Morning Call: um olho no segundo turno do Senado americano e outro na Covid

Destaques (José Falcão Castro):

• Os mercados em Nova York ficam ligados hoje no segundo turno da eleição para o Senado na Geórgia, cujo resultado definirá se o comando da Casa continuará com os republicanos ou será dos democratas. A disputa vai definir se Biden controla ou não o Congresso nos dois primeiros anos de mandato e o resultado final pode demorar vários dias;
• Se os democratas também controlarem o Senado, há possibilidade de ocorrerem aumentos de impostos e de gastos governamentais para aliviar os efeitos do coronavírus e isso preocupa por um lado os investidores, pois temem que aumente perigosamente o déficit fiscal americano; Há instantes, o Dow Jones futuro subia 0,16%, S&P 500 (+0,17%) e Nasdaq (+0,14%);
• As bolsas europeias operam mistas depois da decretação de novo lockdown no Reino Unido, mas Boris Johnson anunciou novo pacote fiscal de 4,6 bilhões de libras para conter os efeitos das novas restrições; Frankfurt recua 0,35%, Londres sobe 0,24%, Paris (-0,32%), Madri (-0,35%), Milão (-0,26%) e Lisboa estável;
• O Petróleo, que tem volatilidade antes da decisão da Opep+ sobre a política de produção de fevereiro, passou a subir com relato de que haveria corte e não elevação; Brent para março avança 0,70% (US$ 51,45), WTI/fevereiro +0,86% (US$ 48,03);
  
• No Brasil, o Tesouro realiza o primeiro leilão do ano, em meio a muitas incertezas em relação a 2021. Tesouro leiloa NTN-B para 2026, 2030 e 2055.
  

Análise Gráfica – IBOV (Hugo Carone):

• IBOV sem alteração enquanto a média móvel de nove períodos for respeitada como suporte no diário, semanal e mensal. Mas, chamando atenção ao diário que ainda não rompe com força o topo anterior e se falhar neste movimento teremos um pequeno topo duplo formado. Suporte imediato 117.900 e abaixo, 112.800 (mais forte), resistência aos 120.030 pontos.

Cenário global e bolsa brasileira ontem (Murilo Breder):

• Apesar do bom humor no mercado nos últimos meses, o Ibovespa tem mostrado certa resistência para fechar acima da máxima histórica. Assim como no último pregão (30/dez), o principal índice de ações brasileiro até chegou a abrir em alta, mas acabou perdendo força no decorrer do pregão e fechou em queda;
• Nesta segunda-feira (04), primeiro pregão do ano, o índice caiu -0,14% após ter chegado a renovar máxima história intradiária no início da sessão. Pesou no mercado o desempenho das bolsas internacionais em um dia de preocupação com o avanço do coronavírus, culminando no anúncio de lockdown na Inglaterra no fim da tarde. Este já é o terceiro lockdown no país para tentar conter a pandemia. Contribuiu também para o dia negativo o fato da universidade de Johns Hopkins ter revelado que mais de 20 milhões de casos de Covid-19 foram registrados nos Estados Unidos;
• No cenário corporativo, os grandes bancos tiveram um dia ruim. O principal destaque entre eles é a queda de 3% do Banco do Brasil. Por outro lado, as altas de Petrobras (PETR4, +2%) e Vale (VALE3, +4,6%) evitaram uma queda mais expressiva do índice;
• O dia foi positivo para as commodities com a continuação do rally para o aço e o minério de ferro enquanto a China vem demonstrando uma demanda surpreendente. A maior alta do dia ficou com a CSN (CSNA3, +7,3%) e também foram a maior alta de 2020. As ações da Gerdau (GGBR4) também foram destaque ao subir +6,5%;
• Com o lockdown na Inglaterra, as ações do ‘kit coronavírus’ ficaram entre as maiores quedas do dia. A maior queda ficou com a Embraer (EMBR3, -5,4%). Iguatemi (IGTA3, -4,6%), Multiplan (MULT3, -4,2%) e Azul (AZUL4, -4,00%) ficaram entre as maiores baixas.

* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.