A indústria brasileira de fundos de investimento encerrou o ano de 2021 com captação líquida (que é a diferença entre aplicações e resgates) de R$ 369 bilhões, segundo dados que foram divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais) nesta quinta-feira (06). O montante, que representa um avanço de 106,3% ante 2020, é o maior desde o início da série histórica, em 2002.
O patrimônio líquido da indústria totalizou R$ 6,9 trilhões no ano passado, alta de 12,7% ante 2020.
Para Pedro Rudge, diretor da Anbima, essa alta da capitalização está relacionada à saída de investidores de ativos de maior risco. “É uma saída, ou diminuição de aporte mais arriscado que o investidor tem, para produtos mais conservadores. É difícil apontar exatamente de onde está saindo o dinheiro, mas minha visão é a diminuição de risco“, disse durante a apresentação dos resultados.
Destaques da capitalização
Em meio à retomada de alta de juros, o fundo de renda fixa liderou a capitalização, somando R$ 215,2 milhões. Na sequência, o destaque foi para os fundos de investimentos em diretor creditórios (FIDC), com R$ 77,1 milhões.
Por outro lado, os fundos de ações, multimercados e Previdência reduziram seus ritmos de captação e concentraram resgates no segundo semestre de 2021.
Número de contas
A indústria de fundos de investimento fechou o ano com mais de 30,5 milhões de contas ativas, alta de 20,4% em relação a 2020, quando totalizou mais de 25 milhões.
Os Fundo de Investimento em Participações (FIP) e ETF lideraram o crescimento no número de contas até novembro de 2021, com 96,3% e 91,5%, respectivamente.
“Esses crescimentos se deram devido ao fato de estes produtos terem sido bastante disseminados em plataformas, negociados bem na bolsa de valores. Isso atrai o interesse e apetite dos investidores e faz com que tenha um crescimento, percentualmente, no número de contas bastante relevante”, afirmou Pedro Rudge, diretor da Anbima.
Contas relacionadas a fundos imobiliários, multimercados e ações também cresceram, mas de forma mais tímida.
Rentabilidades
Em 2021, o fundo de renda fixa duração alta grau de investimento mais uma vez apresentou o melhor retorno, de 11,8%, contra queda de 11,9% do Ibovespa.
Na sequência, outro destaque foi o fundo cambial, com rentabilidade acumulada de 7,6% no ano.
Por outro lado, diferentemente de 2020, os fundos de ações tiveram retornos negativos. O menos impactado foi o de ações investimento no exterior, que registrou rentabilidade negativa de 2,57%.
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