata de uma nova CPMF, mas reforçou que este novo imposto será necessário para acabar com uma tributação cruel para o sistema de trabalho que deixou mais de 40 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Destaques da Bolsa
Entre as maiores altas do dia estavam: a BR Malls (BRML3) que subiu 11,20%, seguida da Totvs (TOTS3) e Cielo (CIEL3) que avançaram 10,85% e 10,67%, respectivamente. A Cielo se recuperou em meio a ruídos sobre o imposto da CPMF e o tabelamento de juros para o cartão de crédito e cheque especial de até 30% ao ano. Na Totvs, o investimento em tecnologia fez a companhia desviar dos custos com a pandemia, apresentando lucro estável no segundo trimestre.
No lado oposto, os destaques negativos foram: a Gerdau (GGBR4) que caiu 2,48%, a Gerdau Metalúrgica (GOAU4), com baixa de 2,46% e a Via Varejo (VVAR3) que recuou 2,05%.
No mercado corporativo outra ação que se destacou foi a Braskem (BRKM5) que fechou em alta de 2,99% após reportar prejuízo bilionário no segundo trimestre.
Copom
No comunicado da decisão, cujo corte de 25 pontos-base era amplamente esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou aberta a porta para uma eventual nova redução pequena da Selic, de acordo com a avaliação de vários economistas ouvidos pelo “Broadcast” na terça-feira à noite. Contudo, há também uma corrente de profissionais que apostam em manutenção da taxa este ano e em níveis baixos por muito tempo.
O comitê disse no comunicado que o cenário prescreve estímulo elevado por causa da pandemia de coronavírus, mas pondera que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno. E citou que eventuais novos ajustes ocorreriam com “gradualismo adicional” e “dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do colegiado sobre a inflação prospectiva”.
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Bolsas americanas
As bolsas de Nova York fecharam em alta pelo quinto pregão consecutivo, após um recuo nos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos gerar otimismo sobre a retomada da economia e diante da expectativa de que republicanos e democratas cheguem a um acordo para um novo pacote fiscal.
O índice Dow Jones encerrou a sessão com ganho de 0,68%, a 27.27.386,98 pontos, o S&P 500 avançou 0,64%, a 3.349,16 pontos, e o Nasdaq subiu 1,00%, a 11.108,07 pontos, em nova máxima histórica de fechamento e acima dos 11 mil pontos pela primeira vez.
Depois de abrirem o pregão em queda, as bolsas de Nova York inverteram e o sinal e engataram um movimento de alta à tarde, com o Nasdaq acima da marca de 11.100 pontos intraday. O mercado operou na expectativa pelas negociações em Washington em torno do próximo pacote fiscal e dos benefícios de auxílio-desemprego que expiraram no dia 31 de julho.
“Vemos luz no fim do túnel para os entraves, porém não sabemos qual é o tamanho desse túnel”, disse a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, ao explicar que houve progresso nas tratativas com os republicanos, mas um acordo ainda não foi fechado.
Uma redução de 249 mil nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, para 1,186 milhão, também animou os investidores. “Embora encorajadores, os dados de emprego permanecem historicamente fracos”, pondera o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union.
“Houve uma recuperação nas compras, nos gastos e nas vendas no varejo, mas não haverá dólares suficientes fluindo pela economia para ajudar a mantê-la crescendo se o governo interromper seu apoio”, alerta o economista-chefe do MUFG Union Bank, Chris Hupkey.
O presidente dos EUA, Donald Trump, por sua vez, voltar a apostar em uma recuperação rápida da economia, em forma de ‘V’.
No S&P 500, o setor de serviços de comunicação liderou os ganhos (+2,45%), seguido pelo setor de tecnologia (+1,46%). Ações de companhias aéreas se destacaram após o governo americano relaxar o alerta de viagens internacionais, que estava desde março no nível quatro, por causa dos riscos da pandemia de covid-19. O papel da United Airlines subiu 1,99%, o da American Airlines avançou 3,82% e o da Delta Airlines registrou alta de 2,30%.
As ações do Facebook, por sua vez, saltaram 6,49%, depois que a rede social anunciou o lançamento de um novo recurso no Instagram que é semelhante ao aplicativo chinês TikTok.
*Com Estadão Conteúdo