As ações da Magazine Luiza encerraram a quarta-feira (08) em forte queda em meio a divulgação de dados sobre vendas no setor durante o mês de outubro.
Enquanto isso, a Via amenizou as perdas e os papéis de Lojas Americanas reverteram o prejuízo do inicio do pregão e fecharam com valorização. CVC e aéreas ficaram com as maiores altas.
A Petrobras registrou avanço em meio à criação de programa social com foco no gás liquefeito de petróleo (GLP). Confira os destaques do dia:
Varejo
A Magazine Luiza (MGLU3) caiu 10,63%, para R$ 6,81, enquanto os papéis de Lojas Americanas subiram. LAME3 saltou 5,36%, para R$ 5,70, LAME4 avançou de 3,87%, para R$ 5,63, e AMER3 teve ganhos de 2,65%, para R$ 30,59. A Via (VIIA3) amenizou as perdas e encerrou em baixa de 0,52%, para R$ 5,77.
As vendas no varejo brasileiro registram a terceira queda em outubro e voltaram a ficar abaixo do patamar pré-pandemia.
O volume de vendas recuou 0,1% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a pior para meses de outubro desde 2018.
De acordo com Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, as vendas no varejo surpreenderam negativamente ao recuarem 0,1%, frente expectativa de alta 0,6%. Contudo, ele ressaltou que houve ligeira revisão do dado anterior, de 1,3% para 1,1%, atenuando brevemente o resultado da pesquisa.
Dentre as atividades que surpreenderam em setembro, o economista ressaltou os super e hipermercados, que recuaram 0,6% no comparativo mensal, e os móveis e eletrodomésticos que tiveram queda de 0,5%.
“Em contrapartida, os equipamentos e materiais de escritório avançaram 5,6% na mesma base de comparação, motivados pela volta ao escritório de muitas empresas. Vale ressaltar que a alta não foi suficiente para o avanço do comércio porque o grupo tem peso menos relevante que os citados acima”, afirmou o economista.
Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, atribuiu a inflação persistentemente elevada, aperto das condições financeiras, aumento do endividamento das famílias e o deslocamento de maior proporção do consumo privado do mercado de bens para o setor de serviços (decorrente da flexibilização das restrições sanitárias e maior mobilidade) como os principais motivos para a queda.
“Olhando adiante, acreditamos que a recuperação do nível de emprego e a implementação do novo programa governamental de transferências (Auxílio Brasil) permitirão algum crescimento da massa de renda ampliada disponível às famílias em 2022, ainda que modestamente (ao redor de 1% ante 2021)”, afirmou.
A casa projeta alta de 0,7% para as vendas do varejo ampliado em 2022, após retração de 1,4% em 2020 e recuperação de 3,8% em 2021.
CVC e aéreas
A CVC (CVCB3) acelerou 9,60%, para R$ 16,10, enquanto Gol (GOLL4) avançou 9,18%, para R$ 18,68 na liderança do pregão. A Azul (AZUL4) subiu 5,86%, para R$ 26,18, em dia positivo para as companhias ligadas ao setor de turismo, após notícia de que a vacina da Pfizer pode neutralizar a variante ômicron após a terceira dose.
Marfrig
A Marfrig (MRFG3) terminou com valorização de 6,31%, para R$ 22,59. A alta ocorre após o Bank of America (BofA) elevar o preço-alvo das ações da companhia de R$ 29,50 para R$ 34 e também a recomendação de neutra para compra.
“As ações da Marfrig caíram 21% no mês passado, provavelmente explicado pela desaceleração sazonal nas margens da carne bovina nos Estados Unidos (83% do lucro operacional da empresa). No entanto, acreditamos que isso não se justifica, uma vez que as margens dos EUA ainda estão bem acima dos níveis históricos e do ano anterior, e a normalização do ciclo deve ser muito mais gradual do que o esperado. Além disso,o real mais fraco é favorável aos lucros no futuro”, afirmaram os analistas Isabella Simonato, Guilherme Palhare e Fernando Olvera.
Petrobras
A Petrobras (PETR4) fechou estável em R$ 29,35. A estatal comunicou a criação de programa social com foco no gás liquefeito de petróleo (GLP), que aprovou a entrega de 300 mil auxílios, para apoio à aquisição de botijões de gás de cozinha por família em situação de vulnerabilidade social até dezembro de 2021. Nesta primeira fase, a estatal investirá R$ 30 milhões, do total de R$ 300 milhões aprovados pelo Conselho de Administração para aplicação até o final de 2022.
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