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Finanças

Maiores ganhos do mercado se concentram em poucas ações, aponta estudo

Segundo o professor de finanças da Universidade do Estado do Arizona, Hendrik Bessembinder, aumento da riqueza está concentrado em relativamente poucas ações.

Os investimentos em ações dos EUA aumentaram a riqueza dos acionistas em mais de US$ 55,1 trilhões durante o período de 1926 a 2022, mesmo quando os investimentos na maioria das vezes (58,6%) levaram a perdas. No entanto, são poucas as ações responsáveis pelos maiores retornos, e ano após ano esse número segue encolhendo. É o que aponta o estudo de Hendrik Bessembinder.

Segundo o professor de finanças da Universidade do Estado do Arizona (Arizona State University), o grau em que o aumento da riqueza está concentrado em relativamente poucas ações aumentou ao longo do tempo.

Em seu estudo de seis anos sobre o tema (Shareholder Wealth Enhancement, 1926 to 2022), foi apontado que o número de empresas de alto desempenho responsável pela criação líquida de riqueza diminuiu: enquanto cinco ações foram responsáveis pela expansão de 10% do patrimônio em 2016, hoje esse número caiu para 3.

“Identifico as empresas com os maiores aumentos e as maiores reduções na riqueza dos acionistas desde 1926 e durante intervalos mais recentes”.

Hendrik Bessembinder em trecho do estudo

Bessembinder justifica que muitos estudos quantificaram os retornos dos acionistas em investimentos de capital através das médias de retornos mensais ou de um horizonte de curto prazo. No entanto, o professor analisa os resultados de longo prazo através do retorno das 28.114 empresas que emitiram ações ordinárias nos Estados Unidos e seu impacto aos investidores.

Wall Street
(Crédito: Michael Nagle/Bloomberg)

Sendo assim, seu trabalho aponta como os retornos do mercado acionário americano são distribuídos de forma desigual no decorrer dos anos. E as ações de empresas de tecnologia são as dominantes no mercado acionário.

Segundo a Bloomberg, essa concentração se dá porque companhias maiores ganham mais. Quanto maior o lucro da empresa, maior tende a ser seu valor de mercado.

Neste ano, bigtechs como Apple (AAPL34), Microsoft (MSFT34) e Nvidia (NVDC34) se beneficiaram do boom da inteligência artificial e juntas agregaram um total de US$ 4 trilhões ao valor de suas ações, o que é 47% acima do total combinado de todas as small caps do índice Russel 2000, segundo dados da Bloomberg.

O dado, segundo o estudioso, sugere que poucas empresas vão conseguir uma maior fatia de fluxos de caixa. Mas não se sabe se serão apenas empresas posicionadas em IA.

Metodologia

Bessembinder calculou a capitalização de mercado de todas as ações ordinárias incluídas no estoque mensal do banco de dados CRSP (Center for Research in Security Prices) ao final de cada ano. Foram também somadas as capitalizações de mercado das 5 maiores empresas, das 15 maiores e de todas as companhias em comparação com a porcentagem de capitalização do mercado total.

Além disso, para garantir que os resultados não fossem afetados por mudanças no número de empresas listadas nos EUA ao longo do tempo, foi também calculada a soma do mercado capitalizações das 1,5 mil maiores ações e comparado com a capitalização de mercado das cinco e 15 maiores empresas dos EUA.

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