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Finanças

Brasileiro usa em média 17% da renda com parcela de imóvel; qual a fatia ideal?

Educadora financeira recomenda considerar outros gastos essenciais para se planejar.

Os brasileiros comprometem em média 17% da renda com financiamento imobiliário. É o que aponta um levantamento divulgado pela Serasa Experian com dados de setembro do Cadastro Positivo.

Por se tratar da aquisição de um dos bens mais importantes na vida de muitas famílias, o percentual recomendado da renda que deve ser destinado para as parcelas da casa ou do apartamento costuma gerar dúvidas. De maneira geral, muitos educadores financeiros apontam a regra conhecida como “50-30-20”. 

Por essa divisão, o aconselhável é que 50% da renda familiar seja destinados a gastos essenciais – o que inclui as contas fixas com moradia. Logo, por essa recomendação, a parcela do financiamento deve estar inserida no conjunto de gastos que corresponde a 50% da renda. Outros 30% seriam destinados a investimentos e poupança, e 20% para lazer e desejos. 

Com base nessa recomendação, a educadora financeira Bianca Sousa, do Grupo H, diz que os 17% diagnosticados pela Serasa como o comprometimento médio do brasileiro com financiamento imobiliário pode ser visto como um dado positivo. No entanto, ela faz uma ressalva.

“Em relação ao comprometimento da renda, é importante reforçar que não podemos pensar somente na parcela do financiamento, mas também avaliar outros gastos e parcelamentos que já consomem parte das rendas“, diz Sousa.

A especialista aponta que “podemos considerar como saudável um valor (para parcelas de financiamento imobiliário) que não comprometa acima dos 30% da renda familiar”. “Inclusive, se a pessoa for buscar por um financiamento ou crédito consignado privado, é preciso se atentar ao percentual que a lei permite. No caso do crédito, a margem autorizada é realmente esta que considero ideal, de 30%”, comenta. 

Pagamentos em dia e diferença por idade

A pesquisa da Serasa indica que o pagamento das parcelas de um imóvel é considerado prioridade para a maioria dos consumidores. De acordo com o levantamento, a taxa média de pontualidade dos pagamentos é de 86%. 

Outro dado mostra que, quanto maior a faixa etária, maior a pontualidade do pagamento das parcelas do financiamento de um imóvel. Enquanto entre os consumidores de até 35 anos a média de pontualidade é de 85,9%, entre aqueles que têm mais de 60 anos a taxa salta para 90,1%. 

“A pontualidade acima de modalidades mais comuns, como cartão de crédito, e a baixa inadimplência do setor imobiliário na análise geral demonstram que a compra de um imóvel é algo muito bem planejado pelo brasileiro. Com o passar dos anos, a renda aumenta, as parcelas se mantêm ou diminuem e aí o comprometimento também cai”, comenta em nota o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

A pesquisa mostra também que os mais jovens comprometem uma parcela maior de sua renda com as parcelas do imóvel. Entre as pessoas de até 35 anos, a média é de 20% da renda. Para quem tem mais de 60, esse percentual é de 16,6%. 

Observamos um comprometimento maior da renda dos jovens porque eles ainda estão entrando ou se consolidando no mercado de trabalho, o que faz com que seus salários normalmente sejam inferiores às demais faixas etárias”, diz Rabi. 

Para quem está se programando para financiar um imóvel, a planejadora Bianca Sousa recomenda “fazer as contas de todos os gastos envolvidos”. Ela aconselha não perder de vista que, durante o pagamento das parcelas (assim como em qualquer outro momento), “imprevistos podem acontecer”. “Com isso, é ideal ter uma reserva de emergência ou, caso não tenha, iniciar uma o quanto antes”, recomenda ela. 

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