As empresas de mineração de bitcoin (BTC) cada vez mais recorrem à venda de ações para levantar dinheiro à medida que os lucros secam e empréstimos ficam mais caros.
A Core Scientific, uma das maiores mineradoras de bitcoin dos EUA, firmou uma venda de capital votante no valor de US$ 100 milhões com a B. Riley Principal Capital II em julho. A australiana Iris Energy disse em setembro que venderia até US$ 100 milhões em ações para o mesmo grupo. A Argo Blockchain de Londres este mês decidiu emitir ações com desconto para um investidor não identificado por US$ 27 milhões.
As mineradoras de bitcoin sofrem com os baixos preços da moeda digital, custos de energia crescentes e forte concorrência. Elas abriram capital durante a alta das criptomoedas, quando os investidores esperavam que os preços do bitcoin disparassem e as mineradoras eram vistas como uma maneira eficiente de ganhar exposição ao setor através de ações.
Agora, as mineradoras que tentam emitir mais para enfrentar o risco de queda dos ativos digitais acabam diluindo os acionistas. Várias despencaram, com queda de mais 70% este ano para os papéis da Core Scientific, Iris Energy e Argo Blockchain.
O fundo negociado em bolsa Valkyrie Bitcoin Miners ETF, de US$ 2,35 milhões, com ações de várias das principais mineradoras de capital aberto, já caiu 73% desde sua estréia em fevereiro.
“Embora doloroso para os acionistas por causa da diluição, aumentar o capital social é uma das únicas maneiras de sustentar o balanço de uma mineradora e cumprir com as obrigações financeiras”, disse Ethan Vera, diretor de operações da empresa de serviços de mineração de criptomoedas Luxor Technologies. “A outra opção é liquidar ativos, o que pode ser tão prejudicial ou pior para os acionistas.”
Outras alternativas menos favoráveis incluem vender bitcoin a preços mais baixos ou enfrentar uma falência, diz Daniel Frumkin, chefe de pesquisa e conteúdo da empresa de serviços de mineração de criptomoedas Braiins.
A Core Scientific, por exemplo, já vendeu cerca de 85% de suas reservas de bitcoin desde o final de março, segundo sua atualização de setembro. A empresa tinha US$ 29,5 milhões em caixa no final de setembro, uma queda de 77% em relação aos US$ 128,5 milhões no final do segundo trimestre.
Veja também
- Passou raspando: Bitcoin chega muito perto dos US$ 100 mil, mas alta perde força
- Bitcoin mantém ‘rali Trump’ e pode alcançar os US$ 100 mil em breve
- Bitcoin sobe e atinge nova máxima histórica de US$ 94 mil após estreia de opções do ETF da BlackRock
- ETF de Bitcoin da BlackRock já supera em US$ 10 bilhões o ETF de ouro
- Opções do ETF de Bitcoin da BlackRock começam a ser negociadas na Nasdaq