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3 fatos para hoje: Assaí nega rumores; petróleo dos EUA e programas da Caixa

Rede afirmou desconhecer transação envolvendo seu controlador Casino.

REUTERS/Paulo Whitaker

1 – Assaí nega rumores sobre venda de controlador

A rede de atacarejo Assaí (ASAI3) afirmou desconhecer eventual transação envolvendo venda de ativos por seu controlador, o grupo francês Casino, em meio a fortes variações das ações da companhia na B3.

Questionada pela CVM sobre as oscilações nas cotações dos papéis nos últimos dias, a companhia respondeu que acredita que o movimento ocorreu por rumores no mercado envolvendo estratégia de venda de ativos do controlador para reduzir dívida.

“A companhia (Assaí) desconhece qualquer transação nesse sentido, tendo inquirido seu acionista controlador (Casino), que afirmou também desconhecer qualquer evento que possa ter causado as oscilações registradas com as ações”, afirmou o Assaí.

Na terça-feira, as ações do Assaí, que divulga resultados de terceiro trimestre na quinta-feira, despencaram 9%. No mesmo dia, o Casino divulgou conclusão de venda de seu negócio de energia renovável GreenYellow para a Ardian, levantando 600 milhões de euros.

Os papéis recuperaram parte do tombo na sessão de quarta (19), encerrando em alta de 2,4%, a R$ 18,35.

2 – Caixa acelera lançamentos após 1º turno

Controlada pelo governo federal, a Caixa acelerou o ritmo de lançamentos de programas e iniciativas com valores bilionários depois do primeiro turno da eleição para o Palácio do Planalto, que selou a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Já na largada do segundo turno, no dia 4 de outubro, o banco deu início a uma série de eventos e entrevistas coletivas para explicar ou anunciar medidas, com foco principalmente nas classes mais baixas e nas mulheres, públicos que Bolsonaro tem desvantagem ante o petista. Desde o dia 4 de outubro, há duas semanas, foram cinco eventos.

Só no consignado do Auxílio Brasil, lançado dia 11, já foram liberados R$ 1,8 bilhão, para cerca de 700 mil pessoas. O último anúncio, na segunda-feira, 17, foi de um programa para apoiar a formalização de empreendedoras mulheres que prevê conceder R$ 1 bilhão em crédito até dia 19 de novembro.

O banco lançou também sua campanha anual de renegociação de dívidas neste período, com desconto de até 90%. A expectativa é de regularizar R$ 1 bilhão em contratos e limpar o nome de 4 milhões de pessoas. O lançamento foi antecipado por Bolsonaro em um evento de campanha. “A Caixa Econômica parece que é até um ministério, de tanto que faz para a população como um todo”, declarou o presidente no dia.

Além disso, o banco antecipou o pagamento do Auxílio Brasil e do vale-gás em outubro, para o dia 25, cinco dias antes do segundo turno (30). Originalmente, o repasse terminaria dia 31. Os pagamentos dos auxílios caminhoneiro e taxista também vão acontecer antes neste mês.

Este ritmo foi questionado pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu a suspensão da concessão do crédito consignado do Auxílio Brasil, citando possível uso “meramente eleitoral”. No pedido de medida cautelar, o subprocurador-geral, Lucas Rocha Furtado, afirma que, apesar da lei que prevê o consignado, o “assombroso montante” de R$ 1,8 bilhão em crédito já liberado em três dias de existência da modalidade “impõe dúvidas sobre as finalidades perseguidas mediante essa atividade”.

A pergunta sobre a motivação para que os lançamentos ocorram neste momento tem sido uma constante nas entrevistas e anúncios. Ao tratar do programa de renegociação de dívidas, por exemplo, a presidente da Caixa, Daniella Marques, afirmou que a escolha da data seguiu critérios técnicos, e que está relacionada à proximidade do quarto trimestre, em que o ano se encerra. Como mostrou o Estadão/Broadcast, porém, em anos anteriores, o programa foi lançado ainda no terceiro trimestre.

A presidente do banco público tem dito, em aparições públicas, que administra a Caixa com autonomia. “O presidente (Jair Bolsonaro) me dá autonomia total para tocar o banco, não tenho interferência política”, disse ela nesta terça-feira, em evento realizado em São Paulo. Estavam presentes ministros do governo Bolsonaro e parlamentares aliados, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Marques, porém, também vem destacando o papel social da Caixa, e afirma que os programas lançados são uma forma de o governo dar assistência a pessoas em vulnerabilidade e “dar asas” para esse público voar na direção da independência financeira. Nos eventos, o banco tem ressaltado os números de beneficiários do Auxílio Brasil, de 21,1 milhões, sendo que 17,2 milhões são mulheres.

Um dos motes das campanhas lançadas, por exemplo, é ajudar a formalizar mulheres beneficiárias do Auxílio que exerçam atividades informais. A executiva tem dito repetidamente que é preciso mostrar a elas que o programa, que substituiu o antigo Bolsa Família, não cancela o benefício mesmo que a pessoa que recebe o recurso abra uma MEI (Microempreendedor Individual).

3 – EUA vendem reservas de petróleo em meio a preços altos

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um plano para vender o restante de sua liberação da reserva de emergência de petróleo do país até o final do ano e começar a reabastecer o estoque enquanto tenta conter os altos preços da gasolina antes da eleição de meio de mandato em 8 de novembro.

Biden está buscando adicionar oferta suficiente para evitar picos de preço do petróleo no curto prazo que podem punir os norte-americanos e garantir às petrolíferas dos EUA que o governo entrará no mercado como comprador se os preços caírem muito.

Ele disse que 15 milhões de barris de petróleo serão oferecidos da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) –parte de uma liberação recorde de 180 milhões de barris que começou em maio– e acrescentou que os Estados Unidos estão prontos para explorar as reservas novamente no início do próximo ano para conter preços.

“Isso nos permite agir rapidamente para evitar picos de preços do petróleo e responder a eventos internacionais”, disse Biden em um evento na Casa Branca.

O uso da reserva do governo federal para gerenciar picos de preços do petróleo e tentativas de aumentar a produção dos EUA ressaltam como a crise na Ucrânia e a inflação têm mudado as políticas de um presidente que assumiu o cargo prometendo reduzir a dependência norte-americana da indústria de combustíveis fósseis.

A Casa Branca teve um senso de urgência adicional depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderada pela Arábia Saudita, irritou Biden ao se aliar à Rússia e concordar com um corte de produção, levando o presidente a declarar que a relação EUA-Arábia Saudita precisa de uma reavaliação.

“Com meu anúncio hoje, continuaremos a estabilizar os mercados e diminuir os preços em um momento em que as ações de outros países causaram tanta volatilidade”, disse Biden.

Biden culpou a invasão da Ucrânia pelo presidente russo, Vladimir Putin, pela alta dos preços do petróleo e da gasolina, enquanto observou que os preços caíram 30% em relação ao pico deste ano.

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