*ARTIGO
Em setembro do ano passado, o ethereum (ETH) teve uma grande atualização, apelidada de “The Merge”, que mudou de um blockchain de prova de trabalho, com mineradores, para um de prova de participação, com validadores da rede, e atraiu muitos olhares. Agora, a bola da vez é o “Shanghai”, upgrade marcado para acontecer em meados do próximo mês.
Assim como o The Merge, o Shanghai é um novo hard fork do sistema, e envolve cinco Propostas de Melhoria Ethereum (EIPs). Mas, o que os investidores — e os validadores do ethereum, claro — estão atentos é no “EIP-4895”, que desbloqueará os ETH apostados na rede desde que a mudança para a prova de participação foi iniciada.
Em outras palavras, esse novo upgrade do ethereum está prestes a gerar uma sensação de que a transição para a prova de participação foi finalmente completa e que toda rede — e a criptomoeda — está pronta para prosperar.
Principais pontos da atualização para usuários
Há alguns aspectos que os usuários podem esperar com o hard fork Shanghai. Os mais importantes para o público em geral incluem:
- Liberação dos saques: com a atualização, os stakeholders da rede poderão finalmente retirar seus ETH que estavam bloqueados no ecossistema desde a mudança para a prova de participação.
- Limitação de saques: para evitar vendas em massa, haverá um limite na quantidade de ETH que pode ser retirada de uma só vez.
- Preparação das partes interessadas: mais de 500 mil validadores contribuíram para o Shanghai, e todos eles estão de olho nos seus fundos de moedas ETH ao mesmo tempo.
Apesar de parecer bobo ou que tal informação só vale para os validadores da rede, saber disso é indispensável para qualquer interessado. Afinal, atualmente há mais de US$ 27 milhões de moedas ETH em staking e muito desse valor é devido aos depósitos ainda bloqueados para retirada.
Shanghai pode mudar o preço do ETH tanto para cima quanto para baixo
Apesar de parecer contraditório, o saque dos ETH depositados pelos validadores do ethereum pode significar grandes mudanças para o preço da moeda, e os impactos podem ser tanto positivos quanto negativos:
- Pelo lado negativo, os usuários que depositaram seus ETH na rede podem vendê-los em um mesmo momento, fazendo com que o preço da moeda caia de uma hora para outra.
- Já pelo lado positivo, pode ser que impulsione ainda mais o valor total bloqueado (TVL) em plataformas de staking de DeFi (Finanças Descentralizadas), já que os stakeholders da moeda poderão finalmente ter acesso aos seus ETH e utilizá-los em outras plataformas.
Outros impactos — não óbvios — do novo hard fork para toda rede
Além da cotação do ETH, há também expectativas de que o Shanghai permita a criação de novos tipos de aplicativos descentralizados (dApps) e melhores contratos inteligentes (smart contracts) na rede, pois ele tornará mais fácil elaborar soluções complexas no blockchain ethereum, tais como empréstimo descentralizados, derivativos ou até mesmo ativos sintéticos.
Isso sem contar que, como o valor mínimo necessário para realizar staking foi de 32 ETH (cerca de US$ 56.000), a atualização pode potencialmente tornar o staking mais acessível para pequenos investidores por meio de pools de staking e outras soluções de agrupamento.
Visto que o ethereum tem planos para fazer com que a transição completa para o Ethereum 2.0 aconteça até o final de 2023, o hard fork Shanghai representa um marco extremamente importante para o ecossistema da rede.
Porém, devido a sua relevância, todos os entusiastas de cripto devem ficar atentos à evolução da rede — até mesmo os críticos do projeto. Afinal, o ethereum é a segunda maior criptomoeda do mercado, a plataforma líder em smart contracts e o blockchain que mais capta investimentos institucionais.
Com uma comunidade de desenvolvedores ativos e planos ambiciosos para o futuro, o hard fork Shanghai vem como um ar fresco em meio a um cenário de baixa, mostrando que há um enorme potencial para investimento aos que acreditam no ethereum quando se pensa principalmente a longo prazo.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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