MRV cai forte após dados operacionais fracos; mineradoras sobem

As ações da construtora MRV registraram a maior queda do principal indicador da B3, o Ibovespa, nesta segunda-feira (17), em meio à divulgação de prévia operacional referente ao terceiro trimestre deste ano, considerada fraca pelo mercado.

O grupo de medicina Fleury também encerrou com perdas depois de anunciar aumento de capital, com o objetivo de manter a estratégia de crescimento e fortalecer sua posição de caixa.

Entre as companhias que atuam com commodities, as mineradoras subiram.

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Confira os destaques registrados no dia:

MRV

A MRV (MRVE3) despencou 11,42%, para R$ 9,31, após divulgação dos dados operacionais do terceiro trimestre. Em relatório,Gustavo Cambauva, Elvis Credendio e Bruno Tomazetto, analistas do BTG Pactual, escreveram que as vendas líquidas de R$ 1,46 bilhão no período, que caíram 27% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, ficaram 17% abaixo de suas previsões.

Ao mencionar que a empresa não vendeu projetos das divisões Luggo (focada em aluguel residencial) e Resia (operação nos EUA), os analistas mencionaram que a velocidade de vendas diminuiu para “fracos” 12% no trimestre, contra 14% no terceiro trimestre de 2021.

O analista Raul Grego, da Eleven, por sua vez, reiterou que a prévia operacional da MRV mostrou um resultado de lançamento e vendas das unidades no Brasil similar ao terceiro trimestre do ano passado, com ganho de preço em todas as unidades de negócio, o que deve fazer com que a margem bruta já sinalize uma melhora no trimestre. 

Entretanto, o avanço das obras e ainda preço elevado de matérias gerou uma queima de caixa de R$ 1,2 bilhões, lembrou Grego.  

Além disso, a operação dos EUA foi responsável por R$ 969 milhões de queima de caixa, uma vez que não foi realizada nenhuma venda de ativo no trimestre.

“Em nossa visão, a operação Brasil parece estar mais estável, olhando para os próximos trimestres dado o aumento de preço e estabilização dos custos. Enquanto a operação nos EUA passou por uma reavaliação da estratégia de crescimento e deve ser um pouco menos representativa no curto prazo”, destacou.

Fleury

O Fleury (FLRY3) encerrou em baixa de 2,87%, para R$ 17,94. No radar está a aprovação do aumento do capital, com o objetivo de manter a estratégia de crescimento da empresa e fortalecer sua posição de caixa, mediante a emissão para subscrição privada de até 70.567.969 ações. O preço será de R$ 17,27 por ação, sendo R$ 5,75 destinado ao capital social e R$ 11,52 por ação para reserva de capital. Com a operação, a empresa poderá aumentar seu capital em até R$ 1,22 bilhão.

Em relatório, o BTG Pactual afirmou que após a fusão com o Instituto Pardini, o Fleury já havia sinalizado um potencial aumento de capital na forma de emissão privada ou follow-on (nova oferta de ações feita por empresa que já tem capital aberto e que pode ser destinada ao público em geral). “O movimento é, portanto, um pouco esperado”, disseram os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima.

Commodities

As ações da Petrobras caíram, mesmo em meio ao avanço de 0,59% dos preços dos contratos futuros do petróleo Brent com vencimento em dezembro. Além disso, de acordo com a Reuters, analistas do Credit Suisse cortaram a recomendação das ações da Petrobras para “neutra”, argumentando que preferem reduzir sua exposição em meio à volatilidade trazida pela corrida eleitoral.

Em relatório, o banco afirma que, embora as ações da Petrobras venham tendo forte desempenho recentemente, a assimetria de curto prazo não se mostra mais favorável.

A mineradora Vale registrou valorização mesmo após o recuo de 1,57% dos contratos do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China. Confira o desempenho dos papéis: