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Finanças

Tesouro Selic zera taxa de custódia; o que muda para o investidor?

Aplicações acima de R$ 10 mil terão taxa cobrada apenas para valor excedente; mudança começa em agosto.

Tesouro Direto

Mais uma novidade no mundo da renda fixa. Agora o Tesouro Selic, título do Tesouro que acompanha a taxa básica de juros, não terá mais taxa de custódia para investimentos de até R$ 10 mil. O Tesouro Nacional e a B3 reduziram de 0,25% para 0% ao ano a taxa de custódia para este tipo de investimento.

A mudança começa a partir do 1º de agosto e faz parte de uma série de estratégias de aprimoramento dos investimentos nas quais o Tesouro Nacional e a B3 estão comprometidos. A última redução da taxa de custódia do Tesouro Direto ocorreu no 1º de janeiro de 2019, quando a taxa foi de 0,30% para 0,25%.

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No entanto, é importante lembrar que a taxa zero vale para investimentos de até R$ 10 mil. Quem investe acima deste valor terá custo de taxa referente apenas para o excedente. Por exemplo, se uma pessoa investiu R$ 11 mil reais, terá que pagar a custódia apenas para os R$ 1 mil reais que excederam. Veja simulações:

taxa de custória TD

Atualmente, o Tesouro Direto tem 1,3 milhão de investidores ativos nas suas três modalidades (Tesouro Selic, Tesouro IPCA e Tesouro pré-fixado). Com a taxa zerada, pelo menos um terço destes investidores ficará isento de tarifa. Considerando o universo daqueles que aplicam em Tesouro Selic, mesmo com aportes superiores a R$ 10 mil, pelo menos 53% dos investidores devem ser beneficiados.

O que muda?

Com a taxa Selic em 2,25% ao ano, e uma expectativa de corte para 2%, títulos Públicos como o Tesouro Selic deixaram de ser uma alternativa de investimento para muitos. Contudo, com a taxa de custódia agora zerada, o Tesouro Selic se torna uma das melhores alternativas para quem busca construir uma reserva de emergência, segundo especialistas

Para Igor Ghellardi Cruvinel, sócio diretor de investimentos da Doc Concierge, agora o Tesouro Selic é a alternativa mais rentável e com menos risco para criar a reserva de emergência, superando inclusive fundos DI com taxa de administração zerada ou CDBs que pagam 100% do CDI com liquidez diária.

“O Tesouro Selic é considerado um investimento livre de risco. Acho difícil encontrar CDBs de grandes bancos pagando 100% do CDI que ofereçam esta segurança”, explica. Ele reforça a importância de reavaliar o investimento quando passar dos R$ 10 mil de aplicação.

No curto prazo, o Tesouro Selic supera a poupança, que com os juros em 2,25% ao ano começou a dar um retorno negativo ao investidor há alguns meses. Contudo, no longo prazo, ainda perde para o Tesouro IPCA e prefixado, apesar da volatilidade destes títulos públicos.

Olhando a profundidade, o rendimento da poupança é 70% da taxa Selic, que atualmente está 2,25%, o que leva o rendimento em 12 meses para 1,58%. Já a inflação projetada pelo último boletim Focus para o final deste ano é de 1,72%. Com isso, a caderneta perde da inflação prevista, com juros reais negativos.

Para George Sales, professor da Fipecafi, a taxa de custódia zerada no Tesouro Selic é extremamente vantajosa para o investidor, garantindo um pouco mais de rentabilidade. No curto prazo, pelo menos o risco está precificado. “Obviamente ainda tem a tributação sobre os rendimentos, mas a redução das taxas de custódia vão garantir uma rentabilidade anual melhor”, reforça.

Sales também concorda que agora o Tesouro Selic se tornou a melhor opção para reserva de emergência. “Para outros fins, acredito que a gente deve esperar uns 2 anos, quando a Selic voltar a subir”, conclui.

O InvestNews entrou em contato com a B3 para entender se a estratégia de zerar a custódia do Tesouro Selic foi motivada pela perda de atratividade do investimento, em um cenário com juros de 2,25% ao ano. Questionamos também se teremos novidades também para o Tesouro IPCA e pré-fixado. Mas, até a última atualização, não tivemos retorno.

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