ARTIGO*
Estamos vivendo um período semelhante à década de 1990 com o surgimento da internet. Um momento de descoberta e de muitas possibilidades. O mundo está migrando para uma economia mais “tokenizada”, que é mais eficiente – e o próprio presidente do Banco Central brasileiro está ciente disso.
Recentemente, na primeira apresentação de Roberto Campos Neto totalmente dedicada ao tema da regulamentação das criptomoedas no Brasil, o presidente do Banco Central se mostrou um nítido entusiasta das moedas digitais.
No seminário “O Futuro da Regulamentação dos Criptoativos no Brasil”, promovido pelo Escritório Figueiredo & Velloso Advogados Associados, Campos Neto afirmou que a regulamentação das criptomoedas no país vai unir bitcoin (BTC) — e companhia — ao sistema financeiro atual, ou seja, Pix, Open Banking e Real Digital (CBDC).
Além disso, ao afirmar que “a regulação deve permitir que essas inovações ocorram com segurança e tragam mais eficiência ao sistema financeiro”, o presidente do Banco Central evidenciou que o Brasil pretende se beneficiar da tecnologia única das criptomoedas — e não lutar contra elas.
Se não pode contra seu ‘inimigo’, junte-se a ele
Para bom entendedor, meia palavra basta: as criptomoedas são imparáveis. Não à toa, de acordo com o Banco Central, movimentaram cerca de US$ 6 bilhões no ano passado, quase o dobro do registrado em 2020.
A fala de um dos representantes mais influentes da economia brasileira deixou claro como o governo sabe do potencial do bitcoin e moedas digitais, e quer usufruir dos benefícios do “dinheiro programável”.
Conforme evidenciado em um dos slides da apresentação do Campos Neto, os ativos digitais inovam o mundo financeiro por completo:
Integração com as criptomoeda: faca de dois gumes
É importante estar ciente que, ao contrário das CBDCs, as criptomoedas atendem uma demanda da sociedade sobre pagamentos mais rápidos e baratos com a transparência e autonomia únicos do blockchain, o livro contábil público das moedas digitais.
O Banco Central pretende criar um novo sistema interoperável para pagamentos, ativos tokenizados, Open Finance e monetização de dados, do qual o maior beneficiado será o próprio governo.
Porém, em última instância, com toda a volatilidade do cenário macroeconômico, a regulação e a “integração” com as criptomoedas pode ser um cenário mais “seguro” para os investidores conservadores darem o pontapé inicial nos criptoativos — o meio de pagamento realmente revolucionário e integrativo.
*Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
Veja também
- Passou raspando: Bitcoin chega muito perto dos US$ 100 mil, mas alta perde força
- Bitcoin mantém ‘rali Trump’ e pode alcançar os US$ 100 mil em breve
- Bitcoin sobe e atinge nova máxima histórica de US$ 94 mil após estreia de opções do ETF da BlackRock
- ETF de Bitcoin da BlackRock já supera em US$ 10 bilhões o ETF de ouro
- Opções do ETF de Bitcoin da BlackRock começam a ser negociadas na Nasdaq