O resumo da semana anterior
Na semana passada os mercados globais reagiram bem ao números da inflação de dezembro dos EUA, divulgada na quinta-feira (12), com queda de 0,1% no último mês de 2022 desacelerando a alta em 12 meses de 7,1% para 6,5% em linha com projeções de mercado. O núcleo do índice, mesmo com a alta de 0,3% em dezembro, também desacelerou a alta em 12 meses de 6% parar 5,7%.
Isso impulsionou as apostas por uma alta mais leve de juros para as próximas reuniões e o mercado passou a acreditar em mais de 93% de chance de uma alta de 0,25 ponto percentual, do intervalo atual de 4,25% e 4,50% para o invertavlo de 4,50% e 4,75% enquanto uma pequena parte do mercado ainda acredita em uma alta de 0,50 ponto percentual e, apesar do alerta de autoridades do Fed de que a taxa de juros pode ficar acima de 5% por um longo período, os investidores projetam na curva de juros norte-americana uma taxa máxima entre 4,75% e 5% durante o ano de 2023.
Com novos ânimos, os índices dos EUA encerraram a semana com ganhos. O S&P 500 registrou uma alta semanal de 2,26% aos 3.999,09 pontos, o Dow Jones teve ganhos de 1,71% aos 34.302,81 e o índice Nasdaq encerrou a semana passada com avanço de 3,91% aos 11.079,16.
No Brasil, o fato relevante da Americanas, os dados da inflação de 2022 e do IBC-Br além das notícias políticas movimentaram a semana. O IPCA de dezembro teve uma alta de 0,62% em dezembro fazendo a inflação em 12 meses passar de 5,90% para 5,79%, oficialmente acima da meta de 3,50% e do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual em 5%, fato que obrigou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a explicar em uma carta aberta ao ministro da Fazendo, Fernando Haddad, os motivos do estouro da meta da inflação para o ano.
Como a inflação de 2022 acima da meta já era esperada, o imapcto no mercado foi pequeno, ainda mais comparado ao efeitos do caso Americanas, onde o ex-CEO, Sergio Rial, informou através da divulgação de um fato relevante a descoberta de dívidas no valor de R$ 20 bilhões de acordo com estimativas fora dos balanços da empresa, provocando uma queda de 77% no preço das ações da empresa na quinta-feira (12). A empresa chegou a a proteção contra o venicmento antecipado das dívidas por um juíz do Rio de Janeiro à pedido do grupo, porém a crise de confiança se estendeu desde às ações até mesmo os fundos de investimentos e investidores que detem debêntures da empresa, que chegaram a registrar queda de 50% em seu preço no merado secundário.
Já o Ibovespa conseguiu encerrar a semana com uma alta semanal de 1,79% aos 110.916 pontos com a ajuda das perspectivas de juros subindo mais lentamente nos EUA, e com os anúncios do ministro da Fazendo, Fernando Haddad, para reduzir ao máximo o déficit fiscal das contas públicas ainda em 2023.
Como estão os mercados nesta segunda
- Ásia: os mercados asiáticos têm um dia de ganhos em sua maioria sendo a bolsa japonesa a exceção pelas preocupações com os rumos da política monetária no país com a reunião do seu banco central para para decisão da manutenção ou alteração de seus juros. O índice Nikkei registrou queda de 1,14% enquanto as alta foram de 0,04% no hang Seng, 1,01% em Shanghai, 0,69% do Taiex e 0,58% do Kospi.
- Europa: sem a referência nas bolsas dos EUA, os mercados europeus começam a semana majoritariamente em alta na espera de dados da inflação, desemprego e da percepção econômica de países como Alemanha e Reino Unido que serão divulgados na terça-feira (17). Entre as altas estão o índice DAX com 0,30%, o FTSE com 0,18%, o CAC com 0,26% e o Euro Stoxx com 0,12%, enquanto o IBEX registra queda de 0,09%.
Dados econômicos da China ocupam dia com feriado nos EUA
Nesta segunda-feira (16) os investidores devem acompanhar a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2022 chinês além de dados como a produção industrial e taxa de desemprego .
Os dados podem impactar os preços de commodities, uma vez que indicam a velocidade da retomada da economia chinesa, grande importadora desses produtos. No começo do dia, o preço das principais commodities sofria quedas como o petróleo Brent recuando 0,26% aos US$ 85,06 e a queda de 2,76% do minério de ferro negociado em Dalian com o aumento de novos casos de covid preocupando diretamente também as commodities energéticas.
Brasil
Investidores brasileiros acompanham imbróglio com Americanas
Depois de uma semana conturbada pelo desenrolar da descoberta e divulgação de uma dívida inesperada de R$ 20 bilhões da Americanas, o mercado acompanha os próximos passos da história. A empresa chegou a obter uma medida cautelar para proteção de cobrança das dívidas por um período de um mês.
O BTG Pactual apresentou uma petição que, de acordo com a CNN Brasil, acusa os gestores do grupo controlador da Americanas de má-fé na gestão da Americanas, que respondeu informando que a manutenção da liminar, apesar da tentativa de suspensão, poderia gerar assimetria entre seus credores, inclusive os bancos.
Agenda da semana
Data | País/Região | Indicador/Evento |
16/01 | EUA | Feriado – Dia de Martin Luther King |
16/01 | Brasil | Relatório Focus |
16/01 | Brasil | Caged (dez) |
16/01 | Brasil | Balança Comercial |
16/01 | Alemanha | IPC (dez) |
16/01 | China | Vendas no Varejo (dez) |
16/01 | China | PIB (4T22) |
17/01 | Brasil | IGP-M (jan) |
18/01 | Japão | Decisão de Juros |
18/01 | Zona do Euro | IPC (dez) |
18/01 | EUA | Vendas no Varejo (dez) |
18/01 | EUA | Índice de Preços ao Produtor (dez) |
18/01 | EUA | Divulgação do Livre Bege |
19/01 | Brasil | Taxa de Desemprego (nov) |
19/01 | EUA | Dados de construção e vendas de casas (dez) |
19/01 | EUA | Pedidos semanais por seguro-desemprego |
20/01 | Brasil | Arrecadação Tributária |
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